DE OLHO NO SETOR

Entre as vantagens do sistema construtivo estão a rapidez na construção, maior controle de qualidade, redução de desperdício, menor interferência climática, menor necessidade de mão de obra no canteiro de obras e menor impacto ambiental. A estrutura pré-fabricada foi produzida na fábrica, enquanto ocorria a execução das contenções e fundações, o que contribuiu para a redução do tempo de construção. Quando os componentes chegavam local, já ocorria a montagem”, conta Maranhão.
A produção em fábrica permite otimizar o uso de materiais, reduzindo o desperdício, assim como a montagem é mais precisa, diminuindo os resíduos no canteiro de obras. “A montagem das estruturas pré-fabricadas requer menos trabalhadores no canteiro de obras em comparação com a construção tradicional. Isso ajudou para o funcionamento do hospital existente, não sendo necessária nenhuma interrupção. Chamamos a atenção para o centro cirúrgico que fazia fronteira com a ampliação. Com a redução de desperdício, o controle de qualidade mais rigoroso e a eficiência na montagem tivemos um menor impacto ambiental durante a construção”, afirma Maranhão.
O Estaleiro Enseada do Paraguaçu é composto por cinco galpões geminados, formados por vigas e pilares de grandes dimensões. Com mais de 41 metros de vão, as treliças da cobertura estão apoiadas em pilares que chegam a mais de 35 metros de altura. A obra recebeu a menção honrosa do Prêmio Obra do Ano em Pré-Fabricados de Concreto em 2014.
A obra contou com estruturas pré-fabricadas fornecidas pela T&A Pré-Fabricados, consumindo um total de 11.000 m3 de concreto pré-fabricado. Por ser usado para a produção de navios e plataformas de exploração de petróleo, os galpões de 70 mil m² precisam suportar 23 pontes rolantes capazes de movimentar, individualmente, o peso de até 120 tonelada, assim algumas peças pesam 44 toneladas.
As peças pré-fabricadas eram armazenadas e uma equipe técnica montava as estruturas. O estaleiro Enseada do Paraguaçu empregou o uso de gruas e guindastes para içar até 220 toneladas. Para que ocorressem somente a montagem das estruturas, as peças vinham com os encaixes prontos. Para isso, a T&A adotou um processo de verificação milimétrica, por meio de gabaritos, que aprovava ou não a saída de peças para a obra.
O engenheiro Tiago Carmona, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade da ABECE, apresentou um breve resumo das principais iniciativas e frentes de atuação da entidade ao longo desta gestão. O engenheiro Luiz Sérgio Franco, sócio-diretor da ARCO Assessoria em Racionalização Construtiva, tratou de “Construtibilidade: soluções para alvenaria estrutural e vedações verticais”, e os engenheiros Iberê Martins da Silva e Renan Ribeiro Setubal Gomes proferiram palestra sobre “Viaduto metálico empurrado na Rodovia dos Tamoios, uma escolha baseada na construtibilidade”. Sobre normalização, houve um painel coordenado por Túlio Bittencourt, diretor de Normas Técnicas da ABECE, com apresentações de Frederico Falconi, Zacarias Chamberlain, Guilherme Parsekian, Pedro Lyra e Victor Chiari.
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Segundo Kerr, as palestras tiveram conteúdo de alto nível, apresentando ao público participante o que está sendo realizado no país. Ele lembrou ainda que esta edição do ENECE foi realizada em outro local para adequar o número de engenheiros projetistas que prestigiam o evento. “Foi muito positiva a mudança”, pontuou.
A exposição “Escriptório Técnico Emílio H. Baumgart: 100 Anos de Engenharia Estrutural no Brasil”, que contou com o patrocínio da Azo Inc., teve o objetivo de celebrar os 100 anos do primeiro escritório de engenharia estrutural do Brasil. A exposição imersiva, com documentos históricos, fotografias e catálogo editorial, contou com uma linha do tempo que destacou marcos da trajetória de Emílio Baumgart, o desenvolvimento, a tecnologia e as inovações da área, curiosidades sobre métodos construtivos, materiais e soluções inovadoras, além da contextualização do Brasil e do mundo, evidenciando a conjuntura social, econômica e tecnológica.
“Foi muito interessante, pois apresentamos desenhos antigos, blueprints e memórias de cálculos, o que chamou a atenção do público”, destacou Kerr. Sobre o livro de charges, mencionou que a obra retrata exatamente o dia a dia do projetista de estruturas, incluindo os desafios da profissão.
Outro ponto tratado por Kerr foi a realização do 22º Prêmio Talento Engenharia Estrutural, considerado a maior premiação do segmento no Brasil. A iniciativa da ABECE e da Gerdau reconhece o trabalho de projetistas estruturais que contribuíram para o desenvolvimento do setor nas categorias Edificações, Construção Industrializada, Obras Especiais e Pequeno Porte. “O Prêmio valoriza nossa profissão e desperta sentimentos de orgulho da engenheira nacional ao ver as obras inscritas e premiadas. Posso afirmar que os projetos são difíceis de julgar por sua qualidade”, explica Kerr.
Na categoria Edificações, o vencedor foi Mauricio Martins Pires, com o projeto Aurora, em Balneário Camboriú (SC). Em Construção Industrializada, o engenheiro Vanderlei Gonçalves Júnior conquistou a premiação pela obra da Hydra Alunorte, em Barcarena (PA). Entre os projetos de Pequeno Porte, o primeiro lugar foi para Gabriel William da Silva Braga, com a Casa Mawê, em Petrópolis (RJ). Na categoria Obras Especiais, o prêmio ficou com Leonardo Perazzo Barbosa, responsável pelo projeto da Rampa Museu Olímpico RJ, na capital carioca.