Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 19 - julho de 2020

DE OLHO NO SETOR

Visão sistêmica será fundamental para o avanço da industrialização

Debate promovido pelo CTE defendeu união entres todos os elos da cadeia da construção ligados ao ramo imobiliário para, dentro de novos modelos de negócios, ampliar o uso de pré-fabricado de concreto nesse segmento de mercado

Evento no CTE reuniu engenheiros, projetistas de estruturas e arquitetos, representantes de construtoras e incorporadoras imobiliárias para falar sobre a construção industrializada de concreto

Desenvolver modelos de negócios que viabilizem a industrialização da construção com o uso intenso de estruturas pré-fabricadas de concreto. Com esse objetivo, foi promovido pelo Centro de Tecnologia em Edificações (CTE), no início de março, em São Paulo, o Workstation Industrialização da Construção Utilizando Estruturas Pré-fabricadas de Concreto. O evento foi um dos últimos a serem realizados presencialmente, antes do início da pandemia do novo coronavírus, sendo muito relevante para o setor. O Workstation contou com a presença de engenheiros, projetistas de estruturas e arquitetos, representantes de construtoras e incorporadoras imobiliárias, além de executivos da indústria de pré-fabricado, da indústria de cimento e um representante da Caixa Econômica Federal, e foi mediado pelo presidente do CTE, Roberto Souza, tendo ainda a participação da presidente executiva da Abcic, Íria Doniak. 
Com cinco palestras e uma mesa redonda no encerramento, o encontro foi bastante produtivo culminando num relevante debate sobre as perspectivas futuras da industrialização da construção civil brasileira, especialmente no segmento imobiliário. “O apanhado geral do encontro foi o de que a industrialização é fundamental para o avanço da construção civil e deve ser pensada de forma sistêmica, incluindo a fase de produção das estruturas; de projeto do empreendimento; da especificação adequadas dos elementos; da montagem em obra; o estudo de viabilidade financeira; no custo final da obra; no uso e operação do edifício e até na assistência técnica pós-obra”, observou Roberto de Souza, presidente do CTE.
Na mesa redonda promovida no final, a engenheira Íria pontuou que o evento trouxe um espectro bastante amplo para discutir industrialização, abrangendo desde projetos do programa Minha Casa Minha Vida, que é um contexto particular, até um projeto de grande porte como o do Parque Global, exposto pelo Everaldo Ramalho, Diretor Técnico da da BN Engenharia. “Temos, portanto, realidades bastantes diferentes para debater a industrialização e o uso de estruturas pré-fabricadas de concreto”, ponderou. 
Exatamente por ser tão amplo e envolver diferentes contextos desde os aspectos que impactam a viabilidade da industrialização em empreendimentos voltados à habitação social até a viabilidade do “real estate”, do impacto da tributação aos modelos de negócio, Íria propôs a realização de um novo encontro especificamente para aproximar fabricantes de estruturas pré-fabricada de concreto e as incorporadoras e construtoras do setor imobiliário. “Aceitando a sugestão do Roberto, a Abcic está à disposição para que façamos, quem sabe, uma nova rodada de aproximação, um fórum para que sejam discutidos aspectos que o grupo queira levantar nesse sentido, pois acho que não vamos aqui hoje esgotar as inquietudes e ansiedades de ambos ao lados que, evidentemente, há tempos, deveriam ter tido uma oportunidade como esta para o debate”, observou.
A proposta foi referendada pelo presidente do CTE ao final da mesa redonda, quando pregou a união de todo o segmento da construção. “Não adianta a indústria de pré-fabricado estar olhando para um lado e o projetista e a construtora para outro. Se não tivermos essa união, as coisas não funcionarão”, comentou Souza. “Temos de ouvir as dores dos incorporadores e construtores, entender os seus modelos de negócios, além de entender qual o atual estágio das indústrias de pré-fabricados e como é que podemos desenvolver e integrar forças para impulsionar essa industrialização da construção, de forma que todas as partes ganhem”, assinalou.

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