ESPECIAL DIA DAS MULHERES

Nesse sentido, ela lembrou do Encontro Nacional de Pesquisa-Projeto-Produção em Concreto Pré-Moldado, coordenado pelo professor Mounir Khalil El Debs, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em São Carlos (USP-São Carlos), que tinha o propósito de integrar a academia e o setor industrial. As três edições do evento (2005, 2009 e 2013) receberam membros da fib. 

Professor Sherif Yehia, representante da delegação dos Emirados Árabes Unidos junto à fib, no evento

A partir deste encontro, apoiado pela Abcic, pela Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), pelo Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON) e pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), foram elaborados documentos sobre ligações, materiais, sistemas estruturais, procedimentos construtivos e aplicações especiais, que foram apresentados em eventos da fib ou em reuniões da Comissão 6 de Pré-Fabricados de Concreto.

Íria explicou que a Comissão 6 possui um importante papel na construção de concreto no mundo, por isso está constantemente envolvida com as demandas da sociedade relacionada à habitação, prédios comerciais e obras de engenharia civil. “A construção industrializada pode trazer eficiência de custos, soluções de boa qualidade e amigáveis ao meio ambiente, por isso o objetivo principal da Comissão é trabalhar pelo desenvolvimento sustentável do pré-fabricado de concreto. O objetivo geral é promover o entendimento sobre projeto estrutural, tecnologia e uso do sistema construtivo”.

Desse modo, na visão de Íria, é importante integrar o desenvolvimento da construção industrializada em concreto em cada país com a comissão 6, para que formas inteligentes de se construir sejam disseminadas por todo o mundo. O grupo brasileiro também colaborou em outros materiais, incluindo o Código Modelo 2020, por meio da participação ativa do engenheiro Fernando Stucchi, líder do grupo nacional. 

Ela falou ainda sobre a importância de contar com especialistas da fib no Brasil apoiando o desenvolvimento do sistema construtivo, contribuindo com a academia e também a normalização. “Toda essa integração entre a engenharia e o setor de pré-fabricados de concreto brasileiro com a fib contribui também para o arcabouço normativo no país ligado a esse segmento. “Por meio das publicações da fib e do envolvimento de vários brasileiros nas comissões, pudemos conhecer o que é aplicado mundialmente e utilizar essas informações para estabelecer normas técnicas das estruturas e do elementos pré-fabricados adequadas à nossa realidade, ou seja, pensando globalmente, mas agindo localmente.” 

Mas, também, o inverso tem acontecido, segundo Íria, uma vez que o Selo de Excelência da Abcic, programa de certificação que atesta a qualidade, a segurança e a sustentabilidade das indústrias e fabricantes associados à Abcic foi inserido no boletim de sustentabilidade da fib.

Ao final de sua apresentação, Íria reforçou que a construção industrializada de concreto possui um grande potencial para responder de forma rápida às demandas e requisitos diferenciados solicitados pelo mercado, e apontou os próximos passos do setor: implementação da declaração ambiental do produto, uso de novos materiais como o UHPC (Concreto de Ultra Alto Desempenho), e desenvolvimento de novas tecnologias e digitalização.

O 5º Fórum de Mulheres na Engenharia destacou ainda o papel vital das mulheres no avanço da arquitetura sustentável e discutiu a necessidade crítica de uma indústria de construção inclusiva, ao mesmo tempo em que inspirou e incentivou jovens mulheres a seguirem carreiras em engenharia.