DE OLHO NO SETOR
Evento foi realizado na sequência do XVI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, oferecendo a oportunidade de congregar experiências e conhecimentos, realizar networking e por celebrar a engenharia de projetos no Brasil e no mundo
Ainda é preciso fazer muitos testes em relação ao concreto de reparo, incluindo parâmetros como densidade aparente, resistências à compressão e à tração, módulo de elasticidade, comportamento hídrico, ataque por congelamento e degelo, tensões por choque térmico, retração livre e por restrição, entre outros. “A limpeza é outro ponto importante, sendo que a escovação e o uso de água não pressurizada são as melhores soluções. Precisamos ter cuidado porque qualquer coisa vai remover as camadas protetoras do concreto, acelerando o envelhecimento. Assim, a limpeza precisa ser feita de forma cautelosa”, contou Muller.
Outro ponto tratado foi a tomada de decisão, pois há situações em que o monumento parece ter um dano, mas não tem, e vice-versa. “A construção deve ser preservada, por isso é bom consultar arquitetos e profissionais que conhecem a história da edificação. A decisão tomada no local é muito importante para que o trabalho de reparo possa ser realizado, com um concreto que siga a mesma linha do monumento”, explicou Muller, que lembrou que o reparo não agressivo está em conformidade com os requisitos normativos europeus.
Ele destacou, por fim, que o reparo não agressivo garante alta qualidade e durabilidade, é mais sustentável e apresenta um custo-benefício efetivo. Mas, há limites para a aplicação, quando: a estabilidade estrutural e aspectos de segurança exigem uma reposição total da estrutura; a durabilidade não pode ser atingida; há excesso de áreas de danos; a avaliação da durabilidade indica desenvolvimento de dano muito rápido. “A base técnica e científica do reparo não agressivo está disponível, com ferramentas para auxiliar esse processo, como predição de vida útil, combinações de cálculo de umidade, ensaios de umidade, aplicando o cálculo de elementos finitos. A cooperação entre o cliente, arquiteto, engenheiro e empreiteira é fundamental para o sucesso da reabilitação”, concluiu.