Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 22 - abril de 2021

DE OLHO NO SETOR

Industrialização contribui para aumento da segurança, qualidade e sustentabilidade na construção civil

Em dois eventos promovidos no mês de fevereiro, a pré-fabricação em concreto foi evidenciada como uma solução de engenharia que alia o emprego de tecnologias inovadoras ao planejamento assertivo, garantindo aumento de produtividade, maior segurança ao trabalhador e atendimento aos mais diferentes desafios de um projeto

Nas últimas duas décadas, a pré-fabricação em concreto tem sido protagonista em obras importantes nas áreas de infraestrutura, edificações, varejo, indústria, distribuição e logística, realizadas tanto pela  iniciativa privada como pela pública. Mas, o setor ainda tem muito potencial para crescer. “A construção tende a ser cada vez menos artesanal porque o futuro está na industrialização. Muitas construtoras estão investindo em ferramentas de racionalização para tornar seus canteiros produtivos e racionais. E, o grau máximo da racionalização é a industrialização”, disse a engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, durante o Webinar NR-18: Condições de Segurança e Saúde no Trabalho da Indústria da Construção, promovido pelo Instituto de Trabalho e Vida, entre os dias 22 e 26 de fevereiro, com o apoio e patrocínio da Abcic.
No painel intitulado “Gestão de SST na Indústria de Concreto Pré-Moldado”, Íria apresentou ao público diversos tipos de aplicações das estruturas nos mais diferentes segmentos de atuação do setor – infraestrutura, arenas, obras verticais e habitacionais, fachadas e projetos especiais. No caso de obras subterrâneos, ela ressaltou a importância da segurança e saúde do trabalhador e como a industrialização possibilita justamente ampliar essa questão ao reduzir o número de pessoas no local. “Diminuir o contingente de trabalho não significa reduzir empregos, mas sim a oportunidade de requalificação e capacitação”. 
Outro aspecto abordado pela presidente executiva da Abcic foi a questão da normalização, especialmente, os aspectos com interface com a segurança. “As normas técnicas do setor de pré-fabricado de concreto complementam as diretrizes das normas regulamentadoras”, ressalta. Isso porque na ABNT NBR 9062 - Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado, por exemplo, há um maior detalhamento na classificação dos elementos e existe um capítulo dedicado à estabilidade global. “Esse aspecto é fundamental porque diz respeito a todas as ações em que estão sujeitas as estruturas. Ou seja, não somente quando ela está acabada, mas também durante o processo de montagem. Por isso, quem planeja, projeta e monta precisa ter esse conhecimento técnico”, reforça.
Íria ainda comentou sobre as situações transitórias quando, por exemplo, os elementos estruturais são submetidos a variadas situações, como saque das formas ou liberação da protensão, manuseio, movimentação, armazenamento e montagem. “Não adianta ter um sistema de içamento perfeito, se o concreto não resistir e se romper”, disse. Para ela, quando as Normas Técnicas e as Normas Regulamentadoras aplicáveis não são observadas adequadamente há uma maior chance de problemas. “Toda estrutura está sujeita a ter acidentes, porém há como minimizar riscos ao se ter o projeto  e a execução em conformidade a regulamentação e a normalização. Segurança não é só da obra, é de todo processo e envolve projeto, produção, montagem bem como a gestão integrada de qualidade, segurança e meio-ambiente ”, enfatizou. 
Com o objetivo de contribuir para elevar, ainda mais, a segurança no setor da construção, a Abcic desenvolveu o Manual de Montagem das Estruturas Pré-moldadas de Concreto, com uma série de boas práticas e procedimentos de montagem de empresas, que contam com o Selo de Excelência Abcic e cuja validação foi feita por entidades técnicas importantes da área, como o Instituto Trabalho e Vida. 
“É uma ferramenta muito importante porque começa, justamente, no planejamento da montagem, que é uma etapa fundamental. É nesse momento em que juntamente com o a equipe antevê os gargalos e se estuda a mitigação dos riscos também explícitos no PGR (programa de Gerenciamento de Riscos, previsto na atual versão da NR-18) afim de prevenir situações que possam afetar a segurança, garantindo a integridade da estrutura, mantendo o cronograma e assegurando o custo da obra. Quando industrializamos, convertermos parte da mão de obra em logística, por isso é preciso mudar a mentalidade de uma ideia convencional para um conceito novo”, afirmou Íria, que comentou sobre os capítulos existentes no Manual, destacando as questões relativas à tolerância de montagem, carga e descarga e o Plano de Rigging.

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