INDUSTRIALIZAÇÃO EM PAUTA
Preparada para superar desafios técnicos, tecnológicos, arquitetônicos, logísticos, estruturais e de montagem, a construção industrializada de concreto no Brasil tem realizado projetos em diferentes áreas de negócios, agregando benefícios de ordem econômica, social e ambiental para construtoras, clientes e usuários dos múltiplos empreendimentos
O sistema em painéis autoportantes pode ser composto por painéis maciços e/ou painéis duplos, eliminando a necessidade de utilização de estruturas reticuladas formadas por pilares, vigas ou pórticos. “As lajes maciças, treliçadas ou alveolares se apoiam diretamente sobre as paredes internas e externas do edifício, feitas em painéis pré-fabricados de concreto, que por sua vez direcionam as cargas para os pavimentos inferiores até a fundação da edificação”, explica Franco. O sistema possibilita também o contravento do edifício, retirando a demanda por sistemas auxiliares para a sua estabilidade global.
A vantagens desse sistema são redução de prazo em mais de 50% comparado a uma construção convencional; controles de processo e materiais empregados, garantindo a qualidade do produto final e diminuindo drasticamente as possíveis patologias na vida da edificação; redução em mais de 90% do efetivo de mão de obra no canteiro, pois somente a montagem é feita em campo; união dos elementos e gerenciamento do processo.
Esse sistema permite ainda a inclusão durante a etapa de fabricação de todos os subsistemas de instalação elétricas, hidráulicas, entre outros, bem como a incorporação de caixilhos e elementos arquitetônicos de acabamento, ou seja, os painéis saem com a estrutura, vedação, instalações, caixilhos e acabamentos.
Franco comenta ainda que um dos desafios enfrentados por esse sistema, mesmo com todos seus benefícios, é a mudança da forma tradicional de pensar e construir para a maneira com um sistema 100% industrializado. “Isso implica em grandes reduções de prazo de execução da edificação, diminuição na quantidade de mão de obra empregada no canteiro, mas principalmente na necessidade de antecipação das informações e definições de projeto para uma etapa de planejamento”.
Na área de infraestrutura, no Chile, são comercializadas cabines de segurança de diversos tipos e tamanhos nas áreas de pedágio
Contexto global
Em termos globais, os painéis autoportantes são vistos na maioria dos países, excetuando-se na África e na América do Sul. Porém, seu uso se adapta às características regionais. Nas Filipinas, existem construções de habitação social com 18 a 24m² e habitações econômicas com 42 a 48m² sendo feitas em fábricas com o sistema carrossel. Atualmente, a Megawide tem seis projetos com 12 mil unidades e dois projetos com 6 mil unidades em andamento. Na região de Manila, estão em obras 23 prédios de 14 pavimentos, cada com 900 moradias, com 90% de pré-fabricação em painéis estruturais. A maioria dos apartamentos têm 24m², sendo destinados às famílias com até dois filhos.
Em outro país da Ásia, a Indonésia, o governo estimula a construção industrializada, pois a entrega das chaves ocorre em menos de seis meses. Esse tipo de construção tem um incentivo fiscal, que é a redução de 10% nos impostos locais. A instalação de casas com 45 elementos pré-fabricados leva, em média, seis dias para fundação e outros seis dias para a montagem. Além da velocidade da obra, há ainda benefícios como a alta qualidade da construção, menor suscetibilidade aos intemperes, segurança do trabalho e sutentabilidade.
A construção modular está também na Europa, como o projeto Grieser Auen, um edifício de dez pavimentos, que foi entregue em menos de um ano aos moradores. Para isso, foram aplicados produtos pré-fabricados mais inovadores com um melhor conforto termoacústico.
No setor da construção chileno, a estrutura pode ser montada em apenas 15 minutos em uma superfície de apoio previamente limpa, compactada e nivelada