Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 29 - setembro de 2023

DE OLHO NO SETOR

Seminário promove novas soluções de descarbonização da construção

Promovido pela Cátedra Construindo o Amanhã, o evento mostrou ainda a importância da pré-fabricação de concreto para o movimento em busca de neutralidade das emissões e a contribuição do setor para o desenvolvimento de materiais ecoeficientes

 Na visão do professor Vanderley John, o futuro é da construção industrializada. “Aliás, a acentuada redução da população ativa do censo reforça este destino. Sem pessoas, precisaremos aumentar a produtividade de maneira rápida. E aí não tem saída. No Brasil, a Abcic tem uma avaliação clara das oportunidades e dos desafios da descarbonização e está muito bem organizada para o processo”, complementou. 

O sistema construtivo consegue garantir obras com baixa geração de resíduos, produtividade superior e alto controle de qualidade. Silva explicou que as peças de concreto pré-fabricado depois de prontas são armazenadas até o momento da montagem, não geram resíduos, nem agridem o meio ambiente. “Por ser um método construtivo ágil, a economia de tempo na construção também é um fator de sustentabilidade. A utilização de pré-fabricados possibilita fazer mais com menos e sem resíduos”. 

A industrialização atende aspectos ambientais, econômicos e sociais, e demanda mecanização dos processos, modernização dos equipamentos, materiais, emprego de tecnologias em planejamento, controle e logística e capacitação da mão de obra. “Melhorias e inovações permitem a pré-fabricação se tornar ainda mais adequada às diversas possibilidades de aplicações estruturais e arquitetônicas. Por isso, temos visto avanços nos materiais, tecnologia do concreto e softwares. Certamente, o investimento e desenvolvimento tecnológico é decisivo para aumento da produtividade, qualidade e sustentabilidade”, finalizou o gerente de P&D da Precon.

Representantes da Cátedra Construindo o Amanhã, palestrantes e entidades parceiras, Abcic, ABECE e IBRACON

O novo catedrático da iniciativa, o professor Ricardo França, fez uma apresentação, cuja linha principal foi mostrar como as estruturas podem ajudar na diminuição de emissão de carbono para alcançar o Net Zero em 2050. “Existem várias ações em diversas áreas para reduzir a pegada de carbono dos materiais. É importante ressaltar que as estruturas representam de 70% a 80% da emissão de carbono de uma construção nova. Por isso, depois de todos os esforços para redução do consumo de energia, e de gastos com a água, tem se trabalhado para diminuir as emissões das novas construções”. 

Dessa forma, a ideia é criar um banco de dados brasileiro da emissão de estrutura de edifício comercial e residencial. Já existem iniciativas desse gênero, como no âmbito da Federação Internacional do Concreto (fib). “Precisamos projetar estruturas que emitam menos carbono, desenvolver materiais mais ecoeficientes, reduzir o consumo de materiais, trabalhando a desmaterialização. Um desses materiais é o aço mais resistente, apresentando neste evento, pela ArcelorMittal, mas é preciso ter normalização para usá-lo”, disse França.  

Durante sua exposição, ele também apresentou um banco de dados de cerca de 50 obras, entre 2003 e 2007, para simular como seria formatado o banco de dados, quais seriam as variáveis mais importantes para se projetar obras futuras, simulando o consumo de concreto e de aço, em relação à altura do edifício, um fator importante. “Quanto maior for o edifício, mais materiais consumidos, aumentando as emissões”, pontuou.

França também comentou sobre o curso de pós-graduação nesta área no âmbito da Cátedra Construindo o Amanhã, com parte das aulas sendo abertas para engenheiros de estruturas de todo o país e o restante apenas para matriculados no curso. 

O engenheiro Carlos Massucato, coordenador do Comitê Técnico de Sustentabilidade do Concreto do Instituto Brasileiro do Concreto (CT 101 do IBRACON), apresentou os trabalhos que a entidade vem desenvolvendo para sensibilizar todos os segmentos da cadeia produtiva do concreto na adoção de estruturas de baixo carbono, reforçando sua posição de entidade aglutinadora, ao atuar também em conjunto com entidades nacionais, como a Abcic, e internacionais como a fib, na construção dessa estratégia com o foco na descarbonização e na desmaterialização.

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