Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 31 - abril de 2024

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Pré-fabricado de concreto: essencial para a modernização de rodovias e da mobilidade urbana

Solução construtiva sempre é avaliada na etapa de projeto e tem sido cada vez mais empregada em obras de infraestrutura rodoviária e de mobilidade urbana, contribuindo de forma direta para a redução do prazo, de custos, do período de interferência nas operações, de desperdícios e de exposição a riscos de segurança no ambiente da obra

Marco Antonio Giusti: "A pré-fabricação em concreto é sempre avaliada na etapa de projeto e que vem sendo cada vez mais empregada, com bons resultados"

Os investimentos em transporte no Brasil devem alcançar um montante de R$ 75,34 bilhões, o que significa um aumento de cerca de 12% comparado aos R$ 67,21 bilhões investidos em 2023, conforme a 23ª Carta de Infraestrutura, publicada pela consultoria Inter. B. O modal rodoviário pode receber um aporte de R$ 47,05 bilhões, sendo R$ 10,69 bilhões advindos do setor privado. Em mobilidade urbana, são esperados R$ 6,34 bilhões.

 Para Marco Antonio Giusti, diretor executivo da Melhores Rodovias do Brasil – ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), o setor experimenta um de seus mais promissores momentos, com avanços significativos na regulação e expressivas transformações tecnológicas, como o free flow e o HSWIM (Sistema de Pesagem em Movimento de Alta Velocidade), que buscam garantir aos usuários uma experiência ainda mais diferenciada nas rodovias sob concessão. 

Mesmo vivenciando um bom momento, o setor enfrenta desafios, especialmente para os próximos leilões, uma vez que, segundo Giusti, é preciso aumentar a atratividade dos projetos e estabelecer um ambiente seguro para que o investidor aloque recursos. “O mercado está aquecido e tem um horizonte promissor, e para que o programa continue se consolidando, precisamos de segurança jurídica”, explicou. A seu ver, para garantir uma boa atratividade deve-se assegurar que os novos editais incorporem valores de investimentos mais ajustados aos custos reais das obras em cada região do país e custo de capital mais adequado ao mercado para projetos rodoviários. “Outro desafio diz respeito ao endereçamento dos efeitos da Reforma Tributária sob os contratos vigentes, com possível elevação da alíquota efetiva aplicada aos contratos de concessão, resultando em possível incremento das tarifas de pedágio dos contratos vigentes e futuros”, acrescentou.

Atualmente, o país conta com quase 29 mil km de rodovias concedidas à iniciativa privada, e a expectativa é que este número dobre nos próximos cinco anos, com a adição de cerca de mais 30 mil km de concessões. Em 2023, o setor registrou recorde de investimentos, desde o início da série histórica em 2010, com R$ 18 bilhões aportados na operação e infraestrutura das rodovias, o que representa aumento de 11% em relação a 2022. “Apenas em obras como duplicações, ampliações e melhorias, foram investidos R$ 11,3 bilhões em 2023, também um recorde”, pontua Giusti.

Recorte dos investimentos em infraestrutura de transporte, no triênio 2022-2024 (P), em R$ bilhões correntes. 
Fonte: 23ª Carta de Infraestrutura – Inter.B

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em comemoração dos 30 anos do Programa de Concessões de Rodovias Federais (Procrofe), completados no ano passado, avalia que, de 2016 a 2022, as rodovias federais concedidas receberam, em média, 2,3 vezes mais investimentos por quilômetro do que as administradas pelo poder público federal (R$ 398,03/km e R$ 170,25/km, respectivamente). Esses investimentos têm feito a diferença na avaliação sobre a qualidade das rodovias. Em 2022, 67,1% da extensão da malha federal concedida avaliada pela instituição foi classificada como ótima ou boa para o seu estado geral. No caso das rodovias sob gestão pública, somente 32,4% atingiram esse patamar.

A qualidades das rodovias está relacionada ainda à busca contínua por parte das concessionárias da otimização dos projetos de suas obras de expansão e melhoria da estrutura viária nas dimensões de custo de implantação e manutenção, prazo, qualidade, impacto ambiental e segurança. Nesse sentido, Giusti avalia que a adoção das estruturas pré-fabricadas - solução empregada usualmente no projeto de pontes, viadutos e passarelas, e cada vez mais em edificações como novas praças de pedágio - contribui de forma direta para redução do prazo da obra, do período de interferência na operação da rodovia, de desperdícios e de exposição a riscos de segurança no ambiente de obra. “Trata-se, portanto, de solução construtiva que é sempre avaliada na etapa de projeto e que vem sendo cada vez mais empregada com bons resultados”, afirma.

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