ABCIC EM AÇÃO
A economista Ana Maria Castelo, da FGV, apresentou os dados da sondagem do setor durante o Abcic Networking XII, que contou também com a apresentação do engenheiro Roberto Curra, da Curra Engenharia, sobre o método da maturidade no concreto
Em clima de confraternização, o último ABCIC Networking em 2022 encerra as atividades externas da entidade, com a apresentação da Sondagem Setorial pela economista Ana Maria Castelo, da FGV
A produção do setor de pré-fabricados de concreto cresceu 32% em 2021 ante o ano de 2020, conforme a sondagem elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido da ABCIC. Em relação à 2019, a produção, em 2021, obteve uma alta de 32,4%. O resultado positivo se deve, na avaliação da economista Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção da FGV, a mudança qualitativa em direção à industrialização. Os dados da sondagem foram apresentados, em primeira mão, aos associados e convidados do Abcic Networking XII, realizado no dia 30 de novembro, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo.
Na abertura do evento, Felipe Cassol, presidente do Conselho Estratégico da ABCIC, ressaltou que a construção industrializada, independentemente da transição no cenário político, tem procurado uma jornada de mais estabilidade. Comentou ainda que o Conselho Estratégico validou a recomendação do Planejamento Estratégico, que será apresentado aos associados no início de 2023. Desejou um ano de 2023 de tempos ainda melhores.
Associados e representantes das entidades parcerias estiveram entre os convidados do XII ABCIC Networking
A engenheira Íria Doniak, presidente executiva da ABCIC, falou sobre a participação da entidade no grupo Construção é + que vem sendo liderado pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. O grupo está debatendo com parlamentares e a equipe de transição. “Nós evoluímos muito em termos de industrialização dentro do Ministério da Economia, através do Projeto Construa Brasil. Por isso, queremos que haja continuidade no próximo governo das ações em defesa e em prol da industrialização. Essa é uma das bandeiras do grupo”, disse.
Na avaliação de Íria, o bom resultado apresentado pelo setor representado pela ABCIC é explicado, em parte, por esse movimento pró-industrialização da construção. “Sabemos que temos potencial para sermos protagonistas importantes, pois a industrialização é solução para muitos problemas que a construção civil já enfrenta como o “apagão da mão de obra”. Nos consolidamos em vários segmentos da economia, mas precisamos avançar em outros, nos quais enfrentamos obstáculos, como a área habitacional, que devido às questões de financiamento de longo prazo e de tributação, são mais difíceis de viabilizar. A demanda contínua, portanto, é necessária para acelerar o movimento de produtividade no setor”, explicou.
Em outubro, o grupo publicou um artigo no jornal O estado de São Paulo e já preparou um novo texto, que será publicado brevemente, colocando em evidência a necessidade de reformular aspectos tributários que impactam no setor. “Vamos continuar a trabalhar em prol dessa bandeira, pois o Brasil precisa aumentar a produtividade. Além disso, percebemos que tanto o universo público como a iniciativa privada estão clamando por mais industrialização e modernização do setor”, destacou Íria, que também agradeceu a parceria e apoio das entidades presentes, dos convidados e falou sobre a importância do uso da tecnologia para garantir as soluções rumo a neutralidade de carbono.