Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 19 - julho de 2020

SONDAGEM SETORIAL

Impactos do Covid-19

Desde o início da pandemia gerada pelo novo coronavírus, o setor que congrega as indústrias de estruturas, fachadas e estacas pré-fabricadas de concreto, representado pelo ABCIC- Associação Brasileira das Construção Industrializada de Concreto, estabeleceu a política de manter suas indústrias em pleno funcionamento, porém com responsabilidade em relação às medidas sanitárias estabelecidas pelas autoridades nas distintas esferas de governo municipal, estadual e federal.
Uma das ações iniciais foi a criação de reuniões semanais, visando o apoio aos associados, criando, dessa forma, um ambiente favorável para a troca de ideias, face a uma crise nunca vivenciada antes. Passado o momento inicial, a entidade iniciou uma pesquisa, cuja a 1ª Edição será apresentada a seguir que, além de trazer as informações iniciais de comportamento do setor do início ao momento atual, aponta tendências e perspectivas futuras. Dado ao ciclo de algumas obras que devido a velocidade do processo construtivo é curto quando comparado com a execução de obras em sistemas construtivos tradicionais, o intervalo de realização será a cada 3 meses até o encerramento do período que denominamos “durante a crise coronavírus”. 
A ABCIC possui atualmente 49 sócios efetivos, que segundo seu estatuto são as empresas que possuem indústrias de produção e montagem de elementos estruturais e fachadas pré-fabricados de concreto.
100% das empresas associadas nesta categoria receberam a pesquisa e teve 37 respondentes, podendo a amostragem ser considerada representativa para os devidos fins.  
O número total de obras em andamento apurados está expresso no gráfico abaixo:  

Observa-se que num primeiro momento houve uma redução expressiva do número de obras, em parte causada pelo número de obras paralisadas no período, em especial em regiões, cujas medidas locais foram mais severas, como Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Isso pode ser afirmado pelo número de obras paralisadas e parcialmente paralisadas no período. Porém, não é possível correlacionar diretamente a variação correspondente, posto que esta diferença também pode estar contemplando o encerramento/entrega efetiva de obras, sendo que a pesquisa só considerou as paralisações. 
No período foram 104 obras parcialmente paralisadas e 88 totalmente paralisadas, sendo que parte delas retornou já no início do mês de abril, confirmando a tensão do momento inicial. O campo observações da pesquisa identifica que algumas empresas paralisaram num primeiro momento toda a planta de produção, pelo período de ao menos uma semana, visando atender às disposições locais ou se reorganizar para assegurar a implementação das medidas necessárias, a fim de mitigar riscos de contágio e também por falta de matéria prima. Observações relatam também um período máximo de paralisação da planta de produção por 21 dias.
Como nosso processo possui etapas distintas, pesquisamos também a origem da paralisação, apurando o resultado a seguir:

Como o número de obras não tem uma correlação direta com o volume de produção, pesquisamos também o impacto sobre o volume de produção das empresas e, conforme indica o gráfico abaixo, 73% das empresas sofreram algum nível de impacto no volume de produção e apenas 11% aproximadamente se mantiveram estáveis ou até aumentaram.

Ainda em relação ao volume de produção, foi pesquisada a tendência para os próximos 3 meses que indica opiniões claramente dividas: 68% dos respondentes acreditam que não irá haver maiores reduções de volumes, o que mostra que, passado os momentos iniciais e com as devidas medidas implementadas, a indústria poderá experimentar uma normalidade de funcionamento.

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