Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 30 - dezembro de 2023

DE OLHO NO SETOR

Fiesp lança documento sobre os desafios e as oportunidades do setor da construção

Elaborado pelo Departamento da Indústria da Construção e Mineração (Deconcic), estudo traz análises relativas a questões contemporâneas de relevância para a construção, como a reforma tributária, o déficit habitacional e de saneamento, e a construção industrializada como indutor de produtividade e sustentabilidade

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançou durante o 15º Congresso Brasileiro da Construção (ConstruBusiness), no dia 30 de outubro, o caderno técnico “Desafios e oportunidades da construção”, que apresenta um panorama geral do setor, traz uma avaliação das cadeias de produção, e elenca  os entraves e propostas de aprimoramento para um avanço mais intenso e sustentado do segmento nos próximos anos.

O documento, elaborado pelo Departamento da Indústria da Construção e Mineração (Deconcic), ressalta a importância da construção para a economia e para a sociedade, e quantifica os principais indicadores da área, visando compreender a dinâmica recente e o cenário em que se encontra, assim como a evolução de setores selecionados, buscando oferecer uma melhor noção de sua dinâmica no faturamento e ocupação nos anos recentes.

Além da análise de das estruturações e os resultados de programas como Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e Casa Verde e Amarela (CVA), do financiamento imobiliário no Brasil, com destaque para o crescimento da participação privada no funding da habitação, dos investimentos públicos e privados no setor de infraestrutura no Brasil e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o estudo destaca a importância da construção industrializada.

Representantes de entidades do setor da construção, incluindo a Abcic, com o Hailton Madureira de Almeida, secretário nacional de habitação do Ministério das Cidades, durante o Construbusiness

Segundo o caderno técnico, “a maior eficiência é importante na redução dos custos dos empreendimentos e dos projetos de infraestrutura, permitindo que estes sejam mais acessíveis à população e aos órgãos governamentais, economizando recursos públicos e privados. A produtividade da construção nacional, ainda inferior na comparação internacional, conta com espaço significativo para avanço, sendo a superação de entraves à sua melhora uma prioridade para o setor.” Assim, “a construção industrializada é peça fundamental nesse avanço, por permitir ganhos de escala e produtividade. Destaca-se também o Building Information Modeling (BIM), uma das metodologias mais reconhecidas em eficiência, racionalização da produção e qualidade do produto ou serviço final da atividade construtiva”, afirma o documento.

Sobre a relação da construção com o meio ambiente, o documento avalia que a necessidade de o setor ter uma visão que integre práticas diversas de redução de impactos ambientais, como a adoção de técnicas que aumentem a eficiência energética e hidráulica (tanto no processo de seus insumos, quanto nas obras), a gestão adequada de resíduos, e uma atenção especial à economia circular, com redução do uso de matéria-prima e do volume de rejeitos da produção, e reaproveitamento e reciclagem dos refugos resultantes da atividade. “O próprio avanço da construção industrializada e o uso da metodologia BIM tendem a diminuir desperdícios nas produções e empreendimentos, tornando-os mais sustentáveis”, enfatiza o estudo.

No âmbito legislativo, são abordados alguns pontos importantes, incluindo a proposta de Reforma Tributária (aprovada pelo Senado Federal em 1o turno), apresentando simulações simplificadas do impacto das mudanças previstas, com sugestão da opção de escolha, por parte das empresas, entre um regime de alíquota reduzida e um cumulativo.

Nesse aspecto, são elencados pontos de atenção como os possíveis encargos ampliados para a produção, com maior peso dos tributos por conta das mudanças nas alíquotas e no crédito tributário. O texto destaca que “diferença de tributação entre produtos e serviços e o não aproveitamento dos impostos pagos na cadeia a jusante dificulta a adoção da construção industrializada, o que contribui para a estagnação da produtividade nesse setor”. 

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