Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 22 - abril de 2021

ESPECIAL DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Mulheres têm papel fundamental no desenvolvimento da engenharia, da construção e do pré-fabricado de concreto no Brasil

As personalidades femininas trazidas nesta matéria especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher são exemplos atuais de como o trabalho árduo somado as características, como sensibilidade, resiliência, persistência, foco e discernimento, resultam em uma contribuição ímpar para a evolução desses três setores, em diferentes contextos e setores produtivos

Laura Marcellini

Uma das atribuições de Laura tem sido coordenar GTs de Construção Industrializada, um interno à ABRAMAT e alguns externos. Mais recentemente, Laura tem liderado o Grupo de Trabalho Consultivo da meta 9, relativa à Construção Industrializada, no âmbito o âmbito de um Termo de Colaboração firmado em 2020 entre o Ministério da Economia e a RECEPETI – Rede Catarinense de Inovação. resultante de um Edital lançado pelo Ministério.
O maior desafio enfrentado por Laura foi uma virada radical de direção na carreira, quando já tinha 5 anos de atuação na área de hidrologia, com um mestrado em andamento. O motivo disso foram as dificuldades financeiras da Fundação onde trabalhava, que começou a atrasar salários em época de hiperinflação. Então, ela aceitou uma oferta de trabalhar na área comercial técnica de uma indústria de argamassas. “Não foi nada fácil sair de trás de um computador, onde eu desenvolvia modelos matemáticos, passar por um treinamento de técnicas de vendas, receber um carro da empresa para ir a campo, demonstrar e negociar venda de produtos com construtoras, mas o desenvolvimento de versatilidade que isso me proporcionou foi enorme”, recorda.
Anos depois, já em outra empresa, seu maior desafio foi atuar como engenheira de assistência técnica, realizando visitas de atendimento a reclamações de clientes, em obras e reformas realizadas principalmente por consumidores finais, em que eram comuns as falhas de especificação e instalação dos produtos, ocasionando problemas variados. “Tudo isso exigia vistorias e perícias, orientações in loco, além de verificação de eventuais falhas dos produtos em si. Lidar com consumidores insatisfeitos de diversas origens e instaladores que não praticavam a boa técnica foi desafiador, mas me ajudou a desenvolver mais habilidades”. 
A engenheira Geórgia Grace, gerente de projetos de desenvolvimento setorial da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), afirma que na área de sua atuação a presença feminina é percebida, composta por engenheiras e arquitetas, contudo, no nível gerencial, que na minha percepção ao longo dos 11 anos de CBIC não é maior que 20%. “Não estamos sem representação no nível de liderança/tomadores de decisão em virtude da marca do trabalho consistente e valoroso da Íria Doniak, na ABCIC, e por termos tido duas Secretárias Nacionais de Habitação, do Governo Federal, no ínterim de minha trajetória dentro da CBIC: Maria Henriqueta Alves e Inês Magalhães”. 
Em sua opinião, a mulher na construção, seja no canteiro de obras ou em trabalhos gerenciais, sempre tem que provar, no médio-longo prazo, a que veio e o que é capaz de entregar, enquanto que para os homens etereamente há uma tácita aposta que o profissional pode dar certo. “Essa diferença nas atmosferas que circundam a mulher e o homem no ambiente de trabalho não é sutil para nós mulheres que costumamos ser sagazes ao subjetivo do cotidiano. Então, observo que essa ambiência de déficit de credibilidade se torna mais evidente quando emerge uma liderança feminina, num setor como o da construção”. 

Geórgia Grace

Por isso, para ela, o maior desafio, mais estimulante e sempre contínuo ao longo da minha trajetória profissional é assumir desafios. “Aqueles projetos nunca trilhados que te dão um frio na barriga ao assumir são os melhores degraus para seu crescimento”.
Já arquiteta e urbanista Márcia Bozza Haddad, consultora Sênior da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), afiram que sua história profissional sempre foi pautada no respeito e no fundamento técnico. “Como atuei por muitos anos na área de concessão de financiamento para a construção civil, os contatos externos eram feitos com os representantes das empresas, em sua grande maioria homens. Mas o embasamento técnico sempre possibilitou esse contato respeitoso, mesmo quando o posicionamento final era negativo. Junto à equipe interna, essa disparidade foi menos evidenciada devido à equipe ser mais homogênea, com um número mais equitativo entre colaboradores homens e mulheres”.    

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