Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 28 - abril de 2023

PONTO DE VISTA

Impulsionar a industrialização rumo à construção sustentável

O engenheiro civil Yorki Estefan foi eleito presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) para o mandato 2023-2024. Formado em engenheira civil pela Faap, é diretor de engenharia na Conx desde 1990.

Em sua gestão, um dos pilares será a industrialização do setor da construção civil rumo à construção sustentável. Segundo Estefan, a entidade seguirá trabalhando pela racionalização dos processos construtivos, buscando uma forte integração da cadeia produtiva, sempre com o foco em sustentabilidade, inovação, tecnologia, qualidade e produtividade.

Durante seu mandato, também estarão em foco a atuação na articulação institucional com os diversos representantes dos setores pela busca de soluções dos desafios da construção, além de trabalhar as áreas educacional, ambiental, social, de segurança e saúde do trabalho.

Em entrevista para a Industrializar em Concreto, o presidente do SindusCon-SP, afirmou que “a industrialização da construção é louvável tanto pelo incremento da produtividade como por contribuir para uma construção mais limpa, com menos resíduos e mais sustentabilidade. É um caminho sem volta.”

A seguir, estão os principais pontos abordados por ele:

Poderia fazer uma avaliação do setor da construção civil em 2022?

A indústria da construção representa cerca de 4% do PIB e é uma das maiores empregadoras do país, respondendo por cerca 2,5 milhões de empregos com carteira assinada. Cerca de 50% de todos os investimentos do país acabam passando de uma ou outra forma pelo setor.

Em 2022, o setor enfrentou uma série de desafios: o recrudescimento da inflação que também atingiu os insumos do setor; a consequente elevação dos juros, encarecendo os financiamentos tanto para as empresas do setor como para seus clientes; a guerra da Rússia contra a Ucrânia, que provocou problemas de abastecimento e de preços; e a incerteza em relação aos resultados das eleições. Tudo isto ocasionou uma redução dos investimentos.

Com todas estas dificuldades, estimamos que o PIB da construção tenha se elevado em cerca de 7% em 2022. Se de um lado este percentual mostra uma desaceleração do crescimento, que havia sido de 10% em 2021, por outro lado ele demonstra que o setor enfrentou com grande resiliência todos aqueles desafios.

Este crescimento se deveu principalmente à construção das obras que haviam sido contratadas no ano anterior, e resultou na contratação de mais 194,4 mil trabalhadores, uma elevação de 8,42% na comparação com o número empregado ao final de 2021, segundo o Novo Caged.

Como vê o cenário da construção civil em 2023? 

Estamos em um ano de arrumação da economia, com os conhecidos desafios de se fixar um novo arcabouço fiscal e de se implementar as reformas administrativa e tributária, de modo a induzir a recuperação da confiança dos investidores, colaborando para a redução dos juros e da inflação.

A consequência para a indústria da construção é de nova desaceleração de seu crescimento. Estimamos que o PIB do setor cresça cerca de 2,4%, por conta das obras contratadas no ano passado. Esse percentual resultará da média de crescimentos projetados de 5% para edificações, 4% para os serviços da construção, 1% para as obras de infraestrutura e 1% para o chamado “consumo formiguinha” e autogestão.

Esperamos também uma redução no ritmo de elevação dos preços dos nossos insumos.

Quais serão os maiores desafios para o setor, bem como quais seriam as oportunidades neste ano?

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