Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 33 - dezembro de 2024

ABCIC EM AÇÃO 2

Seminário Internacional da Abcic apresenta o potencial da pré-fabricação em concreto em empreendimentos de elevada altura


Para o engenheiro Francisco Graziano, os estádios proporcionaram uma oportunidade ímpar para os engenheiros. “Nos deram a chance de fazer novas coisas, incluindo as ligações, que eram muito demandadas, nos encorajando a fazer cada vez mais”, expôs. 
Ele apresentou o case da Gleba B do Parque da Cidade e mencionou o fato de a Odebrecht estar motivada à época para industrializar. A Gleba A foi constituída por diversas estruturas, incluindo o Parque Shopping, que contou com o pré-moldado, porque havia um empuxo desequilibrado no solo e não havia prazo. “Estudando o moldado in loco, vimos que não seria possível atender toda a obra. Então, envolvemos a CPI e encontramos soluções utilizadas no exterior, em países como Japão e os Estados Unidos, como luvas flautas”. 
Segundo Graziano, o número de peças era grande e as luvas flautas iam até a emenda, que foi feita em parafuso, e se rompiam no toque correto. Os pilares chegavam em sapatas e tinham um tempo preferencial de flexão. A ancoragem foi bem definida e as sapatas pré-moldadas foram consolidadas com graute. A obra demandou a mão francesa pré-moldada. “Foi a primeira incursão em uma obra mais complexa.”
No caso da Gleba B, o engenheiro afirmou que o projeto é emblemático e citou a utilização de lajes alveolares, vigas pré-moldadas sem escoramento e core moldado in loco, com preenchimento das pré-lajes, que resolver os problemas de geometria e estabilidade. A obra resultou em menor uso intensivo de mão de obra, alta produtivi dade e mostrou as possibilidades de muitas soluções arquitetônicas e de um mix de soluções mistas em obras de alta complexidade. Para Graziano, é preciso aculturar a equipe de execução, ou seja, ter uma equipe bem preparada tanto na obra como no projeto, demostrando a importância do treinamento. Outros pontos elencados foram a necessidade de compreensão da arquitetura perante ao projeto estrutural e um maior volume de tecnologia de ligações.
A apresentação do engenheiro Ricardo França trouxe exemplos de outros edifícios e analisou que há três tipos de uso do pré-fabricado de concreto com estruturas convencionais: pré-vigas e pré-lajes, escadas e varandas pré-moldadas e fachadas pré-moldadas. “Há grandes oportunidades e uma tendência é se ter fachadas com o uso interno de drywall”, apreciou. 
Entre as obras mencionadas esteve o Castelo Branco Office Park, que era para ser em estrutura convencional e se tornou pré-moldada. “A forma do prédio é em pré-vigas. Quando tenho vigas saindo dos pilares ganho eficiência”, pontuou. A fábrica foi montada na própria obra, pois havia um canteiro com espaço e a vontade de querer utilizar o sistema construtivo. Uma grua foi utilizada para montar a fachada. Ele lembrou que as varandas pré-fabricadas deixaram de ser usadas porque não havia gruas para atender a montagem. 
Tratou ainda de uma obra da Gafisa, com pré-vigas, um empreendimento da Tecnisa com fachadas pré-moldadas, o Brascan Century Plaza, com três torres, o São Paulo Corporate Tower, com subsolos feitos em vigas com vãos de 12,5 metros e painéis com treliçado em EPS, e a Gleba C do Parque da Cidade. Por fim, ponderou sobre a importância de se ter um banco de dados para dar a possibilidade de se fazer um projeto com foco em desmaterialização. 

Representantes dos patrocinadores ArcelorMittal, Belgo Arames, Dywidag e MC-Bauchemie fizeram apresentações durante o Seminário Internacional



A evolução técnica da engenharia de projetos foi destacada pelo engenheiro José Carlos do Amaral como parte do caminho a ser trilhado pelo setor para que o produto final tenha qualidade. “Evoluímos pela necessidade e pelos desafios. Hoje, percebemos esse aprimoramento nos equipamentos, nas ligações, nos tipos de obras, nas emendas de pilares, na verticalização, nas opções de estruturas modulares”, analisou. 
Durante sua palestra, questionou os participantes sobre qual seria o limite para se projetar edifícios altos em pré-fabricado de concreto. Para ele, não está nos materiais, pois o concreto e o aço tem avançado e também não está na geometria, mesmo que as questões ligadas ao balanço e a própria altura. A resposta está nas ligações, sejam elas químicas, de comunicação, entre elementos e sistemas construtivos e na interatividade. 

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