INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Em todas as áreas, desde os fornecedores de insumos e matérias-primas, passando pelos desenvolvedores de softwares e fabricantes de equipamentos até a indústria, o desenvolvimento tecnológico é fator decisivo para aumento da produtividade, qualidade, maior competitividade e sustentabilidade
Canteiro de obras
O lançamento do Manual de Montagem de Estruturas Pré-Moldadas de Concreto durante o Concrete Show 2019 já tem contribuído com o setor. A indústria do Ceará fez uma reciclagem em toda a equipe de montagem, aprimorando os métodos utilizados. Os clientes dessa empresa também gostaram muito do Manual, pois entenderam melhor o que é feito pela fábrica e podem cobrar o cumprimento das melhores práticas.
Na indústria de Americana, o Manual de Montagem está guiando a revisão de todos os processos de qualidade correlacionados, além de base documental para condução dos serviços junto a clientes, construtoras e gerenciadoras.
O desenvolvimento tecnológico dos equipamentos para a montagem das estruturas pré-fabricadas de concreto também contribui para a evolução do setor. O engenheiro Carlos Gabos, instrutor do Instituto Opus de Capacitação Profissional da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), afirma que as mudanças tecnológicas nos guindastes móveis, vem sendo implementadas ao longo dos anos, com o objetivo principal de aumentar a capacidade, possibilitando operações com mais carga a distância e alturas maiores. “Elas fornecem ainda mais segurança para as operações e os operadores podem verificar dentro da cabine se a operação determinada no plano de rigging vai ser possível antes de iniciá-la”, acrescenta.
Segundo Gabos, com os novos computadores os operadores terão condição de fazer as configurações indicadas no plano e saber qual será o a taxa ou fator de utilização da operação na situação mais desfavorável. “Isso é um grande avanço para definir se será uma operação crítica e nesse caso tomar todas as medidas antecipadas para ter certeza que a operação será feita com um nível de segurança aceitável”, disse. Dessa maneira, com os novos projetos de equipamentos, os fabricantes de estruturas pré-fabricadas de concreto poderão contar com equipamentos mais seguros e eficientes para as montagens, sem incorrer nas utilizações de equipamentos subdimensionados.
Obras de infraestrutura Viária , em rodovias em utilização,requerem rígido planejamento de segurança
Nesse sentido, um dos desafios de uma obra de uma indústria com sede em Rio Claro, interior paulista, foi ligada ao plano de rigging. A execução da Obra de Arte Especial de passagem inferior no prolongamento do Anel Viário José Roberto Magalhães Teixeira (SP 083) teve como principal característica a utilização de pré-moldados (aduelas) com processo de verticalização utilizando dois guindastes, onde foi preciso estudar detalhadamente as manobras, além do que as peças contavam com mais de 10m de largura e 4m de altura, pesando cerca de 25 toneladas.
Após a análise das condições mencionadas e definição dos guindastes, em função da distância (raio do guindaste) e pesos das peças foram dimensionados os implementos de montagem, tais como balancins, pinos e cabos certificados. Em paralelo, com apoio de um consultor geotécnico, foram feitos os ensaios do solo para verificação da capacidade de suporte do equipamento.
As obras de Arte Especiais na Rodovia D. Pedro I (SP-065) também tiveram, entre outros desafios, o transporte e a montagem das estruturas. Os elementos estruturais de vigas longarinas com comprimento de 26,00m a 17,50m e pré-lajes foram transportadas por empresas especializadas, com a utilização de carretas extensíveis e batedores para trafegarem nas rodovias e trajetos pré-determinados, levando em consideração os trevos, rotatórias, viadutos e passarelas, com as devidas licenças de cargas especiais.
No caso do plano de Rigging foi contemplado o dimensionamento do guindaste, levando em conta as dimensões e pesos das peças, assim como as condições adversas de interferências com o tráfego local para acesso das carretas extensíveis e as condições de patolamento dos guindastes.
Como o desafio era industrializar o máximo da estrutura, as fundações das Obras de Arte Especiais na Rodovia D. Pedro I (SP-065) foram substituídas por estacas de concreto diametro 60cm, onde se destaca a OAE do Carrefour com estacas pré-fabricadas para suportar a carga lateral de solo trabalhando como cortina e a utilização de pré-lajes com vão de 15,48m de comprimento, pesando 23,3 tonelada cada. Uma obra que permitiu reduzir 50% de estacas na fundação em relação ao projeto anterior, otimizando equipe e reduzindo o prazo de interferência com a via inferior.
Todas as vigas foram pré-fabricadas nas instalações industriais em Rio Claro, cujas vigas longarinas de maior complexidade para fabricação, transporte e montagem tinham 40 metros de comprimento e 65,5 toneladas, e, perfil I, com altura de 2,10m, base de 0,6m, mesa de 1,20m. Com sistema de pré-tensão inicial pra permitir uma retirada da forma e pôs-tensão para condição executada 48h antes do carregamento. O transporte teve que ocorrer com linhas de eixo percorrendo longos trechos das Rodovias Wshington Luis, Anhanguera e D. Pedro I, até a chegada na obra em Campinas. Para montagem foi considerado um Guindaste 500ton, patolado fora da pista de modo manter sempre o mesmo conceito de reduzir a interferência com os usuários da via.