INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Possibilidade da utilização do pré-fabricado de concreto em obras de portes distintos e finalidades variadas, atendendo projetos arquitetônicos ousados e diferenciados, reforçam a versatilidade do sistema construtivo, cujos resultados, segundo os arquitetos, são extremamente positivos para os atores envolvidos na obra e para o público final
Pré-fabricação no ensino universitário da arquitetura
Um fator que pode colaborar para um olhar diferenciado pelos arquitetos para a industrialização é a inclusão de disciplinas sobre o tema nas diversas universidades de arquitetura e urbanismo no país. A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), segundo o arquiteto Paulo Campos, possui disciplinas relacionadas ao assunto.
“Esse processo de aprendizagem da arquitetura relacionada à industrialização da construção é um tópico muito claro na formação dos jovens arquitetos, mesmo nos dias de hoje, com o ensino remoto emergencial”, informa Campos. “Essa disciplina da arquitetura dirigida para a industrialização é uma linha que está se fortalecendo cada vez mais na FAU”.
Campos relata que a disciplina começou e terminou com 170 alunos e o envolvimento foi tão grande dos alunos, que alguns projetos receberam premiações. “Existe efetivamente hoje um protagonismo desse tema da arquitetura industrializada. Fornecer a formação nessa área faz com que os alunos encarem a industrialização como factível e aplicável”.
O arquiteto Bruno Padovano sugere que, além de cursos que apresentam as características técnicas da tecnologia do concreto pré-fabricado, deveria haver certamente um maior número de visitas técnicas de estudantes às fábricas, onde a pré-fabricação é realizada, até os canteiros de obra, nos quais os elementos são instalados e às vezes produzidos em situ.
A seu ver, muito pode e deve ser feito em termos da familiarização de estudantes com os novos hardwares e softwares à disposição deles. “Além do AUTOCAD e o REVIT, outros como o GRASSHOPPER (que usa o programa RHINO 3D), permitem a geração de espacialidades fluidas e complexas, correspondendo às necessidades para uma maior liberdade e flexibilidade no uso dos espaços construídos pelos usuários, em geral, aplicados em obras contemporâneas mais ousadas e futuristas”, finaliza.