Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 27 - dezembro de 2022

ABCIC EM AÇÃO

Pré-fabricação em concreto cresceu acima do setor da construção, segundo sondagem da FGV para a ABCIC

A economista Ana Maria Castelo, da FGV, apresentou os dados da sondagem do setor durante o Abcic Networking XII, que contou também com a apresentação do engenheiro Roberto Curra, da Curra Engenharia, sobre o método da maturidade no concreto

Para ela, a construção pode ajudar a mitigar a desaceleração do PIB, pois há ainda um ciclo de investimento no mercado imobiliário e na infraestrutura, bem como as expectativas quanto aos programas habitacionais. “As incertezas permanecem altas e já se sabe que o mundo vai crescer menos, assim como o Brasil. Mas, a economia brasileira tem mostrado enorme resiliência”, pontuou. Ela ainda lembrou que o grau de boa vontade do mundo com o Brasil pode favorecer a vinda de capitais externos.

Método de Maturidade

  O Abcic Networking XII contou ainda com a palestra do engenheiro Roberto Curra, da Curra Engenheira, que tratou do tema “Método da Maturidade: A Resistência do Concreto na Obra”. (Confira artigo técnico de autoria de Curra sobre maturidade na página 62) Ele trouxe exemplos de obras que utilizaram o método, assim como de consultorias feitas no Brasil, que contribuíram para aferir a resistência do concreto, reduzindo custos e garantindo a qualidade e durabilidade da construção. “Em um dos casos, conseguimos liberar em 48h o concreto”, pontuou.

Ele falou sobre a importância de manter o corpo de provas em um ambiente adequado, pois a temperatura ambiente interfere na resistência do concreto. “Quando se molda o corpo de prova dentro da peça concretada, ele fica mais próximo da temperatura da cura do concreto”, explicou.

Em sua avaliação, quanto mais quente for o ambiente, mais rápido a reação vai ocorrer, acelerando o ganho de resistência. “A partir do momento que se tem o concreto definido, duas variáveis interferem na cura: tempo e temperatura. Por isso, é importante medir a temperatura da forma antes de ser concretado, já que a variação da temperatura levará na variação do tempo de cura”, disse Curra, que acrescentou que ao se colocar um sensor para medir a temperatura no corpo de prova, é possível fazer uma curva de comportamento do concreto.

Segundo Curra, o Método da Maturidade é um ensaio não destrutivo e é usado para concretos em tenra idade. O sistema pode ser utilizado para estimar a resistência do concreto no local e em tempo real, fornecendo a base para o início das atividades construtivas críticas, tais como: remoção do escoramento, formas em paredes de concreto e pós-tensionamento das estruturas.

Em sua apresentação, ele ponderou sobre quanto custa a falta de informação do próprio concreto, o que pode levar a um uso excessivo de materiais, gerando resíduos e gastos desnecessários. Daí a importância de se conseguir customizar o traço de acordo com a demanda da obra. “Não consigo controlar a temperatura ambiente, mas posso controlar a ação para não haver tanta interferência”.

Um estudo do Instituto Americano de Concreto (ACI) apontou quais são os 25 itens na moldagem e no rompimento de corpo de provas responsáveis por maior perda de resistência. Em primeiro lugar estão as pontas convexas, cuja perda de resistência chega a 75%, seguidos pela consolidação insuficiente, com 61%, e problemas no capeamento, com 53%. “Se eu errar 1% o corpo de prova em cima desses 25 itens listados tenho uma perda de 25% na resistência”, explicou.

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