Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 30 - dezembro de 2023

DE OLHO NO SETOR

Industrialização em concreto amplia produtividade e sustentabilidade nos empreendimentos imobiliários

Painel promovido na primeira edição do Rio Construção Summit reuniu todos os agentes do processo construtivo para debater os desafios, as oportunidades e os benefícios da pré-fabricação em concreto em edificações

A industrialização pode reverter essa questão da produtividade, pois os sistemas construtivos industrializados são produzidos em ambiente fabril, ampliando o controle dos materiais e dos processos de fabricação, eliminando retrabalho e desperdício de materiais e de recursos naturais, e transformando o canteiro de obras em um canteiro de montagem, o que resulta em redução de custos, maior agilidade na construção e retorno sobre o investimento.

Nese sentido, Clara ponderou que “a industrialização de nossos empreendimentos, por meio da pré-fabricação de suas estruturas, desempenha um papel essencial no crescimento de nossa nação. Isso começa com o aumento da produtividade e a melhoria dos controles de qualidade, custos e prazos das obras. Além disso, ao considerarmos as condições de trabalho substancialmente mais seguras, protegidas das intempéries e menos dependentes de trabalho manual, quando produzimos em ambientes controlados de fábricas, estamos promovendo um avanço significativo na criação de empregos de qualidade, o que é crucial para o desenvolvimento do país”.  

Lago corrobrou com a análise de Clara, acrecentando que a pré-fabricação em concreto contribui para o avanço do progresso, uma vez que a principal causa oposta a industrialização é o valor baixo da mão de obra atual. “A mão de obra mais qualificada nos países desenvolvidos é mais cara. Com a tendência de crescimento do Brasil e da redução do trabalho desqualificado, o movimento da industrialização será necessário para redução nos custos de mão de obra da construção”, afirmou.

Solenidade de abertura da Rio Construção Summit reuniu autoridades e  entidades da construção

Ainda neste contexto da mão de obra, Freitas lembrou que o jovem, atualmente, enxerga a construção civil como uma das últimas opções de trabalho, por isso há menos ofertas de profissionais jovens em obras. “Trata-se de uma mudança cultural. Para atrai-los há a questão financeira, mas também se faz necessário tornar o processo construtivo cada vez mais industrial e de montagem e com mais tecnologia envolvida. Assim, a pré-fabricação de concreto é cada vez mais fundamental”, explicou. 

Ele fez ainda uma comparação entre as oficinas mecânicas que antes eram um ambiente mais poluído e hoje são mais limpas, mostrando que o mecânico é um profissional de precisão. “O canteiro de obras convencional é a oficina mecânica de antigamente, onde os operários carregam peso o dia inteiro e trabalham em condições difíceis em relação às obras industrializadas. O que é preciso hoje é que os canteiros sejam as oficinas mecânicas atuais, com os operários sendo um profissional de precisão”.

Durante os debates, Freitas abordou os motivos pelos quais a construção industrializada em concreto ainda é exceção no desenvolvimento de empreendimentos. “O dever de casa em relação à questão técnica foi feito, com normas atuais e alinhadas com os melhores conceitos mundiais o que nos credencia a desenvolver diversos tipos te estruturas com o uso de pré-fabricados de concreto”, disse o projetista de estruturas, ponderando que a indústria também tem caminhado neste sentido. 

Contudo, a seu ver, há casos onde o “receio” impede a aplicação do sistema construtivo, como por exemplo, quando os contratantes acreditam que não haverá projetistas e fabricantes que possam assessorá-los da melhor forma, os engenheiros estruturais tem receio de investir por não ter contratante querendo o sistema construtivo; e até mesmo algumas indústrias não investem, sobretudo no setor residencial, por ter receio de não ter compradores. “Precisamos quebrar este ciclo negativo e buscar uma espiral positiva de desenvolvimento do setor”, pontuou. Sobre as considerações de projeto, ele comentou que, hoje, está incluso também o funcionamento de uma fábrica robotizada, onde o projeto não está sendo manuseado por uma pessoa, mas por um robô, o que exige adequações importantes.

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