Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 30 - dezembro de 2023

DE OLHO NO SETOR

Congresso Brasileiro do Concreto reforça a sinergia entre a pré-fabricação em concreto e a sustentabilidade

Seminário coordenado pela Abcic mostrou a importância do sistema construtivo para atender a neutralidade de carbono nas próximas décadas, bem como apontou caminhos para serem trilhados pelo setor para alcançar esse objetivo. Outro destaque do Congresso esteve em sua entrada: uma passarela em pré-fabricados de concreto com UHPC.

Para a redução das emissões de carbono, ele citou ações que têm sido feitas na China, que pretende ser líder mundial nessa área, bem como iniciativas voltadas para o aumento das adições no cimento, diminuindo o fator clínquer; o uso de UHPC e a construção industrializada. Nesse sentido, o país tem a meta de utilização de 70% das obras em construção Industrializada em 2030. Para isso, oferecem incentivos fiscais para empresas que chegarem a mais de 60% na aplicação do sistema, que permite diminuir a mão de obra com baixa capacitação, a circulação de veículos pesados, a geração de resíduos e de CO2. Segundo Massucato, a China pretende ampliar o uso de UHPC, que estava estimado em 100 mil m³ no ano passado. 

O coordenador do CT-304 evidenciou também a importância de a construção caminhar para a desmaterialização, elevando a eficiência de projeto e da construção, resultando em menos clinquer, cimento, concreto e aço. 

Encerrando a programação da manhã do Seminário de Estruturas Pré-Fabricadas de Concreto, a palestra “Industrialização e a Neutralidade de Carbono”, ministrada pelo engenheiro Vanderley John, professor Titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) e coordenador da unidade EMBRAPII Centro de Inovação em Construção Sustentável (CICS), trouxe um panorama dos impactos das mudanças climáticas no mundo e as causas pelo aumento da concentração de CO2 na atmosfera. “Nosso futuro depende de mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e da adaptação do ambiente construído aos seus efeitos inevitáveis”, pontuou. 

Palestrantes, membros do conselho, diretoria e organização do Seminário de Pré-Fabricados

Para diminuir esses impactos causados pelas mudanças climáticas, John ponderou que a indústria precisa mudar, assim como é preciso estabelecer um benchmark das práticas de mercado, desenvolver e otimizar soluções inovadoras escaláveis e medir quantitativamente os impactos. A seu ver, a estratégia de mitigação para o carbono zero é setorial, citando quatro fatores essenciais: redução do CO2 no clínquer, do clínquer no cimento, do cimento no concreto, e do CO2 na construção.

Em sua apresentação, John detalhou cada um dos quatro fatores com dados da evolução da indústria de cimento, o uso de aditivos, um estudo de caso, e abordou a desmaterialização das estruturas de concreto, a aplicação de aços de alta resistência, a otimização topológica do concreto armado e protendido, a tendência global de precificação do carbono, o Sidac como ferramenta para medir o CO2, o desafio ambiental com a construção autogerida e a forma ainda amadora em 70% das habitações construídas.

John foi categórico ao afirmar que a industrialização auxilia na desmaterialização pela redução de resíduos e pela adoção de conceitos leves, possibilitando construir para desmontar e reutilizar. “A construção industrializada tem um enorme potencial que precisa ser conquistado e mostrado”, afirmou. Para ele, o concreto de baixo carbono é possível na construção industrializada, por ser um ambiente industrial que permite, por exemplo, o uso de aditivos de alta performance, cura com carbono, menos pasta e menos cimento, e o filer como adição, uma vez que possui baixo clinquer, com altas resistências iniciais e baixa demanda de aditivos. “A produtividade é fator primordial e necessita de resistências iniciais mais elevadas, é necessário equacionar cimentos que atendam esta demanda da construção industrializada fundamental  no caminho da neutralidade de carbono”. 

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