DE OLHO NO SETOR
Formada em engenharia civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com mestrado e doutorado em Engenharia de Construção Civil e Urbana, também pela EPUSP, iniciou sua carreira em projetos e obras rodoviárias. “Foi uma experiência bastante interessante, pois tratavam-se de obras complexas, que exigiam uma integração entre aspectos geotécnicos, de transporte e de drenagem”, conta.
Atuou no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), na área de Componentes e Sistemas Construtivos, onde foram criados os primeiros princípios da norma de desempenho de edificações habitacionais, inicialmente para habitações unifamiliares de interesse social. Na Tesis, foi gerente técnica, coordenando as áreas de Programas Setoriais da Qualidade e Avaliação de Inovações Tecnológicas em Produtos e Sistemas de Construção Civil, se tornando sócia-diretora em 2010. Durante esse período, foi implantado um laboratório de ensaios, que atualmente conta com 364 ensaios acreditados pelo CGCRE (Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro).
A engenheira Laura Marcellini desempenha um papel fundamental como diretora técnica da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), onde atua desde 2006. É responsável pela coordenação de projetos e ações, e representação da entidade em fóruns liderados pelo Governo e pelas principais entidades da cadeia da construção. Uma de suas atribuições é a coordenação do GT Construção Industrializada, que milita em diversas frentes, inclusive liderando a meta 9, relacionada à industrialização da construção, do Projeto Construa Brasil.
“Tenho oportunidade de aprendizado e atualização constante, num ambiente de respeito e colaboração, e relacionamento com lideranças dos demais agentes da cadeia produtiva, onde posso contribuir para a promoção do desenvolvimento do setor da construção no país”, afirmou Laura, em entrevista à edição 22 da Revista Industrializar em Concreto, no qual contou sobre sua trajetória profissional, os desafios enfrentados ao longo da carreira e a contribuição feminina para o avanço da construção civil no Brasil.
Para ela, a contribuição da presença feminina em qualquer setor está principalmente na agregação de diversidade de talentos e habilidades à gestão e à atuação das empresas. “Mulheres tendem a dar mais atenção aos detalhes e às pessoas, estimular a colaboração e o trabalho em equipe, por exemplo”, explicou.
Engenheira Civil pela Escola Politécnica da USP com especialização em Administração de Empresas pela FIA-USP, Laura atuou por cinco anos na área de engenharia hidráulica/recursos hídricos e por mais 12 anos como executiva das áreas Comercial, Assistência Técnica, Marketing e P&D em indústrias de materiais de construção dos setores de argamassas e material hidráulico.
A unidade de negócios de Habitação e Edificações (HE) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) tem como missão apoiar o desenvolvimento tecnológico da cadeia produtiva da construção, bem como subsidiar tecnicamente as políticas públicas nas áreas do ambiente construído. O HE tem como diretora a engenheira civil Luciana Oliveira, que afirma que o mercado de atuação da unidade de negócios é bastante amplo, ao envolver desde projetos com materiais de construção até gestão de resíduos e planejamento urbano, como apoio aos municípios para elaboração dos seus respectivos Planos de Habitação.
“No Brasil, há muito a fazer em áreas que envolvem as temáticas ESG, industrialização e transformação digital. Por isso, acredito que 2025 será um bom ano para o setor, principalmente, na área de pesquisa aplicada ao aprimoramento da cadeia produtiva como um todo”, avalia Luciana, que acrescenta que o aumento dos níveis de industrialização passam pela pré-fabricação, que é alinhada com temas como racionalização e produtividade, essencial para o crescimento do setor. “A pré-fabricação em concreto é uma realidade no segmento de edifícios industriais e comerciais, nosso desafio é torná-la atraente também para as habitações”.