Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 23 - setembro de 2021

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Obras premiadas retratam o estado da arte da industrialização em concreto no país

Nesta matéria especial, a Revista Industrializar em Concreto destaca as características dos projetos homenageados em todas as edições do Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto, ressaltando como a ousadia, a inovação, a beleza, a qualidade, a segurança, a sustentabilidade e a produtividade estão sempre contempladas nas obras realizadas pelo setor

Universidade Federal do ABC teve como diferencial aliar todas as vantagens da construção com pré-fabricados à flexibilidade arquitetônica e a característica hiperestática da estrutura

O Super Muffato, de São José do Rio Preto (SP), contou com projeto estrutural de Ériton Nunes da Costa, projeto arquitetônico de Ricardo e Leonardo Bragaglia e estrutura de pré-fabricado de concreto fornecida pela Marna Pré-Fabricados. Com 25 lojas de apoio e praça de alimentação, a obra destaca-se por ter buscado a máxima eficiência energética, devido a seu uso, proporções e grandes áreas de fachada, que certamente resultariam em significativo consumo de água e energia. A estratégia foi dividida em duas frentes: utilizar materiais e métodos construtivos industrializados e racionalizados, que oferecessem desempenho térmico e acústico satisfatório, e tirar o maior proveito possível de recursos como a iluminação natural e a água da chuva para reuso. A estrutura principal da obra foi predominantemente concebida em concreto pré-fabricado, armado e protendido. 

Arenas olímpicas
O vencedor da sexta edição do Prêmio Obra do Ano foi o Shopping Morumbi Town, em São Paulo, um empreendimento da Gazit Brasil, que conta com 30.800m² de área bruta locável (ABL), quatro pisos, 103 lojas, 20 quiosques e 1.400 vagas de estacionamento (6 andares). Planejado para oferecer o máximo de conforto e aconchego aos seus usuários, o shopping conta com um projeto arquitetônico de Antônio Dias Neto, do escritório Lopes Dias Arquitetura, que prioriza grandes átrios e a criação de praças internas, constituindo uma pequena cidade. A parte interior e a área exterior se integram através de suas varandas e transparências. Em questões de sustentabilidade, além da iluminação natural, foram projetadas algumas paredes vivas, utilizando mais de cinco tipos diferentes de plantas naturais. 
A construção está situada em um terreno pequeno, com grande movimentação de veículos e pessoas. Desse modo, os engenheiros responsáveis pela montagem das estruturas realizaram um planejamento minucioso e preciso, para que tudo transcorresse dentro da normalidade. O engenheiro responsável pelo projeto estrutural das lajes e dos painéis foi Marcelo Cuadrado Marin e o engenheiro responsável projeto estrutural dos pilares e das vigas, Cesar Pereira Lopes. 
O trabalho em conjunto com a construtora responsável pela obra, a Fonseca & Mercadante, foi determinante para o desenvolvimento da solução, que propôs a utilização de fcks de até 80 MPa. Com isso, houve a redução significativa de seções na estrutura e da seção das lajes por meio da utilização de armaduras de continuidade. A obra  também se destaca pela pós-tensão feita no canteiro para algumas vigas. Houve ainda a necessidade de que pilares de até 23 metros de altura fossem colocados no meio do vão de vigas, já que eles recebiam cinco pavimentos, além disso várias emendas de pilares foram necessárias para atender a altura da edificação, com alguns chegando a 40 metros.
O projeto estrutural previu balanços dos mais diversos tamanhos, chegando a 8 metros em viga de 21 metros, que foi viabilizado mediante uma etapa de pós-tensão na própria fábrica. A viga apresentava outra particularidade: tinha interface com quatro pilares que a tangenciavam, sendo assim os dois pilares que serviam de apoio a viga pertenciam ao mesmo eixo dos outros dois pilares tangentes a viga. Isso exigiu um rígido controle da montagem da estrutura, para que o prumo dos pilares permitisse o posicionamento nos apoios sem a interferência dos pilares centrais.
Os painéis arquitetônicos utilizados nas fachadas exigiram o desenvolvimento de um projeto para confecção de um protótipo para apresentação e aprovação do shopping. A forma para os painéis em concreto pré-fabricado era constituída de material polimérico, que para ser confeccionada foi necessária a produção de uma contrafôrma, onde foram empregados 760 elementos de madeira em três níveis de espessura, que proporcionaram a estampa escolhida. Os painéis em concreto pré-fabricado especificados no projeto apresentavam dimensões médias de 2,20 m x 10,0 m. 

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