Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 30 - dezembro de 2023

INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA

Complexidade e ousadia marcam projetos homenageados no Prêmio Obra do Ano em Pré-fabricados de Concreto

O Comitê do Júri elencou nove obras que enfatizaram a vanguarda do sistema construtivo no país, mostrando todo o potencial da pré-fabricação em concreto para atender requisitos essenciais na construção civil e na infraestrutura, como qualidade, produtividade, eficiência, desempenho, segurança e durabilidade, para vencer o atual desafio de mitigar as mudanças climáticas

Infraestrutura

Na categoria Infraestrutura, o Prêmio Obra do Ano foi para Trincheira Bidirecional do Complexo Viário Tatti Moreno, em Salvador (BA). A obra é uma extensão do projeto do BRT e amplia ainda mais a mobilidade em uma das regiões de maior tráfego da capital baiana, reduzindo o tempo de deslocamento na região. O projeto estrutural é do engenheiro Murillo Miranda, da Murillo Miranda Engenheiros Consultores Associados.

Em 90 dias (não consecutivos), a T&A Pré-Fabricados fez a montagem da obra, utilizando pré-lajes e vigas protendidas de até 18 m de comprimento. Na fabricação das peças, a empresa utilizou um concreto com resistência para liberação da protensão de 40 MPa para controle da deformação inicial.  

Foi também usada uma pista de protensão com capacidade para 500t, um traço de concreto especial e um controle rigoroso para mistura do concreto, devido à necessidade de resistências iniciais elevadas, além de guindastes de alta de capacidade para montagem dos elementos pré-fabricados. Com isso, a empresa conseguiu reduzir o consumo de formas de madeira, além de uma diminuição na geração de resíduos no canteiro. 

A Trincheira Bidirecional do Complexo Viário Tatti Moreno utilizou pré-lajes e vigas protendidas de até 18 m de comprimento, sendo montada em 90 dias (não consecutivos)

Um dos maiores desafios foi a logística. “Tínhamos uma área disponível bem reduzida e, por se tratar de uma região com trânsito intenso, não pudemos interrompê-lo por completo, além de outras interferências, como passarelas, linha de alta tensão, escavações, que impossibilitou um posicionamento melhor do guindaste, dificultando a continuidade nos serviços de montagem”, salientou Leonardo Hadade, diretor da T&A Pré-Fabricados. 

Para solucionar o problema de trânsito, a construtora primeiro executou a cravação das estacas, em seguida foram montadas as vigas para que as escavações fossem executadas. A montagem foi dividida em três etapas. “O planejamento foi bem elaborado e executado, facilitando que as etapas de montagem fossem cumpridas”, disse Hadade. Com relação à área reduzida e às restrições encontradas no canteiro de obra, a T&A optou por fabricar as vigas em seu parque industrial.  

A concepção inicial da estrutura se previa vigas com pós-tensionamento, mas devido às restrições encontradas no canteiro de obra para a execução do serviço de pós-tensão no local, foi sugerida mudança para cordoalha aderente com pré-tensionamento e execução no parque fabril. 

Em termos de benefícios, Hadade comentou sobre a velocidade para conclusão das etapas de montagem, causando menor impacto ao trânsito, visto que a região possui um tráfego intenso; melhor planejamento; menor interferência com outras disciplinas; e redução do número de funcionários no canteiro de obra.

A menção honrosa do Prêmio Obra do Ano na categoria Infraestrutura ficou para a OAE do km 76+900 da Duplicação da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), situado em Alumínio (SP). A obra trouxe melhoria para o usuário da rodovia, a liberação do tráfego nas cidades e melhor escoamento das matérias primas e produtos da região.

A Tranenge fez uma análise do cronograma executivo do consórcio e percebeu que a obra em aterro que seria executada pela Neopav detinha muita influência na liberação de frentes de serviço da empresa, o que representava riscos, uma vez que era necessário aguardar ao tempo de espera do aterro de sobrecarga e havia a possibilidade de atrasos devido ao período de chuvas acima da média. “Inicialmente, o desafio foi o desenvolvimento da solução e a aprovação do projeto junto à CCR e ARTESP, devido ao seu raio de curvatura e grande alteração frente ao projeto executivo contratado em aterro reforçado com controle de recalque”, explana André Vendramini de Moraes, diretor de Obras da Tranenge.

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