ABCIC EM AÇÃO
A economista Ana Maria Castelo, da FGV, apresentou os dados da sondagem do setor durante o Abcic Networking XII, que contou também com a apresentação do engenheiro Roberto Curra, da Curra Engenharia, sobre o método da maturidade no concreto
Para realizar o método de maturidade, pode se usar um sistema de monitoramento de temperatura da Con-Cure, o NEX, que fornece em tempo real a temperatura do concreto, por serem feitas no local. Com isso, há a diminuição de custos e de tempo, menos mão de obra e decisões mais rápidas devido aos alertas que são emitidos pela ferramenta.
Curra explicou que o aparelho faz três vezes mais leituras do que as ferramentas tradicionais, gerando seis vezes mais informações que o mínimo necessário. Conta com três sensores, que podem ser colocados, inclusive, para fazer correlação entre a temperatura ambiente e da obra. “Isso propicia um maior gerenciamento da obra, pois se cria uma curva de maturidade”.
O sensor da ferramenta é envolto de epoxi e revestimento metálico para suportar a agressividade do ambiente, mantendo sua durabilidade. Por ser termistor, um semicondutor, que precisa de uma bateria para criar uma corrente de energia, pode ser calibrado para ter desvio zero.
Para Curra, o fermento do bolo na questão da concretagem está na energia de ativação. “Quando o fermento não está bom, o bolo não cresce, se ele é muito potente, a massa irá transbordar. Como resolver isso em termos de maturidade, basta fazer os cálculos e encontrar a energia de ativação”, ponderou. A ferramenta mede automaticamente, com mais precisão e menor custo a energia de ativação. “Esse dado não é constante e único e os aparelhos descartáveis utilizam números fixos, o que não corresponde com a realidade”.
O NEX, na visão de Curra, é uma ferramenta do concreto, confiável e econômica, ao prover redução de custos em todo o processo, não apenas no uso de cimento. “A maturidade eleva a segurança nas construções, otimiza o tempo, reduz a geração de resíduos e customiza o traço do concreto”, finalizou.
Para Ronaldo Costa, Conselheiro Titular no Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/SP), o ABCIC Networking trouxe informações importantes, pois demonstrou o cenário das expectativas para 2023. “Somos uma cadeia, por isso os reflexos acontecem para todos, incluindo os conselhos profissionais”, disse. Para ele, todos os tipos de apoio e convênios formalizados são de grande ganho, seja para as entidades setoriais como para os profissionais, pois acabam somando ao exercício da profissão de arquitetura e de engenharia.
O engenheiro Carlos Melo, diretor de Pré-Moldados da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), afirmou que o evento é muito importante por trazer uma análise do mercado. “Vemos as tendências e começamos a nos planejar”, pontuou. Ele antecipou à Revista Industrializar em Concreto que foi feito um planejamento para os próximos dois anos para a diretoria de pré-moldados, que envolve apresentações nas regionais em todo o Brasil sobre o sistema construtivo. “A ideia é, primeiramente, realizar palestras para posteriormente se ter um curso, a fim de orientar os profissionais de projetos em relação as peculiaridades do pré-fabricado de concreto. Pretendemos sentar com a ABCIC para definir pautas conjuntas, unindo forças, para fazer um trabalho nesses dois anos de mandato.”