DE OLHO NO SETOR
Evento foi realizado na sequência do XVI Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, oferecendo a oportunidade de congregar experiências e conhecimentos, realizar networking e por celebrar a engenharia de projetos no Brasil e no mundo
Houve ainda a apresentação de obras brasileiras abordadas por uma dupla de engenheiros – sênior e membro mais jovem - dos escritórios de projeto estrutural, com o objetivo de valorizar a integração entre a equipe e dar destaque ao fato de que o evento teve participação expressiva do Young Members Group (YMG) da fib.
Cases nacionais
Fernando Rebouças Stucchi e Fábio Prado, da EGT Engenharia, trouxeram o caso da estação Santa Marina, na linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, que tem previsão de ser finalizada no final de 2026. Havia duas opções para o projeto: pré-fabricado de concreto e o moldado in loco. “A solução adotada foi a segunda, resultante de um processo de projeto colaborativo com a construtora. Considerando os equipamentos já existentes, as metodologias tradicionais e a expertise comprovada da construtora, esses elementos desempenharam um papel decisivo na escolha final do projeto”, contaram.
A estrutura consiste em quatro níveis: térreo, sala de bilheteira, mezanino e a plataforma onde chega o metrô. Ela está sendo construída no método de escavação de cima para baixo, sendo que as dimensões da vala são de 135 metros de comprimento e 27 metros de largura interna máxima. Um desafio, segundo Stucchi, foi a alta pressão da água. “Por isso, foi preciso elevar a estação, como se estivesse flutuando”, pontuou. A ideia proposta era que a escavação fosse feita por fases, evitando o uso de tirantes. Isso possibilitou ainda reduzir o deslocamento horizontal das paredes.
Devido às propriedades geológicas, foram utilizadas paredes diafragma, como estacas e pilares. Pela opção do moldado in loco, foi necessária a escavação com uma rampa temporária. O projeto conceitual ainda contemplou lajes maciças de concreto com conexão ancorada por pinos aos pilares e a manutenção do consolo temporário.
Ao comparar o sistema escolhido com o pré-fabricado de concreto, Prado mencionou que no sistema construtivo industrializado há maior controle de qualidade, maior velocidade de construção, menor dependência de mão de obra, maior acurácia em relação às tolerâncias e mais cuidado no transporte dos elementos.
Fernando Rebouças Stucchi e Fábio Prado, da EGT Engenharia, trouxeram o caso da estação Santa Marina, na linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo
“Temos a liberdade de projetar como queremos, pensando nas estruturas que tenham boa solução. Para os detalhes podemos usar a digitalização, mas a ideia é o começo e o projeto conceitual é o mais importante”, afirmaram João Luis Casagrande e Marcelo Melo, da Casagrande Engenharia, que mostraram obras na área de saneamento, de mobilidade urbana e de arenas esportivas.
João Luis Casagrande e Marcelo Melo, da Casagrande Engenharia, mostraram obras na área de saneamento, de mobilidade urbana e de arenas esportivas
Para o reservatório hídrico em Niterói, com capacidade de 75,000 m³, foi utilizada uma solução com formas cilíndricas circulares interseccionadas, sem colunas e lajes internas, com paredes diafragma com 80 cm de espessura e sistema autoportante. O projeto reduziu em 50% o tempo de escavação e as vigas foram reutilizadas para a cobertura do reservatório. Já o reservatório Marapicu, com 40 metros de diâmetro, conta com laje plana apoiada nas paredes perimetrais e 25 pilares internos, além de mais de 180 estacas raiz, garantindo transferência adequada de carga para a laje.
Em relação ao Estádio Maracanã, Casagrande e Melo comentaram sobre a demolição do telhado e o uso de uma solução híbrida com pré-fabricado de concreto e aço, que foram montadas concomitantemente. Já o Centro Aquático Olímpico foi construído em uma arquitetura nômade para atender 18 mil pessoas. Atualmente, sua estrutura está sendo reutilizada em escolas, outras áreas e em centro de convenções.