INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Ele acrescentou que o maior destaque desta obra foi a necessidade de elevada precisão. “Quando pensamos em pré-fabricados de concreto, temos e tolerâncias na ordem de milímetros. Neste projeto, foi preciso termos menores tolerâncias de produção para que a montagem não acumulasse os desvios, promovendo principalmente o encaixe correto de peças e passagens de cabos de protensão exatamente conforme constava em projeto”, disse. O concreto das paredes dos tanques também precisou de desenvolvimento e validação, uma vez que tinha que atender questões técnicas de durabilidade e impermeabilidade.

No edifício Cooling Tower, que conta com uma abertura circular nas lajes, o projeto necessitou fragmentar as vigas situadas no perímetro de cada círculo em quatro elementos pré-fabricados, a fim de facilitar a produção, transporte e montagem das peças. Segundo Cassol, o desafio foi garantir milimetricamente a precisão das peças em formatos semicirculares para complementação entre elas, após concretagem complementar em obra.
A obra teve como benefício a garantia da qualidade das peças, que atenderam rigorosamente as premissas de projeto estrutural de Walter do Nascimento Filho (Enge-W Cálculos e Projetos), tanto no aspecto dimensional como na especificação de aditivos e insumos na formulação do concreto, assegurando o desempenho esperado da estrutura. 

Outro benefício importante foi a previsibilidade, ou seja, a certeza da execução, conforme previsto no cronograma, atendendo ao planejamento inicial do contrato. Para o executivo, outra vantagem competitiva das estruturas pré-fabricadas de concreto é a garantia do custo da estrutura, que é definida no ato da contratação qualquer aditivo.

As menções honrosas do Prêmio Obra do Ano na categoria Infraestrutura ficaram para a duplicação da Ponte Wagner Estelita, em Cumari, em Goiás, e para a implantação de 2 passarelas na Rodovia Rachid Rayes, SP-333, em Sertãozinho, no interior de São Paulo. Os dois projetos tiveram como fornecedor de pré-fabricados de concreto a Tranenge Construções.

A execução da ponte sobre o rio Paranaíba, da BR-050, o maior desafio foi o prazo de seis meses. Um dos motivos para o curto prazo de execução do projeto e implantação das Obras de Arte Especiais foi o fato de a ponte existente estar em condições precárias e necessitar reparos, sendo urgente a construção de uma nova ponte para o desvio do tráfego em carácter emergencial. Além disso, era preciso vencer um vão de aproximadamente 200m com lâmina d’água de até 13m de profundidade. 

A indústria pré-fabricadora sugeriu uma solução industrializada que possibilitaria a entrega em tempo hábil. Mesmo a 550 km de distância da obra, optou por conceber, junto à Enescil, elementos estruturais a serem executados nas linhas de pré-fabricação de sua unidade industrial, exceto as vigas longarinas dos vãos centrais que foram pré-moldadas no canteiro. “Com isso, quase toda superestrutura pode ser pré-moldada e executada em paralelo com a execução das fundações e meso-estrutura, reduzindo consideravelmente o prazo da obra e viabilizando a execução no prazo contratado”, contou Engenheiro Wagner Santos Jorge, gerente de Obras da Tranenge.

Assim, como solução principal foi adotado o uso de vigas com pré-tensão e placas pré-lajes contemplando a laje em balanço e forma lateral. “Essa inovadora solução eliminou o serviço de cimbramentos, escoramentos e formas de fundo e lateral na etapa da concretagem da laje em balanço. No caso de obras sobre rios, estes escoramentos são muito lentos e perigosos”, destacou Jorge.

O Comitê do Júri elegeu a duplicação da Ponte Wagner Estelita, em Cumari (GO), como Menção Honrosa na categoria Infraestrutura