PONTO DE VISTA
Com novas condições de mercado, em vista do início da recuperação da economia, o empresário José Antonio Tessari, que acaba de assumir a presidência do Conselho Estratégico da Abcic, avalia que este é o momento ideal para intensificar a união do setor em torno da entidade, objetivando dar um novo salto em termos de desenvolvimento sustentável, técnico e mercadológico. “Aproveito essa oportunidade para conclamar todos nossos associados, independente da categoria, para atuar e participar cada vez mais das ações planejadas e promovidas pela Abcic”.
Formado em administração e com pós-graduação em Marketing Empresarial pela Fundação Getulio Vagas, o catarinense Tessari é diretor da Rotesma Indústria de Pré-Fabricados de Concreto, que há mais de 40 anos promove soluções inovadoras para a construção civil. Nesse período, especializou-se em produzir peças para estruturas de grandes obras, sendo considerada uma das principais indústrias de pré-fabricados no sul do país. Confira, na sequência, trechos da entrevista concedida à Industrializar em Concreto.
Como avalia o papel atual do pré-fabricado de concreto para a construção brasileira? E a que se deve isso?
O pré-moldado possui ainda uma participação muito pequena no mercado e se, comparado à Europa e aos EUA, temos muito a crescer. Estamos nos tornando uma indústria que produz obras cada vez mais complexas, com rapidez e agilidade. Isso se deve ao fato de possuirmos cronogramas muito bem estabelecidos, com datas específicas a cumprir, para entregarmos a obra no tempo estipulado pelo cliente, agregando não somente produtividade, mas principalmente qualidade nas soluções propostas. Sem dúvida são pontos positivos para que o pré-moldado continue a se consolidar no mercado em diferentes segmentos, além daqueles em que já estamos consolidados como a melhor solução.
Atualmente, quais são as prioridades do setor visto que o Brasil está iniciando uma retomada do crescimento econômico?
Inicialmente o pré-fabricado focava mais na construção de pavilhões, porém isso mudou muito nos últimos 10 anos e em especial entre 2010 e 2014, quando o setor arregaçou as mangas e solucionou as demandas previstas dos eventos esportivos, da mobilidade urbana, da infraestrutura aeroportuária, entre tantas outras. Temos um potencial enorme para atuação em infraestrutura rodoviária, como pontes, viadutos, túneis, praças de pedágio e no contexto habitacional também. Mas precisamos vencer importantes desafios, como a falta de padronização nos projetos para maior uso de elementos pré-moldados, no caso das rodovias, e a questão da isonomia tributária quando comparamos nossas soluções para habitação de interesse social com outras que vem sendo mais largamente utilizadas. Atualmente as indústrias que trabalham neste período e investiram em qualidade estão preparadas para inovar ainda mais, produzir e montar obras grandiosas e executar grandes volumes de concreto com tecnologia de ponta. Mesmo durante este período turbulento, nossas prioridades têm sido e continuarão a ser motivar a indústria a investir em qualidade, melhorar continuamente seus processos, incluindo aspectos relacionados à segurança e ambiental, inovar sempre implementando novas tecnologias em todas as frentes principais que envolvem o nosso sistema: projeto, produção e montagem. As empresas que conseguiram atravessar os últimos dois anos aprimoraram também seu processo de gestão e agora precisam ampliar sua visão, ter cautela e acima de tudo estarem respaldadas em nosso código de conduta, pois quando não atentamos ao que ele preconiza estamos desmerecendo todos os esforços que sempre envidamos para fortalecer o Sistema Construtivo que representamos. Precisamos também ter a visão de fortalecer a Abcic que tem tido um papel fundamental no aprimoramento continuo do setor