INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
A Torre Clodomiro e a Torre Macurapé contam com 31 pavimentos, sendo a primeira com três subsolos, 56 apartamentos tipo e dois duplex, totalizando uma área de construção de 18.856,50 m². Já a segunda possui quatro subsolos, 116 apartamentos tipo e duas penthouses, com área total de construção de 27.481,21 m². O paisagismo da praça é assinado pelo escritório Benedito Abbud.
As fachadas foram desenvolvidas utilizando um revestimento de painéis pré-moldados, criado especialmente para o projeto, que simula a aparência dos tradicionais tijolinhos a partir de um molde texturizado de poliuretano preenchido com 100% de concreto armado.
“A percepção visual e de textura de tijolinhos fabricados em olaria trazem uma característica “natural” à sua execução por conta de serem únicos (são fabricados um a um) e adquirirem sua cor e resistência após sua exposição a um dos elementos (fogo). Esse ponto foi considerado no estudo realizado para o emprego dos elementos pré-moldados no contexto da preservação da identidade visual conferida ao empreendimento. Essa identidade foi mantida uma vez que os moldes dos painéis foram concebidos a partir de tijolinhos reais e o pigmento do concreto foi elaborado de acordo com a cor do lote escolhido pela área de desenvolvimento da Lindenberg em conjunto com o escritório PSA”, esclareceu Fernando Gaion, diretor da Stamp.
Sérgio Cincurá, diretor da Lindenberg, em material divulgado na imprensa, disse que “foi a primeira vez que usamos um pré-moldado em 100% da fachada de um empreendimento e vimos o resultado superar o anterior, inclusive quanto a estanqueidade, acústica e durabilidade”.
Para a obra, houve a elaboração de um mockup, que permitiu que um time multidisciplinar identificasse e sugerisse melhorias focadas no desempenho do sistema quanto à estanqueidade e conforto do cliente, adequações ao sistema de caixilharia, impacto visual e interface com os sistemas de vedações internos. Também possibilitou visualizar as dimensões finais das peças e pontos para içamento e movimentação, fatores que foram empregados como entrada para o desenvolvimento do projeto de logística do canteiro.
As torres do Praça Lindenberg receberam os painéis à medida em que a estrutura foi executada. Nesse cenário os serviços internos puderam ser iniciados antes do término de montagem de todos os elementos da fachada. Toda a montagem foi realizada de acordo com projetos específicos desenvolvidos pela STAMP e compatibilizados com as disciplinas de estrutura e complementares. Os painéis foram enviados em carretas que chegavam à obra dentro do horário permitido para a circulação. Foram empregadas duas gruas – uma com lança móvel e outra com lança fixa – com capacidade de içamento de até 4000 kg na ponta.
Para Gaion, o resultado está na construção de um empreendimento cuja totalidade das fachadas possui todas as características visuais e de textura dos tijolinhos, porém com a solidez, confiabilidade e baixíssima necessidade de manutenções associadas as estruturas de concreto armado. “Concebemos uma fachada cuja cor permanecerá estável por décadas a fio, demandando apenas as operações de lavagem e verificação dos pontos com selante”, destacou.
O uso das fachadas pré-fabricadas de concreto também foi importante para atender requisitos de sustentabilidade na obra. Em comparação à execução de uma fachada convencional com tijolinhos de olaria, houve a redução no consumo de água; eliminação na geração de resíduos para a etapa de execução de fachada; eliminação das demandas associadas ao armazenamento, movimentação e gerenciamento dos insumos relacionados a execução das fachadas (tijolinhos, argamassas, telas metálicas); e redução da exposição dos trabalhadores ao risco.
Além disso, a produção das peças ocorre em ambiente controlado com alto grau de automatização, com dosagem e movimentação realizadas por equipamentos específicos ao fim. Gaion ainda destaca a questão da circularidade e ciclo de vida do produto. “A vida útil dos elementos pré-moldados é similiar ao da estrutura de concreto, considerando a realização das rotinas de manutenção especificadas pelo fabricante. Por conta de sua modularidade e das ancoragens com sistemas parafusados, ao término do ciclo de vida do empreendimento os painéis (juntamente com os caixilhos de alumínio) poderão ser desmontados e reutilizados em um novo projeto mantendo a sua função de vedações externas”.