Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 30 - dezembro de 2023

DE OLHO NO SETOR

Industrialização em concreto amplia produtividade e sustentabilidade nos empreendimentos imobiliários

Painel promovido na primeira edição do Rio Construção Summit reuniu todos os agentes do processo construtivo para debater os desafios, as oportunidades e os benefícios da pré-fabricação em concreto em edificações

A vivência e a experiência nos projetos sobretudo do ponto de vista do investidor foi o destaque de Lago nos debates, que mostrou em quais momentos a solução pré-fabricada é de longe a preterida como também as situações que ela ainda não se apresentou competitiva. “A previsibilidade no cálculo do custo de obra é uma grande vantagem do sistema, enquanto a desvantagem está em se ter agilidade no orçamento e na implantação do sistema em soluções menores, o que representa um grande obstáculo para a indústria”, enfatizou. 

O foco de Clara da mesa redonda foi destacar as vantagens e os resultados positivos alcançados nos projetos ao adotar abordagens industrializadas, seja em partes específicas dos edifícios ou em sua totalidade. Além disso, salientou que a simples comparação entre sistemas de estruturas de concreto moldado no local e sistemas pré-fabricados não é a abordagem mais adequada para a tomada de decisões.

“É fundamental adotar uma perspectiva mais abrangente no que diz respeito aos negócios. Isso implica em alterar nossa mentalidade e compreender, por exemplo, a diferença no porte da empresa que realiza um empreendimento convencional em comparação com aquela que adota um sistema industrializado. Devemos considerar os prazos envolvidos, os critérios de sustentabilidade, o tamanho da equipe de controle no canteiro de obras e o grau de risco no controle de custos”, explanou Clara.

Cases de Sucesso

Cassol apresentou três projetos desenvolvidos pela indústria: Centro Empresarial São José da Terra Firme, expansão do Shopping Center Breithaupt, e Campus WPP. A primeira obra, realizada em 2004, é um edifício comercial com 14 andares, que foi construído em “L”, com núcleo rígido de contraventamento e nós semi-rígidos nas ligações de vigas e pilares, vigas armadas, vigas protendidas e lajes alveolares pré-fabricadas e pilares moldados "in loco". “Na época do desenvolvimento do projeto, não havia sido definido o método construtivo, por isso foram feitos diversos estudos englobando arquitetura e estrutura, até chegar na solução fina. O pré-fabricado foi fundamental, pois o interesse pela aquisição de unidades acompanhou a montagem das estruturas, garantindo a saúde financeira da obra. Também sua conclusão se deu muito antes do previsto”, disse.

Já o shopping, com 16 andares sem núcleo rígido, utilizou vigas, pilares com 65 m de altura (5 emendas), lajes alveolares e escadas pré-fabricadas. De acordo com Cassol, o desafio esteve em transformar uma estrutura in-loco em uma estrutura pré-fabricada viável economicamente e que respeitasse as mesmas considerações iniciais. Além disso, pela necessidade de se manter o posicionamento dos pilares constantes no projeto arquitetônico original, foi criado um sistema de pórticos rígidos, para assegurar a estabilidade e rigidez ao conjunto da edificação. 

O Campus WPP, projeto recente da Cassol com 35 metros de altura, teve como desafio materializar os desejos do arquiteto com soluções técnicas de engenharia sempre embasados por custo, desempenho, durabilidade e métodos de manutenção. O novo edifício é um conceito arquitetônico idealizado pelo arquiteto brasileiro Gustavo Utrabo que integra a sustentabilidade, a comunidade local e seu entorno natural. Os cinco pavimentos serão conectados por passarelas e escadas que levarão a grandes espaços e galerias conectadas às áreas externas, com espaços de trabalho colaborativos nas varandas e terraços. Mantendo o compromisso da WPP de alcançar o net zero em suas operações até 2025, o edifício buscará a Certificação LEED Gold de sustentabilidade e contará com painéis solares distribuídos no telhado do Campus para alimentar a estrutura com energia verde.

Segundo Cassol, por todos os critérios ESG bem definidos, a obra só poderia ser viabilizada com o sistema construtivo, pois o objetivo do empreendimento era que não houvesse resíduos antes e durante a obra, que houvesse uma redução no consumo de materiais. “A precisão dimensional das estruturas pré-fabricadas de concreto foi fundamental para atender esses requisitos”.

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