Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 31 - abril de 2024

ARTIGO TÉCNICO

ESTUDO DE ANCORAGEM DE PILARES PRÉ-FABRICADOS NAS FUNDAÇÕES

Eng. esp. João Alberto de Abreu Vendramini - Engenheiro civil, especialista em estruturas pré-moldadas de concreto pela UFSCar Professor do curso de Especialização em Projeto de Estruturas de Concreto para Edifícios – ABECE/TQS/MACKENZIE Diretor Técnico da VENDRAMINI ENGENHARIA Ltda. / joao@vendramini.eng.br

Usualmente, nos pilares pré-moldados de concreto, as barras de armadura longitudinal são de diâmetro maior ou igual a 16 mm, e todas as barras emendadas na mesma seção.

Nestes casos a armadura transversal deve atender ao seguinte:

Ser capaz de resistir a uma força igual à de uma barra emendada, considerando os ramos paralelos ao plano da emenda;

Ser constituída de barras fechadas, se a distância entre duas barras mais próximas de duas emendas na mesma seção for menor que 10 Ø;

Concentrar-se nos terços extremos da emenda.

BARRAS TRACIONADAS

Também neste caso, as prescrições acima são de difícil execução e normalmente é substituído pela utilização de estribos com a metade do espaçamento normal do pilar adotado para o restante do lance, o que tem se mostrado satisfatório para atender as condições de serviço, sem o aparecimento de patologias, mas que requer comprovação experimental.

3 ANÁLISE NUMÉRICA

Considerando os mecanismos de transferência de esforços indicados na Figura 3, abaixo

Figura 3 – Esquema geral do funcionamento do mecanismo de transferência de esforços, na ligação pilar/fundação

E adotando:

• fck do concreto do pilar = 30 MPa, e 40 MPa;

• fck do concreto de preenchimento do nicho = 40 MPa

• diâmetro da barra de armadura longitudinal do pilar, variando entre 12,5 e 25 mm

• espaço disponível para encaixe do pilar no elemento de fundação A = 10 cm

• espaço disponível para encaixe do pilar no fundo de cálice B = 5 cm

• espaçamento entre fundo do cálice com o fundo do pilar C = 5 cm

• concretagem com rigoroso controle de exsudação, possibilitando a consideração de situação de boa aderência

• existência, ou não, de barra transversal soldada na armadura longitudinal do pilar

• relação entre as armaduras calculadas para o pilar e as armaduras efetivamente instaladas no pilar = 1

• não existência grampos auxiliares

• α0t = 2,0, mais de 50% das barras emendadas na mesma seção

• Ølong pilar = diâmetro da armadura longitudinal do pilar

• Øcálice = diâmetro da armadura de suspensão do cálice ≤12,5 mm

• Cnom, pilar = 2,5 cm

• Cnom, cálice = 1,0 cm

Podemos obter as tabelas abaixo:

Tabela 3 – valores de ℓb, disponível em função da maior dimensão do pilar

Figura 4 – detalhe de barra de ancoragem soldada

4 CONCLUSÃO

Após a avaliação dos itens anteriores, verificamos que o embutimento mínimo do pilar no cálice de fundação poderá variar de acordo com o seguinte:

• fck do concreto do pilar

• diâmetro da barra de armadura longitudinal do pilar

• espaço disponível para encaixe do pilar no elemento de fundação

• concretagem com rigoroso controle de exsudação

• existência, ou não, de barra transversal soldada na armadura longitudinal do pilar

• relação entre as armaduras calculadas para o pilar e as armaduras efetivamente instaladas no pilar

• existência, ou não, de grampos auxiliares

• a consideração de região e má aderência, devido ao fenômeno de exsudação, não é pertinente em função do mecanismo de transferência de esforços

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