ARTIGO HISTÓRICO
Como responsável por toda a área técnica da empresa, Vasconcelos fazia os cálculos das peças, elaborava os traços de concreto, fazia a caracterização dos materiais e executava alguns ensaios mais simples, como peneiramento e módulo de finura. Ocasionalmente, corpos de prova eram moldados e enviados para testes no Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT).
O volume de produção nesses anos iniciais foi muito instável. Buscava-se conquistar o mercado por meio de inovações que muitas vezes não eram bem-sucedidas, como placas de concreto com 4 cm de espessura para concorrer com as telhas comumente usadas na época, terças de concreto com 3,5 cm de largura, banzos de molduras de janelas, com 3 cm de espessura e 2 m de comprimento, com protensão centrada. “Esses produtos são desafiadores ainda hoje de serem produzidos”, ressalta Alex.
Augusto Carlos de Vasconcelos entrega homenagem da ABCIC a Olegário Pereira da Silva (esq.) pelos 50 anos da Protendit. I
Além disso, não havia nesses anos iniciais aço de protensão adequado: seu diâmetro de 5 mm diferia do comumente usado no exterior de 2 mm. Por isso, as dosagens dos concretos deviam resolver as resistências adequadas para a protensão, com o uso de diferentes tipos de agregados. “Para manter o custo baixo das peças, Vasconcelos levava os cálculos estruturais para os limites extremos, sendo as seções calculadas visando à redução de centímetros, às vezes de milímetros”, adiciona Alves.
Apesar dos esforços de inovação para manter a empresa competitiva, o próprio Vasconcelos reconheceu que o foco amplamente técnico não permitia que a empresa ganhasse escala de produção. Com a mudança no quadro societário em 1963, o empresário Olegário Pereira da Silva assumiu o comando da empresa para, com sua visão empresarial vanguardista, fazê-la aumentar e consolidar seu volume de produção.
Vasconcelos ficou por muito tempo prestando consultoria na Protendit após a mudança de comando. Novas pistas de protensão foram construídas, macacos de protensão foram importados, máquinas modeladoras desenvolvidas, um laboratório de controle tecnológico do concreto foi montado e centrais de concreto foram implantadas.
A partir da década de 1970, com a Protendit instalada num terreno de 70 mil m2 em Guarulhos, foram desenvolvidos novos produtos, tais como: estacas com seções oitavadas, sextavadas e hexagonais de núcleo vazado; aduelas, dormentes, lajes alveolares, telhas de concreto protendido e toda gama de peças armadas e protendidas para edifícios.
Segundo Alex Alves, “a empresa não abriu mão de nenhuma peça de seu portfólio até hoje, utilizando todo seu know-how para dar ao cliente a melhor
solução técnica e econômica possível”.
Seu volume de produção mensal excede atualmente 10 mil m3 nas suas unidades de São Paulo e São José do Rio Preto, para atender principalmente
os setores de logística, industrial e de comércio.
A empresa adota em sua linha de produção o concreto de alto desempenho e o concreto autoadensável. Há alguns anos, implementou o BIM (Building Information Modeling) no seu processo de produção (caminha para a quinta dimensão), para aumentar sua produtividade e reduzir erros. E é certificada com o selo ABCIC.
O Selo de Excelência da ABCIC é um programa de certificação das empresas do setor quanto à qualidade, segurança e gestão ambiental. As empresas são avaliadas quanto ao projeto, produção e montagem das obras em que participam por organismo de terceira parte, como o Instituto Falcão Bauer da Qualidade.
Além disso, a empresa mantém estreita relação com o IBRACON. O Prof. Vasconcelos, fundador e consultor na empresa, foi um ativo participante dos eventos do IBRACON desde sua fundação, em 1972, tendo também atuado na sua diretoria e Conselho por muitos anos, chegando ao cargo de vice-presidente.