ABCIC EM AÇÃO
A quarta edição do Encontro Nacional de Pesquisa-Projeto-Produção em Concreto Pré-Moldado foi um verdadeiro sucesso e mostrou a importância da união entre a cadeia de valor para o desenvolvimento sustentável e evolução da construção industrializada de concreto no Brasil.
O painel Projeto abordou a normalização atual aplicável aos pré-moldados e as tendências futuras incluindo o UHPC – Ultra High Performance Concrete
O engenheiro afirmou que está acumulando diversas questões trazidas por consultores, projetistas e outros profissionais para serem tratadas quando houver a reabertura para revisão da norma, com o objetivo de aprimorar o texto e atender as necessidade do mercado. Nesse sentido, ele trouxe 16 exemplos dessas situações que podem ser debatidas na comissão de estudos de revisão da norma, como por exemplo, a tabela de resistência de força cortante para laje alveolar não ser eficiente quando os alunos começam a fazer os estudos, resistência de fogo no painel, comprimento da viga no cálculo, o grampo na extremidade da viga, e a incompletude da tabela de protensão na ABNT NBR 6118.
Para Melo, hoje, o setor de pré-fabricados de concreto tem maturidade para se separar da ABNT NBR 6118, tendo uma norma própria, que pode remeter ou repetir soluções que estão na norma de projeto. “O ideal é que a ABNT NBR 9062 seja inteira nela mesma, abordando todos os itens que forem pertinentes e o que for igual é igual”, concluiu.
A seguir, o engenheiro Augusto Pedreira de Freitas, diretor da Pedreira Ônix, trouxe suas considerações sobre a ABNT NBR 16475 - Painéis de Parede de concreto pré-moldado e os pontos para a evolução na próxima revisão. Iniciou com um histórico, no qual destacou que, desde 1970, o Brasil vem fazendo a tropicalização do painel portante, cujo expoente foi o professor Augusto Carlos Vasconcellos (in memoriam). Entretanto, não havia norma específica, cujo comitê de estudos foi aberto em 2012, pela evolução do sistema e por haver outros sistemas com painéis, como o painel arquitetônico, e mais recente, o sistema Precon.
Para o estabelecimento da norma, o comitê analisou, de 2012 a 2017, os diversos sistemas e verificou quais sistemas e condições para incluir no escopo de normalização. Foi discutido que seria uma norma mais conservadora, então o texto base foi aprovado para publicação em 2017. Freitas enfatizou a participação do professor Marcelo Ferreira e do NETPre para uma análise mais profunda sobre as ligações, e pela norma tratar do colapso progressivo.
Na visão de Freitas, em função da crise de 2016 e da pandemia, houve pouco uso de painéis, mas com evoluções interessantes, como a chegada do sistema carrossel, que impulsionou o uso de painéis duplos, a tropicalização de algumas conexões, e a verticalização das construções. “Realmente, o Brasil decidiu subir. Sejam edifícios de alto padrão, médio padrão ou segmentos econômicos, o painel pode ser utilizado”, enfatizou o engenheiro, que trouxe exemplos do que foi feito nesse período como o desenvolvimento de projeto Pilotis com 8 andares em painel duplo, residência em módulos 3D formado por pré-montagem de painéis 2D.
O engenheiro trouxe alguns pontos que podem ser levados para a discussão de uma possível revisão da norma, como o dimensionamento dos painéis com método alternativo proposto pelo professor Mário Franco (in memoriam) junto com o engenheiro Carlos Franco, informações trazidas em publicações recentes, preocupações para o uso de painéis portantes em edifícios altos, novas conexões, painel arquitetônico em edifícios altos e novos cases no setor.
Na avaliação de Freitas, a revisão pode preparar o futuro do setor, como por exemplo, a maior industrialização pela escassez de mão de obra, oportunidades em edifícios de alto e médio padrão para o painel arquitetônico. Nas faixas 1 a 4 do Minha Casa Minha Vida, há chances para o painel portante. “O grande objetivo para os próximos anos é o painel arquitetônico, pois as fachadas estão se tornando mais complexas”, analisou.