Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 27 - dezembro de 2022

DE OLHO NO SETOR

Obra com aplicação do pré-fabricado de concreto é destaque no 25º ENECE

Torres Sucupira e Tarumã do Parque da Cidade foram projetados pelo engenheiro projetista de estruturas Ricardo França. Obra foi vencedora do Prêmio Talento Estrutural 2021, na categoria Edificações

A solução adotada foi o sistema de pré-vigas e lajes alveolares com core trepante, que contribui para o aumento de produtividade, industrialização da obra, controle de produção, estoques mínimos durante a execução e redução do custo da mão de obra e de execução. Os painéis eram produzidos em fábrica, enquanto as pré-vigas foram moldadas na própria obra.

A viabilidade econômica foi um dos motivos pela adoção dessa solução. Uma das planilhas da obra mostrou o comparativo de preços em 2012. “A solução em pré-viga com painel fornecido pela Alveolare, pilar e núcleo moldado in loco levava 11 meses para a execução da estrutura”, disse França, que acrescentou que a diferença de preço entre as soluções estudadas não era grande. Para ele, é sempre preciso estudar cada obra, levando-se em conta a experiência, a tecnologia, mas buscando olhar para o futuro e para novos fatores. “Como posso melhorar?”, ponderou. As demais torres utilizaram uma solução semelhante, mas com melhorias e requintes diferentes.

Parte das estruturas pré-moldadas foram concebidas em conjunto com o engenheiro Francisco Oggi, da Empório do Pré-moldado, que também auxiliou em todos os processos ligados a esse sistema construtivo. A obra foi composta por pilares-parede (núcleo rígido), pilares retangulares moldados in-loco, pré-vigas moldadas no canteiro, lajes alveolares pré -fabricadas protendidas fornecidas pela Alveolare e capa final de concreto, que fazia a solidarização do conjunto.

O engenheiro projetista de estruturas mostrou ainda que à época a mão de obra contratada teve um custo de R$ 389,15/m³, contra R$ 500/m³ a R$ 600/m³ cotado no mercado. Já o custo de cimbramento foi de apenas R$ 1,92/m³ ante R$ 7,42/m³ de uma estrutura convencional.  Sobre o ganho de produtividade por homem-hora/m³, a OR calculou que o sistema construtivo alcançou o índice de 0,65 hh/m³, contra 1,15 hh/m³ em um sistema convencional.

Além da redução do prazo da estrutura de 13 meses para 11 meses, a escolha pelo pré-fabricado, de acordo com França, se deu também pela redução do número de funcionários de 80 para 50 pessoas, pela inexistência de formas de laje e de cimbramento para a laje e pela utilização de forma metálica, diminuindo eventuais perdas.

As lajes alveolares contam com largura de 1,25 metros, comprimento de 10 metros e espessura de 21 cm, com contra flecha menor que 5 cm e armação do capeamento em tela. As pré-lajes aplicadas em áreas parciais do core contam com espessura de 4cm somado aos 10 a 18 cm de consolidação. As vigas pré-moldadas possuem largura de 0,25m, comprimento de 9,85m e altura final de 0,6m. O peso máximo das peças foi de 5 toneladas. Já as sobrecargas somavam 150 kgf/m² (permanente) e 500 kgf/m² (variável).

“Antes da obra se iniciar, a equipe da OR estudou todos os condicionantes, incluindo a disposição final de cada grua. A Sucupira utilizou três gruas e foram avaliados seus movimentos e quais tipos seriam usados na montagem”, disse França, que refletiu sobre a evolução desse tipo de equipamento, uma vez que havia obras residenciais que foi preciso diminuir o número de pré-moldados por não haver grua para todo o processo. “Esse estudo minucioso foi muito interessante porque levou ao aprimoramento e a viabilização dessas novas tecnologias, otimizando todo o projeto”.

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