INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Consolidado no país, o sistema construtivo está ampliando sua participação tanto em grandes obras como em projetos de menor porte, mas com conceito arquitetônico diferenciado, principalmente em empreendimentos residenciais e comerciais
Imagens internas da Casa das Pérgolas Deslizantes que na arquitetura teve os painéis pré-moldados valorizados
Casa das Pérgolas Deslizantes
Localização: Bauru, São Paulo
Área construída: 180 m²
Construtora gerenciadora: Vettore Engenharia
Início da obra: 2013
Término da obra: 2014
Arquiteto: Fernando Forte (FGMF)
Projeto Estrutural: Flávio Isaia (IGA Engenharia)
Empresa pré-fabricadora: Sudeste Pré-Fabricados
Volume de estrutura de pré-fabricado: 21 m³
“Os painéis autoportantes em concreto garantiram uma rápida montagem – cerca de uma semana – e um resultado estético de concreto aparente muito bem acabado, já com elétrica e hidráulica montados de fábrica. Esses painéis fazem papel dos suportes estruturais verticais e vedações”, conta Forte, que recomenda que para esse tipo de obra é necessário um cuidado redobrado no detalhamento de projeto para garantir que, após a montagem, todos os sistemas envolvidos estejam em consonância. Mais simples, a montagem precisou apenas de um guindaste.
No entanto, segundo o arquiteto urbanista da FGMF, o cliente poderia ter percebido melhor todas as vantagens das estruturas pré-fabricadas de concreto, se a obra fosse realizada absorvendo os conceitos de construção rápida e seca propostas pelo projeto de arquitetura. “A obra estava inteira de pé depois de 40 dias (pós-execução das fundações) e poderia ser acabada em cerca de quatro meses. Porém, levou mais de ano, uma vez que o construtor estava mais acostumado a construções convencionais. Isso significa que, ao mesmo tempo em que havia soluções de alta tecnologia, como as paredes, o construtor fazia os muros e paredes com tijolos maciços. Um enorme contraste, um conflito de tecnologias”, salientou.
Um grande desafio nesse tipo de projeto, tanto para Forte como para Casagrande, é compatibilizar o projeto arquitetônico com o pré-fabricado. “Porém, neste caso, os arquitetos sabiam muito bem o que queriam do nosso produto, o que foi um grande facilitador”, disse Casagrande. “A empresa fornecedora das paredes de concreto foi um grande parceiro, ao trabalhar para compreender o detalhamento e a execução das paredes de concreto, gerando um bom resultado”, acrescentou Forte.
O pré-moldado de concreto foi escolhido para o Edifício Corujas pela rapidez no canteiro e eficiência global na construção
Edifício Corujas
Localização: São Paulo, São Paulo
Área construída: 6880 m²
Construtora gerenciadora: Citycon Engenharia e Construções Ltda.
Início da obra: 2013
Término da obra: 2014
Arquiteto: Fernando Forte (FGMF)
Projeto Estrutural: Leandro José Lopes (Gama Z Engenharia)
Empresa pré-fabricadora: CPI Engenharia
Volume de estrutura de pré-fabricado: 1152 m³
Outros aspectos técnicos que também diferenciam essa obra, de acordo com sócio da FGMF, são: união de sistemas construtivos – pré-moldados de concreto e metálica –, o uso dos painéis como estrutura (com pós-concretagem in loco) e travamentos. Já do ponto de vista arquitetônico, Forte explica que sobre as vigas principais foram instalados trilhos e sobre eles pequenas estruturas de pergolados ou coberturas com forros de madeira. Essas coberturas ou pérgolas deslizam de um lado para o outro do terreno, possibilitando o cliente intervir em sombreamento, proteção de sol, chuva, beiral, dependendo da necessidade ou de seu humor. As pérgolas são controladas por um sistema elétrico não automatizado, mas passível de automatização. Há captação de água de chuva, aquecedor solar, entre outros. “Também inova no sentido da ocupação do terreno, percepção espacial do usuário, utilização de espaços externos versus internos. A casa é considerada um case de várias questões da arquitetura contemporânea”, salienta.