ABCIC EM AÇÃO
A economista Ana Maria Castelo, da FGV, apresentou os dados da sondagem do setor durante o Abcic Networking XII, que contou também com a apresentação do engenheiro Roberto Curra, da Curra Engenharia, sobre o método da maturidade no concreto
Para 2022, 60% das indústrias espera um aumento da produção, enquanto 25% acredita que permanecerá estável e 16% que haverá redução. Para 2023, 55% das indústrias estimou um crescimento e 43% disse ficar estável, contra 3% de diminuição. “É um cenário otimista, pois o setor está em um patamar elevado”, pontou Ana Maria.
Íria Doniak e Felipe Cassol recebem os convidados do evento que encerrou as atividades da ABCIC
Em termos de investimentos, 48% dos entrevistados realizarão novos aportes financeiros, e desse total, 58% disseram que a decisão já é certa contra 42% de uma decisão quase certa. No caso dos investimentos das construtoras, o índice de aumento de recursos é menor, de 23%. Contudo, a economista comentou que as expectativas do setor da construção avaliadas em novembro tiveram uma queda de 8,8%. “Um ponto no tempo não significa muita coisa, mas se todos acreditarem que 2023 será um ano ruim, não haverá investimentos, as pessoas não gastarão, portanto, será um ano ruim. Assim, as expectativas são muito relevantes para saber qual é a predisposição das empresas e das pessoas em investir”.
Engenheiro Roberto Curra, da Curra Engenharia, patrocinador do ABCIC Newtorking, ministra palestra “Método da Maturidade: A Resistência do Concreto na Obra”
Em sua avaliação, Ana Maria falou sobre os condicionantes para o ano que vem no âmbito da economia. São eles: tensões geopolíticas, desaceleração da economia mundial, preços das commodities energéticas e não energéticas e a situação fiscal no Brasil. Por outro lado, parece estar se encaminhando a questão da inflação e do ciclo de juros no país, bem como o investimento privado externo e interno.
Para a construção, as condicionantes são diferentes, como o endividamento alto das famílias brasileiras, o ritmo de atividade demonstra sinais de desaceleração e o mercado informal ainda é expressivo. Mas, os custos já diminuíram, assim como o ciclo imobiliário está em andamento. Há ainda a expectativa de que programas habitacionais ganhem mais força no próximo governo bem como as concessões de infraestrutura realizadas já estarem com sua programação desenhada.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que 2023 haverá uma desaceleração da economia global, devido, principalmente, a inflação sem precedentes em diversos países. No Brasil, o Boletim Focus estima um PIB de apenas 0,7% para o próximo ano. “Esse índice está um pouco acima dos números calculados pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV, que está observando a desaceleração das atividades econômicas, como o comércio varejista”, analisou Ana Maria.