ARTIGO TÉCNICO
Eng. esp. João Alberto de Abreu Vendramini - Engenheiro civil, especialista em estruturas pré-moldadas de concreto pela UFSCar Professor do curso de Especialização em Projeto de Estruturas de Concreto para Edifícios – ABECE/TQS/MACKENZIE Diretor Técnico da VENDRAMINI ENGENHARIA Ltda. / joao@vendramini.eng.br
Usualmente, nos pilares pré-moldados de concreto, as barras de armadura longitudinal são de diâmetro maior ou igual a 16 mm, e todas as barras emendadas na mesma seção.
Nestes casos a armadura transversal deve atender ao seguinte:
Ser capaz de resistir a uma força igual à de uma barra emendada, considerando os ramos paralelos ao plano da emenda;
Ser constituída de barras fechadas, se a distância entre duas barras mais próximas de duas emendas na mesma seção for menor que 10 Ø;
Concentrar-se nos terços extremos da emenda.
BARRAS TRACIONADAS
Também neste caso, as prescrições acima são de difícil execução e normalmente é substituído pela utilização de estribos com a metade do espaçamento normal do pilar adotado para o restante do lance, o que tem se mostrado satisfatório para atender as condições de serviço, sem o aparecimento de patologias, mas que requer comprovação experimental.
3 ANÁLISE NUMÉRICA
Considerando os mecanismos de transferência de esforços indicados na Figura 3, abaixo
Figura 3 – Esquema geral do funcionamento do mecanismo de transferência de esforços, na ligação pilar/fundação
E adotando:
• fck do concreto do pilar = 30 MPa, e 40 MPa;
• fck do concreto de preenchimento do nicho = 40 MPa
• diâmetro da barra de armadura longitudinal do pilar, variando entre 12,5 e 25 mm
• espaço disponível para encaixe do pilar no elemento de fundação A = 10 cm
• espaço disponível para encaixe do pilar no fundo de cálice B = 5 cm
• espaçamento entre fundo do cálice com o fundo do pilar C = 5 cm
• concretagem com rigoroso controle de exsudação, possibilitando a consideração de situação de boa aderência
• existência, ou não, de barra transversal soldada na armadura longitudinal do pilar
• relação entre as armaduras calculadas para o pilar e as armaduras efetivamente instaladas no pilar = 1
• não existência grampos auxiliares
• α0t = 2,0, mais de 50% das barras emendadas na mesma seção
• Ølong pilar = diâmetro da armadura longitudinal do pilar
• Øcálice = diâmetro da armadura de suspensão do cálice ≤12,5 mm
• Cnom, pilar = 2,5 cm
• Cnom, cálice = 1,0 cm
Podemos obter as tabelas abaixo:
Tabela 3 – valores de ℓb, disponível em função da maior dimensão do pilar
Figura 4 – detalhe de barra de ancoragem soldada
4 CONCLUSÃO
Após a avaliação dos itens anteriores, verificamos que o embutimento mínimo do pilar no cálice de fundação poderá variar de acordo com o seguinte:
• fck do concreto do pilar
• diâmetro da barra de armadura longitudinal do pilar
• espaço disponível para encaixe do pilar no elemento de fundação
• concretagem com rigoroso controle de exsudação
• existência, ou não, de barra transversal soldada na armadura longitudinal do pilar
• relação entre as armaduras calculadas para o pilar e as armaduras efetivamente instaladas no pilar
• existência, ou não, de grampos auxiliares
• a consideração de região e má aderência, devido ao fenômeno de exsudação, não é pertinente em função do mecanismo de transferência de esforços