Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 12 - dezembro de 2017

DE OLHO NO SETOR

Workshop reuniu especialistas do Brasil e do exterior para debater o Código Modelo da fib 

Evento destacou a participação do país e da América Latina para a elaboração do MC 2020 bem como trouxe informações atualizadas a respeito de tecnologias, inovações e processos utilizados em estruturas de concreto no mundo

Palestrantes e Entidades apoiadoras Workshop fib MC 2020


Mais de cem especialistas nacionais e internacionais participaram, em setembro, do Workshop Código Modelo fib (MC 2020) – Desenvolvimento para os Códigos de Estruturas Novas e Existentes, promovido pela International Federation for Structural Concrete (fib), a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) e a Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic).
Segundo Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, além de debater importantes aspectos que integram o MC 2020, o evento deixou um legado importantíssimo para o país: "A integração promovida antes da realização do evento, assim como a reunião realizada na Abece, aberta aos profissionais que já haviam participado da análise do MC 2010, possibilitou e continuará promovendo uma maior integração local. O Código Modelo fib para estruturas de concreto é um documento referência para o texto base de normas, como o Eurocódigo e de todos os 44 países que hoje integram a federação. "Contemplar as necessidades do Brasil e outros países sul-americanos é fundamental, afinal não devemos tomar como regra o que ditam os códigos estrangeiros, mas também precisamos analisar diferentes contextos e promover o debate a fim de entender os contextos e utilizar como referência para o desenvolvimento local. A fib e seus respectivos grupos de trabalho possibilitam constantemente estas oportunidades". 
Íria relembrou ainda que o Brasil sempre teve um protagonismo importante no relacionamento com a fib, primeiramente, com as atuações pioneiras dos professores Vasconcelos e Lobo Carneiro, nos anos 50 e 60, e mais recentemente, em 1990, com a professora Lidia Shehata, que auxiliou na organização do workshop que debateu o MC 90 fib no país. “Quando se olha para esse passado de intenso e profícuo relacionamento da engenharia brasileira com a fib, se entende que não podemos deixar cair esse bastão que nos foi passado pelos nossos antecessores”, avaliou. “Este evento é fundamental para o desenvolvimento da engenharia de concreto brasileira. Ele transcende os âmbitos da Abcic e da Abece”, acrescentou. 
A presidente executiva da Abcic ressaltou a participação de importantes personalidades do meio acadêmico e de entidades apoiadoras. “Destaco a participação do professor Sérgio Hampshire (UFRJ), presidente da ABPE e convidado da mesa de debates, e do professor Túlio Bittencourt (POLI-USP), conselheiro do IBRACON e membro da diretoria da ABECE. Ambos não mediram esforços para estar conosco e nos apoiar ao longo do planejamento deste evento”, observou. “Não poderia deixar de expressar, também, meu profundo agradecimento ao David Férnandez-Ordoñez que acompanhou e auxiliou em todas as etapas para a realização do evento”. 
“Para nós da Abece, é um orgulho estar participando desse evento e contribuindo para sua realização. Acreditamos que será um marco importante na relação da fib com as entidades brasileiras e também latino-americanas”, disse Jefferson Dias de Souza Junior, presidente da Abece.
Hugo Corres, presidente da fib, reconheceu a importância histórica do país: “O Brasil tem um nível técnico alto e, além disso, é membro há muito tempo, sendo inclusive associado das entidades que precederam a fib. Por isso, o país é chave para a realização de eventos como esse e na formulação de documentos que levem em conta as características de diferentes países e continentes”.    
De acordo com Corres, o Workshop é um trabalho pré-normativo. “Nesse sentido, queremos conhecer as necessidades de ordem prática de forma a desenvolver modelos consistentes para as diferentes situações rotineiras enfrentadas pelos profissionais de engenharia nos canteiros de obra. Sempre, levando em consideração as peculiaridades de cada região. As discussões promovidas hoje se juntarão a outras realizadas no Japão, nos Estados Unidos, África do Sul, Austrália, entre outros”, explicou.
Para Fernando Stucchi, líder do Grupo Nacional e coordenador técnico do evento, foi uma grande oportunidade para que os profissionais brasileiros tivessem acesso às manifestações de importantes integrantes da fib, que foram muito felizes em suas apresentações. “O que disse, por exemplo, Harald Müller, presidente honorário da fib, sobre o concreto do futuro. A abertura que o Aurélio (Aurélio Muttoni, chefe do Departamento de Engenharia Estrutural da Universidade Politécnica de Lausanne-Suíça) fez e que representa uma abertura no que se pretende fazer no MC 2020. Essa posição caminha na mesma direção da nossa posição, no sentido de que encontremos um consenso entre as análises técnicas da fib em relação ao novo MC e a realidade brasileira”, comentou. 
A primeira palestra foi ministrada por Corres, que fez um histórico dos MC anteriores (1970, 1978, 1990, 2010) e os aspectos gerais do MC 2020. “Precisamos ter o concreto e, ao mesmo tempo, ótimas ideias em relação a sua utilização. Os engenheiros resolvem problemas todos os dias. Por isso, temos o desafio de produzir documentos técnicos que auxiliem nesse trabalho. A intenção do MC 2020 é cobrir as estruturas atuais e futuras, mas também considerar e repensar reformas nas estruturas já existentes. No caso, por exemplo, do uso de concreto com fibras para reforçar estruturas, temos de estudar a revisão de todas as conexões. Para isso, temos de ter um bom modelo físico e indicar os diferentes níveis recomendáveis de conexões, sempre se levando em conta os diferentes tipos de cargas, sempre lembrando que elas não são estáticas. Também serão considerados aspectos sísmicos e o impacto de explosões”.

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