Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 25 - maio de 2022

ARTIGO TÉCNICO

IMPACTO DA TEMPERATURA SUPERFICIAL DE FACHADAS COM CONCRETO APARENTE SOBRE O DESEMPENHO TÉRMICO DE PAINÉIS PRÉ-MOLDADOS

Dada a inércia térmica do painel de concreto, o mesmo tende a esquentar durante o dia e resfriar durante a noite. Porém, a temperatura externa atinge sua máxima por volta das duas horas da tarde, enquanto o painel de concreto atinge sua máxima por volta das cinco da tarde, onde na Figura 3 tem-se um atraso térmico de 03 hs. O amortecimento térmico máximo registrado pela manhã foi de 4,33 graus Celsius, e à tarde de 4,64 graus Celsius. Neste caso, este painel atenderia as exigências de desempenho mínimo no inverno segundo a NBR15220-3, onde para o nível mínimo de desempenho (M), para as zonas bioclimáticas 1 e 5, tem-se que a Ti,min > (Te,min + 3 graus), enquanto para as outras  zonas bioclimáticas não precisa ser verificado.


Figura 2 – Planta baixa de Protótipo da Sudeste - Fonte: Sudeste Pré-Fabricados


Figura 3 – Gráfico da Variação de Temperatura em Graus Celsius das Superfícies Interna e Externa do Painel da Fachada Oeste da Sudeste ao Longo do Dia - Fonte: RAEDER (2018)

2. Medição da temperatura externa em condição de sombreamento e sol

Na Figura 4 são apresentadas leituras com termovisor feitas em um protótipo com parede dupla localizado na cidade de Americana-SP e em um protótipo com painel misto localizado na cidade de São Carlos – SP, onde pode ser observado o efeito do sombreamento do beiral sobre a temperatura superficial da fachada. Como pode ser observado, a diferença de temperatura entre a parte sombreada e a parte que estava exposta ao sol é de aproximadamente 12°C. Neste caso, é evidente que a utilização de brises e beirais para sombreamento da fachada diminui a demanda térmica nas paredes da fachada, viabilizando a utilização de painéis com menor espessura.

Figura 4 – a) Termovisor na Fachada Leste em protótipo com paredes duplas de concreto e b) Termovisor da Fachada em protótipo com painel misto no NETPre-UFSCar.
Fonte: RAEDER (2018).

3.3. Efeito do escurecimento da superfície por envelhecimento em telhas de concreto

A Figura 5a traz uma imagem aérea da área onde se encontra o laboratório do NETPre e é possível perceber que a falta de tratamento da cobertura é responsável pela leitura realizada pelo termovisor da Figura 5b. A cobertura do NETPre não possui antifugante ou impermeabilizante e sua cor se aproxima da cor preta, que tem maior absortância. Além da fachada, a cobertura também pode influenciar o conforto do ambiente, onde a temperatura da cobertura atinge 60°C.
 


Figura 5 – a) Foto Aérea do Laboratório do NETPre; b) Termovisor na superfície inferior da telha W no laboratório NETPRE
Fonte: RAEDER (2018)

3.4. Efeito de cor branca e cor concreto

A tabela 5 traz as medições de temperatura na fachada norte de um laboratório de pesquisa localizado ao lado do laboratório NETPre na área Norte do campus da UFSCar, onde são estudados a influência da cor para a absortância solar e seu impacto na temperatura superficial externa da fachada. Como pode ser observado, enquanto a máxima temperatura para superfície com cor branca alcançou 32,4 °C, a máxima temperatura na fachada na cor concreto atingiu 45,9 °C, perfazendo uma diferença térmica de 13,5 °C. 
 

3.5. Efeito de pontes térmicas em juntas de painéis de fachadas

Nas Figuras 6 e 7 são apresentadas medições com termovisores em painéis horizontais na fachada oeste do laboratório NETPRE para período do final da tarde, onde foram observados os efeitos de pontes térmicas ocorrendo nas juntas horizontais entre os painéis. A diferença entre a temperatura externa e interna na fachada leste foi de 3.2°C. Entretanto, estima-se que esta diferença poderia chegar a 5°C, não fossem as pontes térmicas existentes nas regiões das juntas horizontais, como observadas na Figura 7. Neste caso, a eficiência térmica da fachada pré-moldada foi prejudicada pela falta de estanqueidade das juntas.
 

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