INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
A construção de escolas em todo o país com o sistema construtivo evidencia seu papel para alavancar projetos de interesse social. Na construção habitacional, o sucesso é idêntico, com várias obras em andamento
Casagrande: “Criamos 16 modelos diferentes de edificações, sendo oito para escolas e oito para Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI)”
Juntamente com o uso de sistemas construtivos modernos e mais eficientes, como pré-fabricado de concreto, os projetos para a construção das 136 novas escolas no Rio contam com as mais avançadas ferramentas tecnológicas à disposição da engenharia nacional. “O projeto foi todo desenvolvido em plataforma BIM (Building Information Modeling), na qual todas as peças que constituem a estrutura foram modeladas e detalhadas. Foi elaborado um modelo para cada tipologia, no qual os vãos e peças foram lançados, e os projetos e quantitativos de cada peça para cada tipologia exportados”, detalha Casagrande. Acrescenta também que protótipos das peças foram produzidos em plástico ABS na escala 1/50 em impressoras 3D para avaliação geral das peças e da estrutura completa. O emprego do BIM facilitou no fornecimento das estruturas pré-fabricadas já com adaptações para receber instalações elétricas e hidráulicas, os chamados elementos passantes.
Após essa etapa, foram definidos os detalhes técnicos das estruturas pré-fabricadas de concreto. Os pilares, por exemplo, foram produzidos com consoles para apoio das vigas e bainhas para engastamento das ligações e detalhados com seções típicas de 40x40cm para reduzir a variedade de peças. Já as ligações foram projetadas para funcionar de forma engastada, criando uma estrutura rígida e gerando economia na armadura positiva das vigas. Os pilares foram detalhados com bainhas para passagem do ferro de engastamento após montagem das vigas e ferros de espera com luva para rosqueamento do complemento dos ferros no caso dos pilares de canto e extremidades.
Já em relação às vigas, elas foram padronizadas em sete tipos, com variação de quatro vãos. As peças com maior taxa de repetição foram produzidas até quatro mil vezes para atender as necessidades das 136 escolas. Os pilares, também com sete tipos diferentes e variação para dois e três pavimentos, terão até 2.600 peças repetidas. Em relação ao dimensionamento da estrutura, a sobrecarga foi adotada de acordo com a NBR 6120/1980 e o valor utilizado foi de 3kN/m² nos pavimentos. O projeto executivo das estruturas considera que o concreto utilizado nas fundações possui um fck de 30MPa.
Escola construída pela Fundação para o Desenvolvimento Escolar (FDE) em Várzea Paulista/SP permitiu soluções construtivas harmonizadas com o projeto arquitetônico
Para a realização de todas as obras do Projeto Fábrica de Escolas do Amanhã Governador Brizola foram contratadas pela RioUrbe quatro construtoras: OAS, Carioca Engenharia, Odebrecht e Construtora Zadar. Já as estruturas pré-fabricadas de concreto estão sendo fornecidas pela Cassol, CPI, Incopre, Prime e Precon, dependendo do lote. Além desse projeto, a Precon tem participado também de inúmeros outros empreendimentos, fornecendo estruturas pré-fabricadas de concreto para a construção de edificações destinadas a diversas instituições de ensino espalhadas por vários Estados.
Entre os projetos, a Precon já participou de obras para Universidade Federal de Minas Gerais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Prefeitura Municipal de Betim (MG), Colégio Guido de Fontgalland (RJ), entre outros. “O motivo principal da utilização de estruturas pré-fabricadas em obras de instituição de ensino, tanto pública quanto privada, é a previsibilidade de custos e também em relação ao prazo de execução. No setor público, há também a necessidade de as prefeituras atenderem à lei de responsabilidade fiscal, cumprindo a meta de usar a verba destinada à educação”, comenta Antônio Roberto Cabral, diretor comercial da Precon Engenharia.
Além dessas obras realizadas pela Precon nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, e do megaprojeto da Prefeitura do Rio, o uso de pré-fabricado na construção de escolas tem sido utilizado, com sucesso, em outras partes do país. “Para o segmento escolar, acho que o uso de pré-moldado de concreto é uma solução excelente”, afirma Eduardo Millen, engenheiro e consultor na área de estrutura. “No caso da Fundação para o Desenvolvimento Escolar (FDE), vinculada à Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, temos dado consultoria desde o início dos anos 2000. Desenvolvemos inclusive um sistema de pré-fabricação padronizado para as escolas”, relata Millen.