PRÊMIO DO ANO
Primeira edição com categorias, Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto ressalta a força da construção industrializada de concreto nos segmentos de pequeno porte, edificações e infraestrutura
No dia 29 de novembro, a Abcic anunciou os vencedores do Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto 2018. A solenidade contou com a presença de empresários, engenheiros, arquitetos e profissionais da construção e representantes de entidades setoriais, que prestigiaram as empresas pré-fabricadoras, os arquitetos e os engenheiros projetistas que foram homenageados por utilizar o sistema construtivo em seus projetos de forma inovadora.
Nesta edição, foram conferidos prêmios e menções honrosas em três categorias: Edificações, Infraestrutura e Pequenas Obras, além de dois Destaques do Júri: Sustentabilidade e Inovação. "A decisão de dividir a premiação em categorias demonstrou-se acertada, uma vez que recebemos a inscrição de obras de diversos segmentos, evidenciando a versatilidade, a abrangência nacional e a importância do sistema construtivo para o setor", afirma Íria Doniak, presidente-executiva da Abcic.
Em Edificações, a obra vencedora foi o Campus da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), em Porto Alegre. Com 60,8 mil m², o projeto é composto por quatro setores, sendo duas unidades construídas com estruturas pré-fabricadas de concreto, fornecidos pela Cassol Pré-Fabricados – vigas, pilares, lajes alveolares e escadas. Originalmente concebida para ser executada moldada in loco, a obra acabou utilizando na maior área e volume possíveis as estruturas pré-fabricadas de concreto. Isso porque o processo de projeto e licitação demorou um ano a mais que o esperado e o prazo final de entrega de obra não poderia ser alterado, pois já existia programação para inicio das aulas no novo campus.
Um dos maiores desafios foi adaptar, rapidamente, uma obra com conceito arquitetônico baseado na estrutura aparente, numa obra pré-fabricada, mantendo os pés-direitos – consequentemente limitações nas alturas das peças, principalmente nos pavimento garagem do subsolo –, e o equilíbrio entre o peso do concreto pré-fabricado e a suavidade de um ambiente voltado para o aprendizado. O estacionamento possui uma malha de pilares de 10m x 8m, onde as vigas estão posicionadas para vencer o vão de 8m e as lajes para vencer o vão de 10m. Para resolver essa limitação, foram utilizadas vigas T invertidas, de 45cm de altura com laje alveolar LP20. O conjunto, viga x laje x capa, não poderia ultrapassar 50cm também devido as instalações complementares. Para vencer o vão de 8m, utilizamos viga protendida, continuidade na armadura negativa, passando por dentro do pilar e solidarizarão da viga pré com a capa da laje alveolar através de estribos abertos.
Prêmio Obra do Ano Abcic é apresentado pela presidente executiva da Abcic, Íria Doniak
Para Felipe Cassol, diretor de Implantação da Cassol Pré-Fabricados, afirma que além da questão da obra ter sido projetada em estrutura convencional, outro desafio foi a distância, uma vez que a fábrica mais próxima da empresa para atender a construção do Campus da Unisinos situada em Porto Alegre fica em Governador Celso Ramos (SC). "Para poder vencer os vãos que haviam sido projetos na estrutura in loco, precisávamos ser muito ousados. Por esse motivo, nosso time de engenharia se debruçou para entregar uma estrutura tão robusta cruzando muitos quilômetros", disse.
O Centro de convenções Royal Palm Hall foi a Menção Honrosa da categoria Edificações. Situada em Campinas, interior de São Paulo, contou com investimento de mais de R$ 250 milhões, 44.000 m² de área construída, 51 espaços de eventos, divididos em cinco pisos. A metodologia construtiva adotada para erguer o Centro de Convenções do Royal Campinas considerou a redução de impactos no trânsito e no meio ambiente, além da otimização do uso de mão de obra. Para atender a essas questões, algumas medidas foram traçadas, como o emprego de estruturas pré-fabricadas, lajes alveolares, painéis pré-fabricados para fachadas e sistema unitizado de caixilhos e vidros. As estruturas foram fornecidas pela Leonardi Construção Industrializada. Um dos primeiros grandes desafios foi o desenvolvimento de um projeto estrutural que garantisse altos níveis de produtividade desde a fase de detalhamento da estrutura até a montagem dos elementos pré-fabricados para que fosse possível o atendimento dos prazos da obra. Durante este trabalho, foi fundamental a contribuição da equipe de arquitetura envolvida no projeto, liderada por Ricardo Julião. O projeto estrutural ficou a cargo do engenheiro de estruturas Augusto Pedreira de Freitas.
Na categoria Infraestrutura, o Prêmio Obra do Ano foi para o Terminal Aeroportuário de Vitória, com projeto estrutural de Eduardo Dell'Avanzi e José Soto Quevedo, projeto arquitetônico de Ricardo Rodrigues e Thereza C.N.M. Ferreira e estruturas pré-fabricadas de concreto fornecidas pela Cassol Pré-Fabricados. A obra havia sido iniciada por outra construtora, que estava fabricando as peças no canteiro, mas foi embargada pelo Tribunal de Contas da União. Então, a Construtora JL assumiu o projeto e a proposta foi de uma nova solução de projeto e montagem, que facilitou a execução e possibilitou o atendimento do prazo da obra solicitado pela Infraero.
“O projeto foi pensado para ter uma solução de uma estrutura mais pesada, com menos movimentação de peças. Possui uma modulação de pilares de 12,5x15m, vãos de 20 metros nas principais vigas, que são duplas, com lajes alveolares LP40. Como a obra era térrea, não havia dificuldade na montagem, ganhando velocidade", conta Felipe Cassol. "Mais uma vez, tivemos o desafio da distância, de cerca de mil quilômetros da fábrica do Rio de Janeiro, em uma estrada com oscilações, o que significava que haveria trepidações e possíveis fissuras ao longo do percurso. No entanto, sabíamos da importância desse projeto e vencemos esse desafio".