Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 2 - agosto de 2014

DE OLHO NO SETOR

Evoluem os debates dos grupos de trabalhos da industrialização da construção brasileira

GTs liderados pelo Deconcic-Fiesp e ABDI realizam vários encontros e já alinhavam ações e propostas para estimular o uso dos sistemas construtivos industrializados na construção civil brasileira


Auricchio: “As ações desenvolvidas no GT Construção Industrializada serão apresentadas no ConstruBusiness, em novembro”.
Elaborar um Guia especial para orientar empresas e órgãos, públicos ou privados, nas decisões de contratação de obras, no sentido de contribuir para disseminação do uso de sistemas industrializados na construção civil brasileira. Esse é um dos itens em discussão na agenda do Grupo de Trabalho da Industrialização (GTI) criado no âmbito do Conselho de Competitividade de Construção Civil do Plano Brasil Maior, coordenado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O GTI já realizou vários encontros ao longo dos últimos meses e discute medidas de apoio à difusão da construção industrializada no Brasil. 
O Grupo é composto por representantes de várias entidades da cadeia produtiva da construção civil, entre elas a ABCIC, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), Associação Brasileira do Drywall, Instituto Aço Brasil, Centro Brasileira da Construção em Aço (CBCA), Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM), além da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).  
O trabalho desenvolvido pelo GT da ABDI caminha em paralelo com outro denominado Grupo de Trabalho Construção Industrializada constituído e liderado pelo Deconcic – Departamento da Indústria da Construção, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), cujo objetivo também é acelerar o crescimento da utilização dos sistemas construtivos. “As ações desenvolvidas por esse e pelos demais grupos de trabalho do Deconcic serão apresentados na 11ª edição do Congresso Brasileira da Construção – ConstruBusiness, que ocorrerá no dia 24 de novembro e contará com a presença de autoridades do governo nas suas três esferas, empresários e representantes do setor”, informa Carlos Eduardo Pedrosa Auricchio, diretor titular do Deconcic. 
“Já tivemos a adesão de um grande número de entidades participantes nas nossas reuniões. Com isso, foi possível dar maior clareza ao escopo de atuação e aos objetivos do grupo”, comenta Walter Cover, presidente da Abramat e responsável pela coordenação do Grupo de Trabalho liderado pela Fiesp. Na agenda de trabalho estão temas como: reformulação do modelo de contratação de obras, que inclua a industrialização, isonomia tributária em relação à construção convencional, mão de obra qualificada, coordenação modular, maior emprego de tecnologia e informação, entre outras. Na verdade, ambos os grupos são um desdobramento de uma iniciativa da CBIC, o chamado PIT – Programa de Inovação Tecnológica, cuja meta principal é fazer um amplo diagnóstico e definir diretrizes para o desenvolvimento e avaliação de inovações na construção civil brasileira. 


Prates: “Uma melhor definição sobre sistemas construtivos é necessária para disseminar o conceito da industrialização na construção”.
No caso do GTI da ABDI outro aspecto levantado foi o da necessidade de melhor caracterizar os sistemas industrializados. “Essa melhor definição sobre o que são os sistemas construtivos é necessária tanto para uma disseminação conceitualmente mais adequada, quanto para embasar a adoção de políticas públicas, em temas como tributação, uso do poder de compra do estado, crédito e financiamento, além de processos de compra e contratações”, comenta Marcos Otávio Bezerra Prates, representante do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) no GTI liderado pela ABDI. Prates é diretor do Departamento das Indústrias Intensivas em Mão de Obra e Recursos Naturais da Secretaria de Desenvolvimento da Produção do MDIC. 
Também vem sendo abordado pelo GTI coordenado pela ABDI o rol de normas técnicas que tem relação direta com a industrialização da construção. Nesse sentido, o objetivo do grupo é identificar eventuais lacunas que demandem o estudo e a elaboração de uma nova norma ou a atualização de uma norma já existente. Está na agenda das próximas reuniões do grupo ainda uma análise dos modelos de contratação de obras, das formas de pagamento conforme medição de execução da obra. “Com isso será possível verificar alternativas que contemplem a liberação de recursos para incluir nas medições a produção prévia na indústria dos componentes dos sistemas industrializados que são montados posteriormente no canteiro”, observa Prates.
O objetivo dos grupos de trabalho é acelerar o crescimento do uso dos sistemas construtivos
No entender de Prates, no plano técnico, a adoção da coordenação modular (NBR-15873-2010), “permitindo uma melhor articulação dimensional entre os subsistemas e componentes da construção, e uma solução mais eficiente nas suas interfaces, pode ajudar muito”, explica. Por fim, Prates observa ainda que há a necessidade de ajustes no sistema tributário para torná-lo mais adequado ao processo de industrialização da construção.

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