ABCIC EM AÇÃO
O Planejamento Estratégico 2023-2027 estabelece as diretrizes para pavimentar o desenvolvimento sustentável da pré-fabricação de concreto no Brasil com inovação e menor impacto ambiental. Possui quatro macroestratégias: valorização dos associados e da associação, a estruturação do setor para atender as demandas por edifícios altos, sustentabilidade e o desenvolvimento de um portal de serviços
Segundo o GCCA, as emissões globais totais de CO2 do setor ultrapassam 2,5 Gt. As emissões diretas de CO2 são oriundas do calcário aquecido, cerca de 60%, e da combustão dos combustíveis usados no forno de cimento e outros processos da fábrica, com aproximadamente 40%. Para zerar as emissões, será preciso trabalhar diversos aspectos, mas chama a atenção a importância do projeto e da construção e da produção de concreto para alcançar esse objetivo.
A associação ponderou que é preciso que a redução das emissões de CO2 se torne um parâmetro do projeto, além dos parâmetros atuais de qualidade, custo, velocidade e requisitos específicos do cliente. Os projetistas podem reduzir as emissões por meio da escolha da geometria e do sistema da laje de concreto, da escolha do espaçamento da coluna de concreto e da otimização da resistência do concreto/tamanho do elemento/porcentagem de reforço. Em todos os projetos globalmente, as reduções de emissões de CO2 alcançáveis por meio de do projeto e da construção estão previstas em 7% e 22% em 2030 e 2050, respectivamente.
Em termos de produção de concreto, o GCCA analisou que a industrialização é a principal alavanca. A mudança para os processos industrializados oferece economias significativas de emissões de CO2 devido à adesão às especificações de mistura e controle de qualidade. A utilização mais ampla de aditivos e o processamento aprimorado de agregados são boas oportunidades para menor emissão na produção de concreto.
Carlos Massucato: “A pré-fabricação das estruturas de concreto é uma das principais vertentes para a mitigação das emissões de C02 na construção”
A otimização da produção de concreto em termos de utilização de ligantes pode levar a reduções de demanda de ligantes de 5% e 14% em 2030 e 2050, respectivamente.
A fib também tem se posicionado acerca da sustentabilidade e da redução das emissões de carbono e do impacto ambiental da atividade relacionada ao concreto. A entidade elencou cinco aspectos para serem trabalhados, a fim de que o setor contribua com a conservação do meio ambiente e do planeta.
O primeiro é o uso de racional de materiais, que envolve o desenvolvimento de concreto de baixo ou até mesmo zero carbono; o uso de concreto geopolímero/ligante ativado por álcali (AAB); uso de protensão e fibras para reduzir o volume do concreto e o volume da armadura; a aplicação de polímeros reforçados com fibras (FRP – Fiber Reinforced Polymers) com concreto ou fora das seções de concreto; e projeto de concreto carbono otimizado com adições que permitem utilizar novos tipos de ligantes e materiais reciclados na fabricação do concreto ou utilizando a quantidade mínima de materiais nas estruturas.
Na otimização de projetos de estruturas estão a aplicação de princípios sofisticados para diminuir o uso de materiais e a criação de projetos estruturas resilientes e estruturas leves para permitir um consumo mínimo de materiais e emissões. Para a eficiência na construção, a fib orienta a aplicação de métodos de construção acelerada, industrialização na construção e pré-fabricação.
Para ganhos na conservação, será imprescindível o uso de tecnologias altamente duráveis aplicadas ao concreto, conservação e gerenciamento de vida útil de estruturas. Já para ganhos no desmantelamento e reutilização, é importante o desenvolvimento de projeto de estruturas que podem ser desmontadas e recicladas ou reutilizadas para um projeto de economia totalmente circular.
A fib também criou uma plataforma para ser um inventário de emissões de CO2 na área do concreto, com informações de fornecedores, engenheiros projetistas, construtoras e proprietários de empreendimentos. Essa ação é importante para se ter uma base de dados consistente para apresentar as novas tecnologias que reduzem significativamente as emissões.