ESPECIAL DIA INTERNACIONAL DA MULHER
As personalidades femininas trazidas nesta matéria especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher são exemplos atuais de como o trabalho árduo somado as características, como sensibilidade, resiliência, persistência, foco e discernimento, resultam em uma contribuição ímpar para a evolução desses três setores, em diferentes contextos e setores produtivos
Equipe da Abcic: Daliana Cabral, Sylvia Mie e Jôze Ferreira
Mesmo não se considerando uma liderança setorial, Inês tem um papel muito importante para a normalização da construção civil brasileira. “Apenas procuro fazer meu trabalho da melhor forma possível e tornar a atividade de normalização técnica mais atrativa, pelo entendimento do que representa e dos inúmeros benefícios que pode trazer a uma sociedade organizada”.
De acordo com sua avaliação, o Brasil é carente nessa área, apesar de contar com profissionais dedicados e empresas/entidades que entendem e valorizam a atividade, pois a cultura da Normalização Técnica, embora esteja evoluindo, é ainda incipiente, se comparada ao que se verifica em países como Japão, Coréia, Estados Unidos e nações da Comunidade Europeia.
Inês Battagin
Desse modo, nessa linha de atuação o desafio é constante e com a publicação da Lei Geral de Proteção de Dados, essa questão tem se tornado extremamente complexa, pois, se por um lado é essencial ter acesso aos mais diversos contatos de pessoas e empresas, para que sejam convidados a tomar parte nos trabalhos, por outro, o acesso a esses contatos tornou-se restrito e o tratamento que deve ser dispensado às informações pessoais é mais complexo, pela responsabilidade envolvida.
“Os Comitês Brasileiros de Normalização Técnica, como é o caso do ABNT/CB-018, pelo qual respondo, têm nas Comissões de Estudo sua grande força de trabalho, com a participação de especialistas que, voluntariamente, colocam seu conhecimento à disposição da sociedade, para que as Normas Brasileiras expressem as melhores soluções em cada caso. Via de regra, nessas Comissões, tem-se discussões de altíssimo nível e grande colaboração dos participantes para o desenvolvimento ou a revisão dos documentos normativos”, pondera.
Nesse sentido, o apoio da ABCP tem sido fundamental porque sedia o ABNT/CB18 e provê o Comitê os recursos necessários ao desenvolvimento dos trabalhos de normalização técnica, tendo possibilitado a realização de inúmeras reuniões de Comissões de Estudo em suas dependências, além de incentivar a atuação de seus especialistas em temas diversos, com o apoio do laboratório de excelência da entidade no desenvolvimento de pesquisas e na realização de ensaios para comprovação de resultados necessários ao avanço seguro dos textos normativos.
Mesmo com tantos desafios, Inês ressalta que algumas vitórias trazem a certeza de que vale à pena insistir, para que de fato a sociedade seja a maior beneficiária desse produto, a Norma Técnica, que é desenvolvida por essa mesma sociedade. Durante sua bem-sucedida carreira, a engenheira recebeu o Gilberto Molinari, durante o 56º. Congresso Brasileiro do Concreto, em 2015, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao Instituto Brasileiro do Concreto.
Economia e pesquisa
Já na área da economia, voltada para o setor da construção, as mulheres estão representadas pela economista Ana Maria Castelo, coordenador de projetos da construção da Fundação Getulio Vargas (FGV). “É uma grande responsabilidade, mas também instigante – o aprendizado não acaba nunca. Ao realizar estudos e projetos, temos a oportunidade de compartilhar e aprender também. Na FGV, um aspecto muito importante do meu trabalho diz respeito ao relacionamento com outras pessoas”.
Ana explica foi para a FGV já como uma especialista na área da construção com muitos trabalhos realizados. “Acho que para mim o maior desafio foi aprender a encarar plateias para fazer palestras. Eu era muito tímida. Assim precisava de um longo preparo. Hoje parece natural como falar com amigos, talvez porque depois de tanto tempo, a maioria seja, de fato, pessoas conhecidas.