Associação Brasileira da Construção

Industrializada de Concreto

Industrializar em Concreto 36 - dezembro de 2025

DE OLHO NO SETOR

Eventos reforçam o papel da pré-fabricação de concreto para a modernização da construção civil

Setor esteve em evidência no ENECE 2025, que debateu qualidade e eficiência nos projetos estruturais, e no Rio Construção Summit, que destacou o papel estratégico da construção para o desenvolvimento do país, além de realizar o Encontro Regional Abcic, em Cuiabá, no Mato Grosso do Sul

Solenidade de abertura do ENECE contou com a participação do secretário de Infraestrutura Urbana e Obras de São Paulo, Marcos Monteiro, e de representantes de importantes entidades setoriais da construção, como a engenheira Íria Doniak (Abcic)

O ENECE 2025 – 28º Encontro Nacional de Engenharia e Consultoria Estrutural reuniu mais de 330 participantes no dia 2 de outubro de 2025, no The One Centro de Convenções, em São Paulo/SP, para acompanhar os debates sobre o tema “Qualidade e Eficácia em Projetos Estruturais: Construtibilidade e Produtividade”.
A engenheira Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, participou da solenidade de abertura, enfatizando o papel fundamental da engenharia estrutural na construção de obras, com desempenho, qualidade, segurança e sustentabilidade. Também comentou sobre o apoio e a parceria entre a Abcic e a ABECE para o desenvolvimento sustentável da construção civil no país, com destaque para a participação das duas entidades e do Instituto Brasileiro do Concreto (IBRACON) na International Federation for Structural Concrete (fib).
A cerimônia contou ainda com os pronunciamentos de Ricardo Borges Kerr, presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE), Marcos Monteiro, secretário de Infraestrutura Urbana e Obras da Cidade de São Paulo, Júlio Timerman, presidente do IBRACON, e Jorge Batlouni Neto, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP).
De acordo com Kerr, esta edição do ENECE foi novamente excepcional, com uma programação composta por palestras de alto nível e por outras ações, como a Exposição Especial “Escriptório Técnico Emílio H. Baumgart: 100 Anos de Engenharia Estrutural no Brasil” e o lançamento do livro “Momento da Charge”, de autoria do engenheiro José Sérgio dos Santos.  “O ENECE é o maior e principal evento da engenharia de estruturas no Brasil, voltado à comunidade de projetistas de estruturas. Os participantes são formadores de opinião no setor, o que torna a relevância do Encontro ainda maior”, ressalta. 
A ABECE sempre convida engenheiros internacionais para que o mercado brasileiro conheça o que vem sendo feito no mundo e possa comparar com o que é feito internamente. “Sobre as normas, estamos muito avançados, inclusive, à frente de alguns países”, celebra Kerr. 
A programação do ENECE foi aberta pelo engenheiro Cary Kopczynski, ex-presidente do American Concrete Institute (ACI), fundador e CEO da CKC Structural Engineers, que tratou sobre o problema da produtividade na indústria da construção e o papel fundamental que engenheiros estruturais, arquitetos e outros projetistas desempenham na sua solução, ajudando a indústria a avançar e sair da sua estagnação de produtividade.
Outra palestra internacional foi do engenheiro americano Fatih Yalniz, vice-presidente sênior da WSP, que discorreu sobre o tema “Estruturas altas: do projeto à construção”, compartilhando sua sólida experiência em projetos verticais de alta complexidade, destacando todas as etapas: do projeto técnico e da compatibilização estrutural até a execução eficiente no canteiro de obras.
Em relação à pré-fabricação de concreto, a palestra ficou a cargo do engenheiro George Maranhão, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com mestrado em Engenharia de Estruturas pela Universidade de São Paulo (USP), que abordou o tema “Construção rápida e sustentável: estruturas pré-fabricadas para edifícios altos e industriais”, tratando de dois importantes cases do setor: o Complexo Hospitalar da Unimed, no Rio Grande do Norte, e o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, na Bahia. 
O Complexo Hospitalar da Unimed conta com uma área em torno de 51.050 m², formada por três blocos: Bloco A (Hospital existente), Bloco B e Bloco C, que conta com Hospital Geral, uma Unidade Materno-Infantil e a Unidade de Diagnóstico. Durante toda a execução da estrutura pré-fabricada, o hospital existente permaneceu com os atendimentos materno-infantil, pediátrico, ortopédico e cirúrgico funcionando normalmente.
Os dois edifícios (blocos B e C) são interligados em alguns pavimentos, enquanto o bloco C, o mais alto, possui pouco mais de 48 m de estrutura totalmente pré-fabricada, com mais 5m de estrutura moldada no local (ático), totalizando 53m de altura. Segundo Maranhão, toda a estrutura consumiu quase 8,25 mil m³ de concreto na confecção dos elementos. Toda a execução ficou a cargo da PDI – Pernambuco Desenvolvimento Industrial, sendo as peças parcialmente estocadas no canteiro, ou diretamente posicionadas no edifício, assim que chegavam da fábrica. “A solução da estrutura, com os pilares com emendas, vigas protendidas e lajes alveolares, mostrou ser uma opção mais interessante em comparação com a estrutura convencional de concreto”, explica. 

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