Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 35 - agosto de 2025

DE OLHO NO SETOR

Simpósio da fib reúne mais de 350 profissionais para mostrar a importância do “Conceptual Design”

Evento foi realizado na sequência do XVI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, oferecendo a oportunidade de congregar experiências e conhecimentos, realizar networking e por celebrar a engenharia de projetos no Brasil e no mundo

Em relação à fib, Ordoñez afirmou que há muitos documentos sendo produzidos pela Comissão 6 de Pré-Fabricados, como o boletim 101 Concreto Pré-Moldado em Edifícios Altos, que foi recentemente traduzido para o português, pela Abcic, tendo a participação de mais de 100 brasileiros nas comissões da entidade, e especificamente na C6 e nos grupos de trabalho da C6, os engenheiros Mounir Khalil El Debs, Marcelo Ferreira, Marcelo Waimberg, Marcelo Cuadrado e Íria Doniak. 

“A pré-fabricação de concreto permite ser usada de formas diferentes: híbrida ou total, e pode aplicar materiais de diferentes maneiras. Mas, depende de conhecimento e, principalmente, cultura local. Em alguns países, é possível transportar elementos de 180 toneladas (Espanha), por exemplo. Vai depender das fábricas, pois o sistema construtivo permite fazer muita coisa diferente. No norte da Europa, há o uso de pilares e painéis pré-moldados para construção de edifícios altos. A capacidade de protensão é definida no projeto e, ao conhecer as fábricas, é possível utilizar esse conteúdo para fazer projetos bons”, analisou o secretário-geral da fib.

 Para obter o melhor projeto, segundo Ordoñez, é fundamental que os projetistas planejem uma estrutura pré-moldada desde o início, em vez de adaptar o projeto. “Normalmente, ao projetar estruturas pré-moldadas, os projetistas utilizam os maiores elementos disponíveis para produção, transporte e montagem, a fim de minimizar o número de conexões no local”, explicou o engenheiro, que acrescentou que é importante observar o que tem sido feito por outros profissionais, porque trazem novas ideias, que podem traduzir a realidade de um novo projeto. E isso vale tanto no meio local como em âmbito internacional. 

Um aspecto que tem sido trabalhado pela indústria é extrair o máximo de cada material, empurrando seu desenvolvimento ao limite, pois é preciso fazer elementos mais esbeltos, assim os materiais precisam ter mais resistência e alta qualidade, com tolerância próxima a zero. “Por isso, o avanço se dá também no projeto, pois estamos falando de estabilidade lateral. Então, precisamos levar todas as fases em consideração, como produção, transporte e montagem, além dos materiais”, ponderou Ordoñez, que também ressaltou a complexidade das estruturas e sua capacidade de evoluir, pois tudo precisa ser sempre calculado, pensando no comportamento em todas as etapas. “Precisamos entender a evolução da estrutura, não como um elemento de concreto, mas de forma global, conectada, porque o elemento muda estruturalmente de estático para continuo.”

Essa evolução pode ser vista pelas construções durante o pós-guerra, mais padronizadas, pela flexibilidade alcançada pelo sistema construtivo, permitindo variações diferentes. Dois exemplos trazidos por Ordoñez foram o Bella Sky, na Dinamarca, e o Galaxy North Tower, na Bélgica. “A pré-fabricação é de ciclo aberto e vemos a necessidade de se otimizar a construção, mas industrializando de forma individual em diversas situações”, disse. A pré-fabricação permite misturar materiais e sistemas construtivos, mas é importante respeitar a cultura local. Na Espanha, por exemplo, não há paredes portantes, mas na Finlândia, há. “Para mim, o importante é que se há outras pessoas fazendo isso, por que não posso tentar?”, argumentou. 

Ao longo de sua apresentação, o secretário-geral da fib trouxe vários conceitos sobre o projeto com o pré-fabricado de concreto, incluindo a construção de edifícios altos, obras de infraestrutura e pisos, além de tendências, como a ampliação do uso do BIM, uso de maior automação e robôs na indústria, novos equipamentos e materiais. Falou também da importância da sustentabilidade e da resiliência. “Estamos concluindo o segundo documento sobre a avaliação da sustentabilidade em edifícios. Precisamos pensar nesse assunto e levá-lo a sério e em consideração na hora de projetar e construir, escolhendo os critérios de forma transparente nas decisões sobre o sistema construtivo”, reforçou. 

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