Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 35 - agosto de 2025

ABCIC EM AÇÃO

Integração entre pesquisa, projeto e produção fomenta o avanço contínuo da pré-fabricação de concreto

A quarta edição do Encontro Nacional de Pesquisa-Projeto-Produção em Concreto Pré-Moldado foi um verdadeiro sucesso e mostrou a importância da união entre a cadeia de valor para o desenvolvimento sustentável e evolução da construção industrializada de concreto no Brasil.

Com isso, eles chegaram a um sistema que possibilita a automatização de projetos de arquitetura e urbanismo customizados via IA e design generativo. Kuroda explicou que o Viabiliza Layouts utiliza IA para gerar layouts customizados, que são apresentados e ranqueados de acordo com as métricas dos clientes para que eles selecionem as opções de sua preferência. “Antes, eram apresentadas 1 ou 2 opções e, agora, são pelo menos 10. A aprovação que levava meses pode ser feita em menos de um dia, gerando redução de custos e produtividade”, afirmou. 

“A IA é tão importante na arquitetura como o cimento nas construções”, pontuou Kuroda, que enfatizou que há grandes oportunidades na área da arquitetura para realizar projetos mais ajustados, únicos e densos de significados. 

Na sequência, o professor Daniel de Lima Araújo, da Universidade Federal de Goiás (UFG), apresentou ao público participante as pesquisas mais recentes sobre ligações entre elementos pré-moldados de concreto, estudadas pelo grupo de pesquisa sobre “Ligações para estruturas pré-moldadas de concreto e para estruturas mistas aço-concreto”, no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), formado por docentes e pesquisadores de oito universidades brasileiras de diversos estados. 

 Entre os projetos desenvolvidos pelas universidades estão: pesquisas sobre ligações viga-pilar, feitas pela UFG, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Universidade de São Paulo (USP), pesquisas sobre ligações pilar-fundação, realizadas na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP) e Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pesquisas sobre ligações em pontes pré-moldadas, promovidas na EESC-USP e UFG, e pesquisas sobre colapso progressivo, da UFG. 

As dissertações de mestrado e teses de doutorado apresentadas por Araújo demostraram a dedicação de docentes e pesquisadores para o desenvolvimento técnico e tecnológico da pré-fabricação em concreto no Brasil, sendo que algumas contaram com o apoio da indústria para sua realização, bem como realizaram a aplicação de materiais de ultra-alta resistência como o UHPC.

Sobre pesquisas futuras na área de ligações, o professor da UFG mencionou a dissertação de mestrado sobre o emprego de IA e Machine Learning no projeto de ligações. “Um grande desafio está relacionado aos dados, pois há dificuldade para treinar uma IA sem uma grande quantidade de informações”, afirmou. Também está sendo feita uma tese de doutorado sobre desenvolvimento de modelos mecânicos para dimensionamento de ligações com uso de UHPC. 

A palestra seguinte ficou a cargo do Pablo Krahl, da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Universidade Estatual de Londrina, que tratou da inovação, desafios e aplicação do UHPC e CA-70 em estruturas pré-fabricadas. “Os materiais de autodesempenho, com vistas à sustentabilidade e na direção da produção de elementos com menos massa, impacta a cadeia produtiva da industrialização da construção”, avaliou. 

Segundo Krahl, o UHPC é praticamente impermeável, com alta resistência e capacidade residual de pós-fissuração. Por ter como benefício a maior durabilidade e longevidade, o UHPC deve contribuir para aumentar a vida útil da estrutura, pois o material pode durar 300 anos. Mas, ele questionou como realizar esse cálculo do tempo de vida da estrutura, levando em consideração a corrosão, os diferentes cenários climáticos e a manutenção. 

Ele abordou outros temas como a resistência do UHPC sob impacto, o empacotamento por partículas, que é a técnica de dosagem usualmente aplicada, a possibilidade de se fazer UHPC com agregado graúdo (5mm), o tempo de mistura entre 5 a 10 minutos em misturadores de alta energia, a possibilidade de reduzir o consumo do cimento por elemento estrutural a partir da otimização do projeto, as taxas de aço menor que 1% tendem a ter perda significativa de ductibilidade em vigas UHPC, e fibras para UHPC sendo comercializadas no país. 

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