INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Atendimento a requisitos de qualidade, segurança e meio ambiente, desde a tecnologia do concreto a precisão dimensional, da proposta encaminhada ao cliente à segurança de montagem, integram o programa Selo de Excelência Abcic, indutor do desenvolvimento tecnológico do setor que se traduz em competitividade na gestão empresarial e com resultados práticos evidenciados pelos clientes
Ricardo Assoni: “O Selo é personalizado e específico, abrangendo questões intimamente ligadas ao segmento, tornando assim diferente de quaisquer outras certificações, por sua aplicabilidade direta”
Ele ressalta que o Selo é um diferencial do mercado por ter sido concebido para aplicação ao segmento de pré-fabricados. “Desse modo, ele é personalizado e específico, abrangendo questões intimamente ligadas ao segmento, tornando assim diferente de quaisquer outras certificações, por sua aplicabilidade direta”, explica.
Nesse sentido, as empresas avaliadas evidenciam ao mercado seu potencial e sua capacidade para responder com qualidade e segurança a quaisquer demandas estabelecidas em projetos, atendendo, ao mesmo tempo, às legislações vigentes e considerando as preocupações com o meio ambiente e os usuários.
Integração com a normalização vigente
A normalização é um aspecto fundamental e deve estar sempre atualizada, pois nela está a base do desenvolvimento do setor. “Um programa como o Selo Abcic só pode ter requisitos específicos tendo como referencial normas que tragam requisitos claros e alinhados com o estado da arte da aplicação dos seus produtos e serviços” destaca Íria. Dessa forma a Abcic, através dos comitês da ABNT, tem atuado em colaboração com toda a cadeia que envolve as fachadas, estruturas e fundações pré-moldadas de concreto.
Edifício comercial, com adoção de estruturas e fachadas pré-fabricadas, empreendimento realizado pela Lúcio Engenharia, no qual se destaca a precisão milimétrica alcançada.
Para Inês Battagin, superintendente do Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/CB-18), os programas de certificação são uma poderosa ferramenta para os consumidores no uso de produtos e serviços, além de fortalecerem o uso das Normas Técnicas por considerarem seu atendimento obrigatório. “O Selo de Excelência ABCIC é já consagrado como atestado de qualificação das plantas de pré-fabricação no Brasil e promove o crescimento do setor, na medida em que possibilita a melhoria contínua em diferentes níveis de qualificação. Com isso, as empresas vislumbram possibilidades de crescimento e dispõem de apoio institucional e técnico para atingir objetivos antes improváveis, o que gera concorrência saudável e visíveis ganhos para todos os envolvidos, em especial para os consumidores desses produtos”.
Já o engenheiro projetista de estruturas Augusto Pedreira de Freitas, afirma que “ao se projetar com uma indústria que tem o selo e, com ele, todas as verificações de procedimento que garantem a qualidade e conformidade do produto final, o projetista tem a segurança de que o que está sendo projetado será executado com todos os critérios e conformidade. E, isso é muito importante, pois mesmo sabendo de todos os coeficientes de segurança existentes nas normas. Assim, o projetista, se sentindo seguro quanto à execução, pode buscar soluções de maior tecnologia, só possíveis com este controle rigoroso. Abre-se o leque de oportunidades e se permite avançar em soluções mais desafiadoras”, explica.
Inês Battagin: “O Selo de Excelência ABCIC promove o crescimento do setor, na medida em que possibilita a melhoria contínua em diferentes níveis de qualificação”
Nesse sentido, a normalização técnica tem sido importante para o desenvolvimento do pré-fabricado de concreto. “O processo de evolução da engenharia se dá por estudo, aplicação, avaliação de desempenho da aplicação e evolução com novos estudos e aplicações. As normas tem um papel importantíssimo nesse ciclo, uma vez que elas representam a consolidação da aplicação com o desempenho avaliado. Isso traz segurança para quem projeta e executa e uma garantia de desempenho para o cliente final”, pondera Freitas, que acrescenta que as normas permitem que mais profissionais apliquem uma solução. “Quanto mais profissionais aplicando, maior a possibilidade de evolução”.
Assim, a participação da indústria de pré-fabricados na normalização tem sido importante e muito positiva, segundo Inês, porque as Comissões de Estudo da ABNT são multidisciplinares e o trabalho é amplamente fortalecido com a participação efetiva de todas as partes interessadas. “São diversos especialistas, que debatem e aprovam, por consenso, os requisitos a serem atendidos para cada um dos parâmetros a serem avaliados”, comenta. A seu ver, o conhecimento e a experiência trazidos à mesa de trabalho das Comissões com a participação de representantes da indústria se reflete diretamente na efetiva aplicação da norma, pois possibilita estabelecer os limites possíveis de avanços tecnológicos, sem cercear o crescimento e, nem tão pouco, dificultar o uso do produto normalizado.
De acordo com ela, a atuação sempre bem fundamentada tem sido importante, tanto é que a entidade se consolidou como uma referência nos foros técnicos, mostrando incansavelmente as possibilidades e vantagens da industrialização da construção em concreto no Brasil. Como entidade, tem buscado mostrar ao setor que representa a importância da normalização técnica, que é uma forte aliada daqueles que querem crescer com qualidade e segurança”, ressalta.
Inês destaca ainda a normalização no setor, que além do atendimento obrigatório aos requisitos gerais para o concreto, seus materiais constituintes, critérios para preparo e controle, existem ainda normas específicas que regem o projeto e a execução das estruturas (ABNT NBR 9062) e para três tipos de elementos estruturais, que por sua versatilidade e/ou complexidade requerem especial atenção (lajes alveolares, previstas na ABNT NBR 14861; painéis de parede conforme a ABNT NBR 16475 e estacas pré-fabricadas de concreto de acordo com a ABNT NBR 16258).