Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 29 - setembro de 2023

DE OLHO NO SETOR

Seminário promove novas soluções de descarbonização da construção

Promovido pela Cátedra Construindo o Amanhã, o evento mostrou ainda a importância da pré-fabricação de concreto para o movimento em busca de neutralidade das emissões e a contribuição do setor para o desenvolvimento de materiais ecoeficientes

Ele tratou também da participação do IBRACON nos trabalhos do “Benchmarking of Resource Use and Embodied CO2 in Buildings” do GLOBE; e das ações do CT-101, onde 6 grupos de trabalhos estão desenvolvendo propostas e propondo alternativas para a estratégia setorial. Os trabalhos previstos para o ano de 2023 contemplam seis atividades, que serão a base para a elaboração do Roadmap do concreto no Brasil. São elas:

Prática Recomendada - Avaliação do Desempenho Ambiental de Materiais Cimentícios e Estruturas de Concreto Armado.

Determinar o potencial de fixação de CO2 devido à recarbonatação de materiais a base de cimento, considerando o ciclo de vida.

Propor metodologias para a quantificação do CO2 fixado por recarbonatação.

Discutir parâmetros e propor ações, na etapa de concepção arquitetônica.

Propor ações de mitigação do CO2 na produção e uso do concreto armado (dosagem, materiais, etc).

Fazer um bechmarking – cálculo estrutural – GLOBE.

“Considerando que o Brasil detém uma das menores emissões de CO2 na indústria de cimento global, nós reforçamos a competência dos profissionais brasileiros na produção de concreto de baixo carbono e o nosso compromisso em manter este protagonismo”, destacou Massucato, que acrescentou que o foco a ser direcionado para o “Global South” nas ações de curto e médio prazo, que precisam levar em conta o compromisso que as entidades já assumiram e o desempenho do IBRACON, que foi reconhecido no evento. A seu ver, a adoção de materiais de alta performance, concreto e aço, para descarbonizar e desmaterializar as estruturas de concreto merece destaque. “Cimento com menos clínquer, concreto com menos cimento e obras com menos consumo de concreto e aço. O importante é reduzirmos a emissão do CO2 no m² construído”.

Em sua opinião, para se desenvolver estruturas de baixo carbono, primeiro precisa haver clareza de onde o país se encontra, ou seja, é preciso medir para gerenciar. “O mercado brasileiro vem se estruturando e já temos os exemplos do CECarbon e do SIDAC para mensurar as emissões de uma forma acessível. A indústria do aço e do concreto já emitiram as EPDs (Environmental Product Declaration) e lançaram produtos no mercado com baixa emissão de CO2. E o IBRACON tem feito um esforço para a adoção destas praticas no cenário nacional”, explicou Massucato.

Prática recomendada

 O Seminário contou ainda com a apresentação de Luiz Aurélio Fortes da Silva, presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), que abordou sobre a elaboração da Prática Recomendada ABECE para o aço CA70, que deve ser disponibilizada ainda neste ano. Ele comentou sobre a formação de um grupo de engenheiros para analisar o dimensionamento e o detalhamento de armaduras das principais peças estruturais, a fim de formatar o material para utilização destes aços nos projetos de edificações. 

“Precisaremos também revisar as normas ABNT NBR 7480 e ABNT NBR 6118. Assim, poderemos elaborar projetos respaldados por um documento ABNT. É preciso também conseguir, com as principais empresas produtoras e distribuidoras, que os aços de 700 MPa de resistência característica ao escoamento sejam facilmente encontrados no mercado, e obter junto às empresas de desenvolvimento dos sistemas integrados de projeto, que sejam implementadas as rotinas de dimensionamento e detalhamento de armaduras, permitindo o uso desses aços na rotina dos projetos, seguindo os critérios definidos na Prática Recomendada”, elencou o presidente da ABECE.

Durante o evento, o professor Wassim Ghannoum, da Universidade do Texas em Santo Antônio, trouxe sua visão de como o vergalhão de alta resistência foi aplicado nas normas americanas de aço, as exigências relativas ao produto e os desafios de sua produção. Ele é um dos criadores da norma americana do vergalhão de alta resistência e sua expertise e visão contribuíram significativamente para as discussões sobre a aplicação dessas tecnologias inovadoras. Foram ministradas ainda palestras da professora Leila Meneghetti, da USP, com o tema “Desafios de caracterização e desempenho técnico do CA50 AR: fadiga, fogo e aderência; de Michell Ribeiro, da ArcelorMittal, sobre o vergalhão CA50 AR e XCarb®; e Angel Ibañez, da Tegra Incorporadora sobre o case da empresa.

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