ARTIGO TÉCNICO
2. Métodologia
2.1 Processo de calibração do concreto
A curva de calibração é parte essencial na aplicação do método da maturidade e com esta pretende-se correlacionar a evolução da Maturidade do concreto (ºC x h) com a resistência a compressão, aplicável nas primeiras horas de idade do concreto. De forma geral, concretos aplicados ao sistema de pré fabricados, possuem duas idades de concreto, a primeira (Fcj), na idade J é a resistência mínima para dar seguimento ao processo produtivo como, protensão, desforma, içamento, entre outas premissas, e a segunda, Fck, é a resistência característica do concreto na idade e 28 dias. Neste sistema, a resistência Fcj é, na maioria dos casos, determinante para a dosagem do concreto e para isto, o método da maturidade se aplica perfeitamente ao sistema produtivo.
Nessa etapa é identificada as necessidades de processo para produção das peças pré fabricadas, tal como o requisito de fcj para liberação e desenforma, pontos de controle em corpo de prova e condição de cura destes, bem como, a estimativa em tempo de cura dos corpos de prova moldados para verificação do atingimento da resistência de desforma. Com essas informações, é possível programar rupturas de corpos de prova anteriores e posteriores ao tempo de cura estimado para atingimento de fcj, cujos corpos de prova são rompidos e os resultados considerados para a construção da curva de calibração. Sendo a idade do centro da curva, aquela utilizada atualmente para o controle do processo.
É previsto nessa etapa a moldagem de 3 corpos de prova por idade, do mesmo concreto produzido na peça, para medição da resistência à compressão. Ao adotar essa metodologia, deve-se romper 2 e caso tenha diferença de ±10% entre um determinado par, o terceiro como contraprova. Mais 2 corpos de prova adicionais serão usados para instalação do equipamento que realizará a medição de temperatura.
Figura 4: Representação esquemática de exemplificação para moldagem de corpos de prova na etapa de calibração neste exemplo para 5 idades.
Os corpos de prova moldados, tanto para ensaio de resistência à compressão quanto para a medição da temperatura, são submetidos às mesmas condições de cura habitualmente empregados no processo fabril, podendo ser como feito no estudo de caso por autocura com retenção de umidade e temperatura, através de enlonamento das peças, ou de acordo com o processo de uso corrente, desde que em mesmas condições entre os corpos de prova dispostos para ruptura nas idades estipuladas quanto aqueles que estarão registrando a leitura de temperatura durante toda a etapa de calibração.
Ao se completar a ruptura dos corpos de prova de idades previstas tal como apresentado na tabela 1 e fazer a correlação da temperatura acumulada, obter-se-á curva de calibração a ser utilizada como base para o cálculo e obtenção de resistência. A curva de calibração é considera adequada e de boa correlação quando o R² da equação logarítmica ficar superior a 0,90.
O gráfico 1 apresenta a curva de calibração dos corpos prova que foram rompidos nas idades selecionadas da tabela 1, assim apresentando um R² superior a 0,95.
Gráfico 1 - Curva de resistência do corpo de prova x Idade de ruptura em minutos
Fazendo uso da equação de maturidade (1) e utilizando os resultados monitoramento térmico do corpo de prova, tem-se na tabela 2 os dados que serão inseridos no software finalizando-se a etapa de calibração.