INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Preparada para superar desafios técnicos, tecnológicos, arquitetônicos, logísticos, estruturais e de montagem, a construção industrializada de concreto no Brasil tem realizado projetos em diferentes áreas da negócios, agregando benefícios de ordem econômica, social e ambiental para construtoras, clientes e usuários dos múltiplos empreendimentos
Etapa de montagem do píer construído com blocos de concreto de 13 m e lajes protendidas de 12 m, com resistência de 50 Mpa
O concreto também precisou de uma grande fluidez, pois a seção de lançamento era de apenas 15 cm e a peça tinha uma alta taxa de armadura. Assim, para solucionar essa questão foi desenvolvido um traço com flow de 800 mm.
Um dos grandes desafios dessa obra foram as vigas com grandes dimensões - 2,50 m de altura, 2,65 m de largura e 7,80 m de comprimento -, que exigiram o desenvolvimento de uma forma especial mista, laterais metálicas com caixas de madeira para deixar os vazios. As vigas tinham insertos e chumbadores metálicos para fixação de estruturas complementares e foi necessária grande precisão na instalação e fixação desses acessórios nas formas. Também foi preciso a contratação de uma carreta rebaixada (carreta prancha) para transportar as peças da empresa responsável pelo fornecimento dos elementos pré-fabricados localizada em Pinhais, na grande Curitiba, até a obra.
A montagem ficou a cargo da Constremac, contratada pela Cattalini Terminais Marítimos. Para instalação das peças no local foi utilizada uma balsa para transporte das peças pré-fabricadas e guindaste sobre balsa.
No caso da construção do píer (PGL- 3A e 3B) que dá suporte à tubulação de petróleo da Petrobras, no Complexo Portuário de SUAPE, em Pernambuco, Nordeste brasileiro, não foi diferente. Com aproximadamente 1.600 metros de extensão e área de 30.000 m², o píer foi construído com blocos de concreto de 13 m e lajes protendidas de 12 m, com resistência de 50 Mpa.
As peças foram produzidas entre junho de 2009 e junho de 2010, pela indústria de pré-fabricados, com sede em Fortaleza (CE) e fábricas em Pernambuco, Bahia e São Paulo, em uma instalação distante 80 km do local. Foi utilizado um concreto especial com metacaulim e aditivos para diminuir a porosidade do concreto, aumentando, com isso, a vida útil das peças dentro do mar. O recobrimento dos elementos também foi maior, com 4,5 cm, sendo o habitual, de 3,5 cm.
As estacas protendidas, com 800 mm de diâmetro e 40 m de comprimento, foram pré-fabricadas no canteiro pelo Consórcio Pier Petroleiro - formado pelas empresas CBPO Engenharia, OAS e Andrade Gutierrez. O Consórcio também se responsabilizou por toda a montagem da obra, realizada com o uso de um guindaste em plataforma flutuante.
A pré-fabricação em concreto também vem sendo utilizada em obras especiais na mineração e em infraestrutura. No primeiro caso, a indústria de pré-fabricados de concreto, com sede em Uberlândia (MG), foi contratada pela Construtora Terraço para fornecimento de paredes, vigas, pilares e laje PI para a construção de um espessador de rejeito de minério para a Vale. A obra é considerada especial pela complexidade de fabricação, pelas peças curvas, pesos elevados e o transporte especial.
Transporte e montagem dos elementos pré-fabricados da obra do espessador de rejeito de minério
Para vencer o desafio da fabricação, foram executadas formas especiais com a precisão necessária, a fim de conceder as peças os encaixes perfeitos na montagem. Além disso, a indústria também precisou planejar o transporte dessas estruturas por conta do peso e de suas dimensões. Como benefícios principais, a construtora ressaltou o prazo de execução, que cumpriu o cronograma proposto, e a precisão e qualidade exigidas pelo cliente para a construção do espessador de rejeitos. Outras vantagens citadas foram a redução de custos, menor mão de obra e diminuição de riscos de acidentes de trabalho.
Na área rodoviária, a duplicação da PR-092 consumiu 3282,4m³ de concreto. A indústria com sede em Araucária, região metropolitana de Curitiba, fabricou longarinas e pré-lajes para compor cinco pontes e cinco viadutos. Essa obra é considerada especial por terem sido utilizadas 99 longarinas com comprimentos entre 38,7m a 39,6m produzidas na indústria, com manuseio e transporte das peças para o canteiro de obras em operação especial, com cargas de até 71 toneladas por carreta, além de outras 20 longarinas de 14,7 m de comprimento. Considerando que cada carreta de frete normal transporte 10m³ de volume de concreto, a operação acabou sendo bastante diferenciada.
“Sempre quando é possível, utilizamos o pré-fabricado de concreto, porque as peças são feitas em uma fábrica, com maior precisão e qualidade. A aplicação desse sistema construtivo é importante porque é possível fazer tudo de forma industrializada, sendo as estruturas transportadas para o canteiro, acelerando a execução das obras. É uma solução excelente, ainda mais por ser bem menos dispendiosa em relação à construção no local de trabalho”, explicou Ricardo Corregio, diretor de contrato da OECI S.A, construtora responsável pela obra.