ARTIGO TÉCNICO
Eng. esp. João Alberto de Abreu Vendramini - Engenheiro civil, especialista em estruturas pré-moldadas de concreto pela UFSCar Professor do curso de Especialização em Projeto de Estruturas de Concreto para Edifícios – ABECE/TQS/MACKENZIE Diretor Técnico da VENDRAMINI ENGENHARIA Ltda. / joao@vendramini.eng.br
S* = distância média entre a barra longitudinal do pilar até a armadura de suspensão do cálice
S* = S + Cnom, pilar + Cnom, cálice + Øpilar/2 + Øcálice/2
S = (A + B) / 2
ℓb,0t disponível = comprimento disponível para traspasse (ℓ,0t) da barra longitudinal do pilar
ℓb, disponível = Embutimento do pilar - (Cnom, pilar + Cnom, bloco + S*)
Devem ser dispostos estribos horizontais, para união destas armaduras, no trecho de ancoragem.
Outra questão relevante é a possibilidade do aparecimento de esforços de tração nas armaduras do pilar, seja por tração pura no fuste ou pela combinação dos esforços normais com os de flexão. Nestes casos, a análise deve ser feita considerando-se emendas tracionadas.
2 ANCORAGEM DAS ARMADURAS
2.1 VALORES DAS RESISTÊNCIAS DE ADERÊNCIA – ARMADURA PASSIVA
O cálculo da resistência de aderência, para armaduras passivas, entre a armadura e o concreto, pode ser feito através do que preconiza a ABNT NBR 6118:2023 [1], conforme segue:
fbd = η1 η2 η3 fctd
fctd = fctk,inf / ϒc
fctd = 0,21 fck2/3/1,4 valor de cálculo da resistência a tração do concreto, MPa
η1 = 1,0 para barras lisas CA 25
η1 = 1,0 para barras entalhadas CA 60
η1 = 2,25 para barras de alta aderência CA 50
η2 = 1,0 para situações de boa aderência
η2 = 0,7 para situações de má aderência
η3 = 1,0 para Ø < 32 mm
Uma análise importante pode ser feita quanto ao critério de consideração das situações de boa ou má aderência, usualmente associadas às concretagens “in loco“, onde o fenômeno de exsudação causa problemas de aderência. No caso dos pilares préfabricados, com rigoroso controle de cura e vibração, entendemos que a consideração de má aderência é excessivamente conservadora. Além disto, o mecanismo de transferência de carga, através de bielas de compressão, conforme Figura 2, afasta esta consideração.
2.2 COMPRIMENTO DE ANCORAGEM
2.2.1 COMPRIMENTO DE ANCORAGEM BÁSICO
Conforme item 9.4.2.4 da NBR 6118:2023 [1], o comprimento reto de uma barra passiva, ℓb, necessário para ancorar a força máxima nesta barra dada por As * fyd, considerando-se que neste comprimento tenhamos uma resistência de aderência uniforme igual a fbd é denominado de comprimento de ancoragem básico, e pode ser calculado conforme segue:
ℓb = fyd Ø / fbd 4
ℓb ≥ 25 Ø
2.2.2 COMPRIMENTO DE ANCORAGEM NECESSÁRIO
O comprimento de ancoragem necessário, ℓb,nec , pode ser calculado pela expressão:
ℓb,nec = α ℓb As,calc / As,ef ≥ ℓb,min Onde:
α = 1,0, para barras sem gancho
α = 0,7, para barras instaladas com barra transversal soldada
As,calc = área de armadura necessária, dimensionada
As,ef = área de armadura efetivamente instalada
ℓb,min ≥ 0,3 ϑb , 10Ø , 100mm
2.2.3 COMPRIMENTO DE TRASPASSE DE BARRAS TRACIONADAS, ISOLADAS
Considerando-se que a distância livre entre as barras emendadas não supera 4f, o comprimento do trecho de traspasse pode ser definido como:
2.2.4 ARMADURA TRANSVERSAL NA REGIÃO DA EMENDA
Quando forem utilizadas barras de diâmetro menor que 16 mm e a proporção de barras emendadas na mesma seção for menor que 25% do total de barras, a armadura transversal, ao longo de todo o comprimento de ancoragem, deve ser capaz de resistir a 25% da força longitudinal de uma das barras ancoradas, prevalecendo a de maior diâmetro, em caso de ocorrência de barras de diâmetros diferentes na ancoragem.