INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
O Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto completa 10 anos, evidenciando o desenvolvimento do setor, por meio da construção de empreendimentos e obras em diversos segmentos. Os projetos estruturais e arquitetônicos ousados, sustentáveis e modernos aplicaram soluções tecnológicas de última geração e ressaltaram a versatilidade, a produtividade, a qualidade e a eficiência do sistema
“Este prêmio enfatiza que o resultado da obra não é um mérito exclusivo de um ou de outro profissional, mas de uma equipe de profissionais, em busca da melhor solução em termos de racionalização, estética, funcionalidade e segurança estrutural para a obra. Dessa forma, é uma oportunidade de mostrar a excelência do trabalho de nosso setor e os resultados que são obtidos quando uma equipe se une para suplantar desafios e para criar novas soluções”, Luiz Livi.
Avaliação
Os jurados do Prêmio Obra do Ano contaram à Revista Industrializar em Concreto como ocorre a avaliação dos projetos inscritos. É importante ressaltar que entre os critérios estabelecidos no regulamento estão: Originalidade do Projeto, Interface e Arquitetura, Estrutura, Inovação, Versatilidade (usos futuros) e Facilidade de Execução.
Além de observar os critérios do regulamento, Afonso Mamede inicia com uma detalhada análise da documentação enviada, dos métodos empregados e do sistema construtivo: maior ou menor agilidade, confiabilidade e previsibilidade na execução. Para ele, os itens importantes são: o ineditismo da solução proposta, os aspectos de estética, forma e função, as soluções inovadoras que facilitam a execução ou o processo de produção e a montagem e as soluções de logística adotadas. “Na maioria das vezes, estamos trabalhando com peças de grande geometria, de centenas de toneladas que para chegarem ao local da obra, demandam operações rodoviárias complexas e equipamentos especiais, com pouca oferta no mercado”, explica.
O mais importante para uma avaliação justa e precisa, segundo Paulo Oscar Auler Neto, é receber o relatório do projeto com o maior nível de detalhes possível, além de uma seleção de fotos e desenhos do projeto. “Faço uma tabela onde crio pontuações para cada um dos requisitos que são importantes para um projeto e para uma obra”, explica. Em seu processo de avaliação, ele valoriza os projetos que reúnam beleza arquitetônica, modularidade nos elementos pré-fabricados, simplicidade e inovação. Ele também busca analisar todo o contexto que envolve a obra como a localização, especificações do cliente e impacto ambiental.
Paulo Campos explica que a avaliação da obra do ponto de vista arquitetônico é a mesma do ponto de vista da engenharia estrutural, pois os dois projetos caminham juntos. “São duas faces da mesma moeda”, pontua. Por isso, na hora de apreciar os inscritos, ele leva em conta as circunstâncias em que a obra foi aplicada, as tecnologias aplicadas e sua adequação, se a estrutura cumpriu sua função ou haveria uma alternativa mais adequada. “As boas práticas vinculadas ao setor de pré-fabricado de concreto apontam para uma série de escolhas que vão sendo feitas e tomadas durante o processo, chegando finalmente ao projeto construído”.
Concepção do Prêmio
O Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto foi criado em 2011 para celebrar uma década de atividades da Abcic. Ao mesmo tempo, a premiação tem o objetivo de prestigiar as empresas pré-fabricadoras e os arquitetos e engenheiros projetistas que têm utilizado esse sistema construtivo em seus projetos.
O evento recebeu incentivo e apoio da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), através da Revista Grandes Construções, no desenvolvimento da premiação, na composição do júri e no acompanhamento do evento.
À época, Paulo Sérgio Cordeiro (in memoriam), diretor de Marketing da Abcic, disse que havia afinidade entre as duas entidades. "A Abcic e a Sobratema têm grande interface no que diz respeito à utilização de equipamentos para movimentação, transporte e montagem das estruturas pré-fabricadas e também às grandes construtoras clientes dos associados Abcic”.
Afonso Mamede, presidente da entidade, explica que a Sobratema apoiou a iniciativa da Abcic desde sua criação, por entender que a premiação seria um movimento importante para estimular e disseminar a industrialização da construção civil, que contribui para o aumento da produtividade, qualidade e sustentabilidade dos projetos e obras imobiliárias e de infraestrutura.
“Quando debatemos a concepção do Prêmio, a ABCIC completava 10 anos! Hoje estamos comemorando 20 anos de sua criação”, rememora a engenheira Íria, que desde o início coordena as atividades técnicas relacionadas ao prêmio, o que abrange desde o recebimento dos trabalhos, a avaliação técnica em relação ao atendimento do regulamento até o encaminhamento para o júri.
A fim de haver isenção da entidade nas avaliações, a ABCIC recebe o resultado da Comissão Julgadora e, com o apoio de sua equipe interna, informa os envolvidos que serão premiados. Posteriormente, organiza a solenidade de reconhecimento das empresas e profissionais. “É um processo envolvente, que requer muita dedicação. Ao mesmo tempo, sinto uma alegria enorme por ver materializado o esforço dos nossos associados. Cada documentação de inscrição avaliada é manuseada com muito carinho e atenção; celebrar essas conquistas faz parte da evolução do nosso setor e revela o grande potencial do sistema construtivo que representamos” complementa Íria.
Outro aspecto a ser lembrado é que a homenagem também aos arquitetos e engenheiros de estruturas promove a integração dessas disciplinas fundamentais com a indústria do pré-fabricado de concreto, objetivando o sucesso do empreendimento.
Para estabelecer os critérios do prêmio e o regulamento, à época Íria e Paulo Sérgio trabalharam juntos tendo como referência o PCI Design Awards. “O PCI (Instituto Americano do Concreto Pré-moldado e Protendido (pré-tensionado)” tinha uma visão clara de que a premiação era uma das formas mais eficazes de difundir o sistema no país e também entre os projetistas. Compartilhei a ideia com o Paulo que exercia a diretoria de Marketing e era sem dúvida um apaixonado por pré-fabricados e inovação e imediatamente nos pusemos a trabalhar no assunto”, comenta Íria.
O júri foi estrategicamente escolhido para ter representantes de todas as áreas. Atualmente, a composição é formada por:
- Arquitetura: arquiteto e professor Paulo Campos (FAU-USP);
- Engenharia Estrutural: professor e engenheiro estrutural Mounir Khalil El Debs;
- Tecnologia do Concreto e Qualidade: Roberto Bauer, diretor técnico do Grupo Falcão Bauer;
- Construção: Afonso Mamede, presidente da Sobratema;
- Logística: Paulo Oscar Auler Neto, representante da Revista Grandes Construções e vice-presidente da Sobratema